Capítulo 1 - Escola nova ❤

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Depois de algum tempo pude avistar o grande colégio, cheio de repórteres do lado de fora para presenciar a entrada na nova era. Para mim é só um prédio cheio de gente vazia. É grande e renomado, mas é caótico.

Ao estacionarmos ainda conferi de longe que várias pessoas estavam com seguranças. Muita conversa e risada. Reencontros. Um senhor de ombros largos e cabelo bem arrumado estava na entrada enorme apertando a mão e todos e sorrindo feito uma boneca.

Assim que saímos do carro, dois rapazes vieram me ajudar com as malas. Eles cumprimentaram meu pai e ganharam gorjeta dele. Fomos andando em direção ao engomado no portão e os dois nos acompanhavam.

— Bom dia senhor e senhora Forbes. Estou muito honrado de terem escolhido o meu colégio para ensinar sua filha – Ele apertou a mão do meu pai e direcionou seu olhar a mim.

— Não precisa ser tão formal. Apenas me chame de Arthur – Meu pai retribuiu o sorriso. — Esse colégio ainda é o melhor do país e eu quero o melhor para minha filha.

— Como quiser, Arthur. – Ele deu uma gargalhada que nos assustou, meus pais e eu nos entreolhamos e sorrimos forçado. — Então essa é a Angelina, como vai?

— Até agora nada me irritou – Dei de ombros.

— Fico... Feliz... – Respondeu um tanto sem graça.

— Angelina! – Minha mãe rosnou. — Olha os modos. – Ela me deu um leve beliscão nas costas.

— Aí, mãe! – Massageei.

— Não se preocupe senhora Forbes, sua filha irá se adaptar logo. Mas... Porque a senhorita Anna não quis vir? – Ele pergunta, fazendo o clima pesar entre nós.

Meu pai tinha escondido isso de todo mundo. Apesar de ser um cirurgião renomado evitou ao máximo que isso não fosse exposto a mídia. Apenas amigos íntimos e familiares sabem disso e todos concordaram em não dizer nada. Portanto, ninguém que conheceu a Anna aqui nesse colégio sabe que ela morreu.

— Não é que ela não quis, ela não pôde. – Respondi em tom baixo.

— Bem, eu espero que aproveite seu ano letivo senhorita Angelina. Sua irmã era adorável e uma ótima aluna, espero que nisso sejam parecidas. – Arqueei a sobrancelha e revirei os olhos.

— Acho que sermos irmãs não quer dizer sermos iguais, mas... Quem sabe. – Dei de ombros.

Depois de muita enrolação e conversa fiada o diretor direcionou os dois rapazes ao meu quarto com as malas e fez questão – mesmo contra a vontade dos meus pais e minha – de fazer tour pelo colégio inteiro. Falou mais do que ouviu durante todo o trajeto e fez questão de ressaltar milhares de vezes o quanto o colégio preza pela disciplina e nível social.

Após muita enrolação dei graças a Deus quando ele disse que estava me guando, finalmente, ao meu quarto. Enquanto íamos para a ala feminina – os dormitórios são divididos em masculino e feminino – ele continuou despejando um monte de besteira que, com certeza, meus pais estavam cansados de ouvir.

— Aqui é seu quarto senhorita Angelina. Espero que goste das novas acomodações e se sinta confortável. – Ele diz apontando para a porta com o número 777. — Eu vou deixá-los a sós para que se despeçam. – Ele sorriu e mais uma vez cumprimentou meus pais, saindo de nossa vista.

— Credo, ele grudou que nem carrapato. Meu Deus do céu, não aguentava mais – Bufei.

— Angelina, não fale assim. Ele só quis ser receptivo. – Meu pai advertiu.

— Duvido que ele tenha sido receptivo com os bolsistas – Reviro os olhos. — Pai, essa escola é movida a grana – Torço o nariz.

— Mocinha, se comporte, ouviu bem? Eu te dei educação e quero que a use – Minha mãe vociferou.

UMA CARTA PARA MIMOnde as histórias ganham vida. Descobre agora