|QUARENTA E QUATRO| - SETE DE COPAS.

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Lembro nitídamente o som da voz do nosso advogado, o Sr. Stan, que pressupôs em palavras afirmativas que o pior cenário, seria aquele em que Louis fosse sentenciado a prisão perpétua. Contudo, o advogado estava errado e o destino foi cruel o punindo com a morte. Recordo que o sentimento de surpresa e temor sobre o decreto do juiz, não repercutiu somente em mim, mas sim, em todos que estavam presente ao tribunal de justiça, naquela tarde chuvosa que assolava Ventura.

Após o ocorrido, e com o passar dos meses, tudo o que rondava e julgava sobre o caso foram perdendo-se ao tempo. Não havia mais manchetes e nem noticiários que estampavam os meus piores pesadelos e medos. E com isso, a segurança passou a fazer parte do meu cotidiano, e aos poucos desconstruiu as barreiras que um dia cercaram-me.

─ Quando Harry volta de viagem mesmo? ─ A loira ao meu lado indaga, e eu disperso meus pensamentos passando a observar as feições curiosas que sobressaem em minha mãe, enquanto parte da sua atenção está voltada ao trânsito.

─ Dentro de algumas semanas. ─ Digo, sem muita importância, sabendo que já repeti essas informações constantemente desde a partida de Harry para a Sr. Grace, vulgo também por minha mãe.

─ Podíamos preparar algo para quando ele chegasse! ─ A loira soa animada, lançando-me seu olhar azulado persuasivo.

─ Pode ser, mas não sei o dia exato que Harry volta. ─ Dou de ombros, arrancando risadas de minha mãe, pela falta de informação que contemplo de meu namorado. ─ Vou perguntar a ele, e  aviso assim que eu souber.

O fato é que Harry havia viajado juntamente com meu pai para uma convenção de carros, ao centro-oeste do país, mais especificamente para o Kansas. E pelo o que eu havia entendido de suas explicações, esse evento é um dos mais completos em quesitos de inovações, modelagem e aparelhagem de carros em todo o país. Harry realmente tem gosto e talento para esse negócio, e depois de um longo incentivo vindo de toda a família Velmonte, ele tomou a coragem para abrir o seu próprio negócio.

Com isso, Harry mudou-se para Boston, estabelecendo-se de vez por aqui. E através de suas economias adquiridas ao longo do tempo, ele comprou um apartamento, á algumas quadras de distância da casa em que moro com minha mãe. E por volta e meia, Harry retornava a insistir que eu me mudasse e passasse a morar juntamente com ele. O que por vezes fazia meu coração disparar, sem possuir uma resposta conclusiva.

Eu o amo, e isso é óbvio, mas ainda não sei se estou preparada para assumir o próximo passo.

E assim como Harry havia progredido em sua vida, eu também havia o feito. Voltei a frenquentar o meu amado curso de sociologia, recuperando as amizades das quais eu havia afastado em meus momentos sombrios, de modo que até as consultas com a Dr. Jordan, minha psicóloga, tornara-se dispensáveis.

Tudo está caminhando bem!

Volto a minha atenção a paisagem que aos poucos me é familiar, notando as construções e os jardins das casas vizinhas á nossa. Meu olhar vai adiante, até a minha residência onde deparo-me, intrigada, com o carro preto estacionado em frente à entrada de casa, cujo qual não possuo recordações de quem possa vir a ser o dono.

Encaro minha mãe, observando o cenho franzido e o olhar atento á sua frente, passando por seus pensamentos os mesmo questionamentos que também me rondam. E como em um sexto sentido, eu tenho o pressentimento de que não há boas notícias á caminho.

O veículo em que estou desacelera, ao passo que a loira ao meu lado busca por uma vaga para estacionar, sem perder seu olhar por alguns instântes sobre o carro preto, que possue os vidros das janelas fechados, impossibilitando qualquer reconhecimento de quem possa vir a ser.

O SEGREDO DA NOITETempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang