Capítulo 1 - Escola nova ❤

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— Sim senhora capitã Camille – Fiz sinal de soldado e engrossei a voz. — Não se preocupem, está bem? Estou de boa – Sorri.

— Vamos sentir sua falta – Meu pai me abraça e minha mãe faz o mesmo e os dois me beijam na testa. — Espero que Deus esteja com você em cada dia desse ano. – Meu pai, ainda me abraçando, diz.

— Também vou sentir saudade. – Digo. — Agora me larguem! – Me desprendo deles. — Deixem o pássaro voar – Ajeito a única bolsa comigo no meu ombro e abro a porta dando um aceno para eles antes de fechá-la lentamente.

Assim que vi uma cama solitária joguei minha bolsa nela e enterrei minha cara no travesseiro. Fechei meus olhos e fiquei um bom tempo parada, até sentir necessidade de respirar, então virei meu corpo e fiquei encarando o teto.

Meu pensamento está vagando entre morar no colégio e viver de uniforme sempre. Eu não ligo muito de não ter que usar tanta roupa, mas habitar num lugar que é comparado com o inferno é demais para mim, porém é por um bom motivo. Eu tenho que suportar. O ano irá passar rápido então acho que não preciso me preocupar.

Quando, enfim, resolvo dar uma olhada no meu quarto meus olhos encontram uma menina com um livro na frente de seu rosto sentada na cama que estava do outro lado do quarto, com as pernas esticadas. Ela estava lendo um livro chamado "Tudo tem um proposito". Sentei na minha cama esperando que ela disse algo, mas não o fez então eu resolvi fazê-lo:

— Posso saber quem é você? – Cruzei meus braços, ainda sentada na cama.

— Olha só. Notou que estou aqui. Você não é muito observadora, não é? – Ela diz, sem tirar o livro da frente do seu rosto.

Eu fui até ela e abaixei seu livro e assim pude desvendar seu rosto. Pele clara e pouca maquiagem, cabelo longo com algumas mexas loiras na extensão do cabelo que era castanho.

— Não pode ficar. Esse quarto é meu. – Rosno.

— Não. Esse quarto é nosso. – Apontou para mim e depois para ela. — Sabe o que significa "dividir", não é? – Revirei os olhos. — Você obviamente é nova no colégio. Veja bem, tem duas camas no quarto, claro que teriam duas pessoas aqui. – Ela deixou o deboche transparecer.

— Não foi citado uma colega de quarto. – Cruzei os braços na altura do peito.

— Mesmo assim você tem uma. Eu sou a Amanda. – Ela estende sua mão, mas eu volto a sentar minha cama.

— Meu nome é Angelina e espero que você não fale comigo e nem mexa nas minhas coisas – Sorri forçado.

— Não me interesso por nenhum dos dois – Ela sorriu e depois voltou a colocar seu livro em frente ao rosto.

Levantei-me da cama para dar uma boa olhada em todo espaço, até que era bom. Tinham dois armários e os dois pareciam espaçosos, obvio que eu só tenho direito a um deles, mas isso não importa muito para mim. Procurei por todo ele o uniforme ao qual o diretor disse que estaria aqui.

— Os uniformes ficam naquela cômoda – Ela apontou para o móvel que ficava perto da janela.

Não respondi. Apenas fui até lá e verifiquei. Tinha um adesivo com nossos nomes. Duas gavetas minhas e duas delas e todas só tinham uniformes. Tinham de três cores e ainda uniformes de ginastica e natação. Tinha até uniforme para cada estação. Tinha um folheto explicando a utilidade de cada cor.

Azul, Dia-a-dia, provavelmente, o que mais eu usaria. Branco, eventos especiais, como receber visitantes importantes ou campeonatos nacionais. Preto, luto pela morte de alguém do colégio. Era patético.

— Isso é ridículo – Pego o uniforme azul e vou para a frente do guarda-roupas, onde tinha um espelho enorme e coloquei o mesmo na frente do meu corpo.

— Isso tudo foi ideia da Elise, irmã do diretor. Ela também exigiu que os uniformes pudessem ser customizados. – Respondeu.

Não disse nada. Elise provavelmente desse ser um saco e eu não estava interessada nela.

Amanda parecia inofensiva e eu não estava afim de uma má convivência, apesar de tudo, mas eu não vim aqui para fazer amigos ou jogar conversa fora. É só o tempo de eu me adaptar que coloco minha busca em prática.

Como pareceu que aqui isso ser entediante, larguei o uniforme em cima da minha cama, peguei meu celular e fui em direção a porta.

— Aonde você vai? – Ela questionou, se levantando.

— Não é da sua conta. – Rosnei.

Ela pegou no meu braço e fechou a porta que eu tinha aberto para sair.

— Você levará uma advertência se sair.

— Duvido muito disso. Meu sobrenome vai me ajudar a me safar de qualquer coisa. – Puxo meu braço dela.

— E que sobrenome tão importante é esse?

— Forbes. – Arqueio a sobrancelha.

— Desculpe, mas... Eu sou bolsista e não sabia desse seu privilegio.

— Você é estupida? – Abro a porta novamente.

— Você é a irmã da Anna? – Ela questiona enquanto estava de costas para ela, prestes a sair.

— Sou. E daí? – Continuo virada.

Toda vez que ouço o nome da minha irmã as lágrimas imploram para sair.

— Ela era minha colega de quarto, mas sumiu de repente. Eu mandei mensagens para ela e nada. É muita coincidência sermos colegas agora. Como ela está? Está bem? Ela mudou de número? – Eu me viro para ela e coloco a mão na boca dela.

— Você faz muitas perguntas – Rosno. — Ela não está mais aqui, é tudo que precisa saber. – Tirei minha mãe e finalmente, saí daquele quarto.

Eu já estava ficando sufocada. 

Continua

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Continua...

"Mas agora que se vê em dificuldade, você desanima; quando você é atingido, fica prostrado." Jó 4:5

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Espero que tenham gostado do capítulo. Não se esqueçam de comentar e votar, isso me ajuda demais. Que Deus abençoe a todos ♥ 

UMA CARTA PARA MIMWhere stories live. Discover now