Capítulo 25

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ANDRÉ FEZ QUESTÃO de mostrar a exposição para Mônica e se sentiu verdadeiramente lisonjeado quando percebeu o quanto a moça sentia a mensagem que ele quis transmitir com cada imagem. O casal estava tão concentrado naquele momento, que para eles era novo e único, que não perceberam – tampouco quiseram notar – quando as pessoas foram embora.

O fato é que a resposta de André causara um efeito especial em Mônica. Ela se sentiu segura e amada. Isso fez com que ela não se importasse mais com quem estava na casa de cultura, já que sabia que não ela corria mais riscos. Ele era diferente de Jorge desde o princípio. Ela sentia que André a amava e, pela primeira vez, ela teve cem por cento de certeza que a saída de Jorge de sua vida fora algo bom. Sem dúvida alguma, isso só reforçava a transformação que ela percebia em si: amadurecera muito em um espaço curto de tempo.

Foi ali, naquela exposição, que ela percebera algo que tentara esconder de si: Jorge nunca a amou. No fundo, ela sempre soube disso. Ele demonstrava cada vez que reclamava de uma roupa que ela vestia, ou dos amigos que ela tinha. Jorge nunca gostara dela. Ela tinha certeza disso – e agora não lhe doía assumir a si mesma. Ele nunca demonstrara seus sentimentos. Nem mesmo no começo do relacionamento... Ele nunca dissera em público – poucas vezes em particular. Ele jamais agiria como André e falaria o que ele disse, ainda mais em frente à imprensa... André era realmente especial.

– Você não existe, sabia?

– Eu?!

– Sim. Você, André Andrade. Você não existe!

– Claro que eu existo! – Ele a abraçou – Existo e sou o seu, totalmente seu. Seu amigo, fotógrafo, namorado e parceiro para toda a vida, se assim você permitir.

Beijaram-se e deixaram a casa de cultura Arte de Viver, para aproveitarem esta nova vida juntos, este novo começo.

História de um casalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora