Livro I - Parte 10

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Melanie aproveitou uma manhã livre para ir a Biblioteca Pública de Toronto,seu local preferido em toda cidade.Desde que a conhecera prometera a si mesmo ser uma frequentadora assídua,porém seu tempo ficava cada vez mais curto.Assumindo o novo posto ,o trabalho redobrara.

Afim de apenas ler um pouco e ficar absolutamente só, escolheu um lugar bem isolado no segundo andar,recolheu os livros que estava precisando e os espalhou pela mesa.A música ambiente era um Jazz ,tipo Diana Krall, calmo com voz feminina que a ajudou a embarcar rapidamente nas leituras.O tempo voou,como sempre acontecia em suas estadias naquele grande e maravilhoso espaço.Mas como estava de folga,resolveu comprar um capuccino para depois dá continuação.

Quando retornava ela avistou mais a frente,numa mesa um pouco distante da sua ,Mark sentado sem companhia.Parecia não está fazendo nada,apenas perdido em pensamentos.Fazia bom um tempo que ela não o via,ou ouvia Allie falar nele.De início achou melhor não incomoda-lo,imaginou que ele estivesse esperando alguém,mas depois mudou de ideia e decidiu cumprimenta-lo.

Ao perceber sua presença,de imediato ele mostrou-se contente em revê-la,a abraçou e a convidou para sentar animado.Primeiramente queixou-se da falta de tempo e do ofício que o consumia,e em seguida elogiou seu trabalho a respeito de Allie.Mesmo recebendo o elogio sincero,ela percebeu que ele não parecia estar tão alegre a respeito, o agradeceu e quis saber o motivo do incomodo,ele respondeu:

-Sei lá,só soa estranho conviver com alguém por um tempo e não saber absolutamente nada de sua vida.Abrir uma revista em um dia qualquer e ver sua namorada lá,com o rosto estampado na capa,e como se não bastasse,descobrir como qualquer outra pessoa,que ela é bilionária,tem pais conhecidos no mundo todo,é surreal.Você se sente pouco importante,desnecessário,se sente um verdadeiro nada.Tenho certeza que todos do seu ciclo de conhecidos já sabiam,menos o idiota aqui.

Melanie pôde ver seu desapontamento e soltou:

-Acredito que está errado Mark,ninguém sabia.Eu fiquei igualmente surpresa,encucada,mas procurei entende-la,sempre existe bem mais do que imaginamos por trás das cortinas.Allie não é uma mentirosa,ou uma fingida,ela tem seus motivos e não nos cabe julga-la.Ela precisa de amigos ,carinho ,atenção ,ela precisa de nós.

-Talvez de você.Ela te ama.Só fala em seu nome o tempo inteiro,do que fazem juntas,essas coisas de mulher,não lembro de termos falado de outro assunto nas últimas vezes.Mas de mim...de mim ela não precisa,nunca precisou e sempre fez questão de deixar isso claro.

-Vocês...

-Ela terminou.Não gostou porque a cobrei sobre sua história e me xotou,sem muita conversa.Vai dizer que também não sabia?

-Mark desculpe,não gosto de ter que dizer isso mas,Allie nunca fala de você,não comigo,então eu não fazia ideia. -Disse meio sem jeito,vendo sua expressão ficar ainda mais cabisbaixa.

Se mantiveram calados por um tempo,ela não sabia como se posicionar diante da situação,e também nunca havia conseguido entender muito bem a relação dos dois.Foi aí que de repente Mark rompeu o silêncio bruscamente.

-É melhor assim,que se dane!Quem sabe agora eu esteja livre para conhecer alguém de verdade.Que não passa na minha cara o tempo todo que sai com outras pessoas,que me respeite,que goste de estar comigo,que não me procure apenas quando quer "brincar".Preciso de uma relação madura,e não estar do lado de uma mulher perto dos trinta que gosta de se comportar como uma adolescente vadia mimada...

Melanie não reagiu bem ao termo usado e antes que ele pudesse continuar,pediu:

-Pode por favor não se referir a ela desta forma,depreciativa?Entendo que está magoado mas,Allie é a pessoa mais próxima de mim no momento,eu não posso deixar que...

EM PEQUENAS DOSESWhere stories live. Discover now