Capítulo 19

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O Ben conseguiu recuperar os movimentos do lado esquerdo do corpo, o que é uma ótima notícia, graças as seções de fisioterapia, que eu o acompanhei em todas, mas por outro lado e por injustiça do destino, o Ben ficou sabendo pelo Golias que o Luiz tinha tentado me beijar a força e ficava me perseguindo e foi brigar com ele.
Lógico que não acabou bem, os dois ficaram de olho roxo. Eu tentei defender o Luiz, dizendo que ele tinha mudado, o que era totalmente verdade, e isso só piorou a situação. O Ben me disse que se sentiu um otário por tentar me defender e eu acabei defendendo o Luiz e agora ele não quer falar comigo de jeito nenhum. Disse que eu sempre fazia isso, uma vez foi com o Johnny e agora com o Luiz. Me xingou de tudo quanto é nome e disse que não quer falar comigo nunca mais.
Nos já brigamos várias vezes, mas nunca chegou nesse ponto.

_Quer um ombro pra chorar? - Luiz perguntou entrando no meu quarto.

Joguei uma almofada na cara dele e gritei.

_Saí daqui.

Meu coração aperta tanto quando lembro do ódio nos olhos do Ben dizendo que não queria mais saber de mim. Me doeu tanto, tanto. Senti que ele rasgou me coração e picotou em mil pedacinhos. Eu só quero ele, ficar perto dele, afinal ele é meu melhor amigo. Eu o amo muito, eu só penso nele, no cheiro do seu perfume e nos beijos, em como ele dizia que me amava e que sempre seríamos M.A. AAAAAAAAAAAA eu não aguento essa situação. A minha vida inteira eu tive ele perto de mim, sempre por perto, sempre que brigava com alguém era ele o meu ombro pra lamentar. Eu sei de tudo sobre ele e ele sabe tudo sobre mim, sempre foi nós dois juntos contra tudo e todos, não importava o que acontecia sabíamos que tínhamos um ao outro.
Eu só quero ele, só isso. Será que é pedir demais?

Alguém bateu na minha porta e escutei a voz da minha mãe.

_Saí daqui.
_Abre a porta filha. Seu pai veio aqui te ver.

Abri a porta e me agarrei no meu pai. Ele entrou e fechou a porta.

_Pai, dói tanto, eu fui tão burra.
_Eu sei que dói filha. Ta tudo bem, se acalma
_Não ta nada bem, nós nunca brigamos desse jeito, você tinha que ver o ódio que ele estava de mim.

Eu só fiquei abraçada nele e chorei. Chorei tanto que fiquei até com sede de tanta água que perdi.

_Ta se sentindo melhor?
_Não. . . Eu quero ele pai, eu preciso dele. Só isso.
_Quer ficar um tempo lá em casa?
_Quero, por favor.

Me ajudou a pegar as coisas mais necessárias e nem falou nada pra minha mãe. Passamos por ela sem dizer nada e entramos no carro.
Inclinei o banco do passageiro e aproveitei pra tirar um cochilo, não dormi nada essa noite.
Quando chegamos, ele me acordou e eu entrei em casa, que novamente eu posso chamar de casa, mesmo que por pouco tempo. Subi pro meu quarto e como já tinha roupa de cama, me deitei e quando virei o rosto pra janela e lembrei que ele morava ao lado, chorei de novo.
Não consegui sair daquela cama por duas semanas. Liguei pra Liz e ela me disse que ele estava normal, finjiu que nada aconteceu. Que babaca.
Meu pai tinha ido na minha escola pegar as matérias pra mim e disse pra diretora que eu estava com problemas médicos, minha tal doença me serviu de algo útil e a Liz vinha em casa me ajudar com a lição. Eu estava indo ao hospital me arrastando e não estava dando a mínima pra isso.
Meu pai ficou preocupado em me ver naquele estado, mas mesmo assim continou me acobertando em relação à escola.
Minhas semanas estavam sendo horríveis. Só sabia comer e fazer lição obrigada. Só levantava pra tomar banho e pra ir pro hospital tomar o medicamento.
Resumindo: minha vida tinha se transformado em dias cinzas, sem vida, sem nada que me fazia melhorar. Sem o Benjamin. Eu precisava do meu melhor amigo.

Em um sábado, a Liz veio aqui em casa e tentou espeficamente melhorar a minha situação, e não apenas me acobertar e me ajudar com as lições.

_Você está aqui a semanas e até agora  eu não entendi direito o que aconteceu entre vocês. Quando você tenta falar, você chora. - se sentou ao meu lado enquanto eu estava totalmente largada sobre a cama.
_O Ben, Liz, o Ben não quer falar comigo de jeito nenhum. Acredita que até o meu pai tentou falar com ele, mas não adiantou nada. - falei segurando o choro.
_Me lembre de nunca ficar assim por homem.
_Você não entende. Ele é o meu melhor amigo desde sempre. Sempre foi Aisha e Ben, não só Aisha ou só o Ben. Somos como Bonnie e Clyde, Luna e Simón, Lúcifer e Chloe. - falei segurando o choro mais ainda.
_Amiga, ele me disse que você defendeu o Luiz e que o Luiz é o maior babaca e tudo mais. Eu gosto do Luiz, você sabe disso e porque não me alertou?
_Por que ele mudou Liz, não sei como nem o porquê, mas ele mudou e queria que o Ben entendesse isso, que eu não estou do lado de ninguém, aliás se for pra estar do lado de alguém que seja do Ben, mas só quero que nos demos bem, será que é pedir demais?
_Deixa comigo. Você vai voltar a ser a minha rebelde de sempre. Se até seu pai se recuperou do divórcio, você consegue se recuperar de uma amizade.
_Se você veio aqui pra dizer que eu vou esqucer o Ben e é só o tempo passar você está enganada, porque eu só pioro.
_Olha isso aqui. - disse levantando o celular que estava na sua mão e clicando no botão para pausar uma gravação.
_O que é isso Liz? O que você fez?
_Eu gravei a nossa conversa e vou mostrar por Ben e ele vai ver que vocês brigaram por besteira.
_Te odeio, mas te amo Lizandra.
_Eu sei, eu sou incrível. Tchauzinho.

Perfeita Amizade ColoridaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora