Capítulo 11

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O DIA ESTAVA QUENTE, e ele não queria ver uma pessoa que parecia tão bacana triste. Portanto, olhou para ela e lançou o convite:

– Vamos dar uma volta?

O rosto dela se iluminou. Nunca pensou que um dia encontraria alguém que pudesse lhe confortar tanto – ainda mais em um momento tão conturbado de sua vida. Assentiu com a cabeça e lhe estendeu a mão; ele, já em pé, lhe ajudou a se levantar. Começaram a caminhar.

– Escuta, posso te perguntar uma coisa?!

– Já estou com medo das suas perguntas...

– Essa é simples de responder. Eu prometo.

– Ok! Manda!

– Qual é o seu nome?!

Ela gargalhou:

– Era essa a pergunta?!

Ele também riu:

– Sim. Eu te disse que era uma pergunta fácil!

Ela parou na frente do fotógrafo, sorriu e, estendendo a mão, lhe respondeu:

– Muito prazer, meu nome é Mônica. E você, quem é?

Ele aproveitou o momento de descontração, e bateu uma foto daquele belo sorriso, depois replicou sorridente:

– Prazer é meu. Me chamo André.


A TARDE JÁ COMEÇAVA A SE TRANSFORMAR EM NOITE, quando o celular da sedutora tocou. Ela atendeu e, à indagação, respondeu:

– É a Janaína.

Foi neste instante que ele se deu conta: esteve todo este tempo com aquela mulher e não sabia ao menos seu nome. Embora tenham conversado sobre trivialidades e tenham vivido juntos loucas intimidades, a informação mais básica de todas não sabia. Começou a rir. Rira até ficar vermelho. Ela, por sua vez, desligara o telefone, curiosa.

– Posso saber do que o senhor ri tanto?!?! – Proferiu com uma expressão que misturava seu já famoso ar sedutor, com sua curiosidade.

– Acho... Acho que não fomos apresentados!

– Como não?! – Ela falou ao mesmo tempo em que passava um dos seus braços no ombro dele.

– Eu descobri o seu nome agora... Aliás, Janaína... Bonito nome!

– E quem precisa saber nomes?! Nós sempre fomos felizes, mesmo saber os nomes um do outro...

– Quem te ouve pensa que estamos juntos há tempos!

– Nosso tempo quem faz somos nós, meu bem.

– Ok, se você não quer saber o meu nome...

– E quem disse que eu não quero? Quero saber exatamente TUDO sobre você!

– Não parece – ele brincou. – Além do mais, acho que devo manter um mistério...

– Pode manter... Você sabe que eu descubro. Descubro assim como descobri o seu telefone.

– Boa questão! Como você achou o meu número, hem, dona Janaína?!

Ela sussurrou em seu ouvido, enquanto arranhava as suas costas:

– Segredo, meu bem! ...Agora vai, anda, me diz o seu nominho...

Mais uma vez ela o dominara. Quando ele percebeu, já havia pronunciado as cinco letras que compunham seu nome: Jorge.

História de um casalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora