Descubra-me (hiatus)

Capítulo 24

Depois de quase um ano de standby, tenho o prazer de anunciar a volta de Descubra-me!
Se você está lendo isso agora, é porque mesmo com o meu sumiço você não desistiu da obra e eu sou eternamente grata por isso.
Nos últimos meses passei por muitas situações difíceis, perdi entes queridos e não conseguia escrever nada. Também preferi parar, porque não queria passar para o livro o turbilhão de coisas que estavam me atormentando. Não vou tecer um tapete enorme de justificativas, pois acredito que vocês entendam como a vida às vezes pode ser bem dura e nessa dureza toda, cheguei bem perto de quebrar.
A todos os leitores deixo o meu coração e toda a gratidão que nele couber e transbordar.

Boa leitura e lembrem-se, é super importante (e eu adoro) saber a opinião de vocês!

@@@@@@@@@@@@@@

Catherine Backer

A viagem para a casa do meu pai foi até bastante tranquila. Passei na Backer's antes e avisei que ficaria fora durante alguns dias.

Aproveitei o silêncio solitário do trajeto para pensar em como minha vida mudou nos últimos meses. No acidente de Gui, no meu namoro por vezes conflituoso com Andrew, e estranhamente em Samantha. Algo me diz que ela ainda será um problema enorme.

Fui uma filha muito negligente, afinal mantive meu pai no escuro durante todo esse tempo e nem mesmo apresentei Andrew formalmente. Provavelmente ele já deve ter ficado sabendo, já que às vezes é impossível fugir do olhar da mídia.

Sinto um renovo quando adentro na propriedade da minha família, e como sempre acontece quando venho aqui, tive alguns flashbacks da minha infância mas novamente não consegui lembrar de nada com clareza.

Algo me diz que esse tempo com meu pai vai ser bastante... revelador.

Entro na casa silenciosamente, numa fraca tentativa de surpreender meu pai e quase tenho um ataque cardíaco quando William me saúda :

- Seja bem vinda senhorita Catherine!

- Ai credo que susto! Will desse jeito eu morro antes de ficar grisalha!

- Minhas desculpas, senhorita. - falou cordialmente, mas contendo uma risada

- Dessa vez eu desculpo. Da próxima eu vou passar creme dental na sua maçaneta. - falei com um sorriso maroto, lembrando da minha estripulia quando mais nova.

- Sem creme dental, por favor! -replicou numa súplica forçada. - Seu pai está te esperando no jardim, vou levá-la até lá.

- Okay. E, Will...

- Sim, senhorita.

- É só Cath, nada de senhorita.

- Como preferir, senho... Cath. - Will sorriu carinhosamente enquanto indicava o caminho que eu já conhecia muito bem.

William é mordomo e amigo do meu pai desde que eu me entendo por gente, é uma das poucas pessoas que meu pai confia plenamente. Ele é casado com uma mulher maravilhosa, de presença e muito sábia. Juntos têm uma filha, Nina, que se casou há dois anos e agora é mãe de um garotão.

Meu pai já tentou trazer a família dele para morar aqui, mas só a esposa aceitou vir, fiquei um pouco mais feliz, afinal meu pai estaria bem acompanhado por dois amigos.

Caminhei lentamente até o jardim, absorvendo cada detalhe que eu já conhecia muito bem, mas pareciam sempre diferentes.

Encontrei meu pai absorto em seus pensamentos e não pude deixar de notar a pequena ruga de preocupação que insistia em vincar seu rosto. Deve ser algo com o trabalho, ou preocupação com a minha viagem. Me aproximei dele e desfiz a ruga com meu polegar, da mesma forma que eu fazia quando era criança e sorri largamente quando seus olhos se iluminaram e ele capturou-me em um generoso abraço.