Run: 9

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No outro dia, os garotos receberam seus almoços na cela e lá pelas quatro da tarde eles foram levados para o pátio, para uma hora de banho de sol.
O pátio era amplo e dividido bem no meio por uma cerca, que separava as meninas dos meninos.
O primeiro a chegar no pátio foi Chris, sendo seguido por Gnomo, que não sabia descrever a felicidade ao ver o amigo, que o abraçou com força.
Logo depois chegou Vih, que correu para junto a grade, sendo imitada pelos garotos que tentavam ter contato ao moximo com a garota.
Depois de alguns minutos Nick entrou no pátio se juntando ao grupinho e logo depois Thaay.
Vih abraçou a amiga e depois Thaay se virou para a grade, abracando os garotos o máximo que as grades permitiam.
Era nítido os machucados pelas mãos e braços de todos eles, pelo esforço feito em vão na noite passada, na tentativa de abrir a porta e tentar parar o espancamento que acontecia com seus amigos.
Depois de alguns segundos a ausência de Talis e de Lau foi sentida com muita força por todos e Vih começou a chorar.
-Não chora, Vih- pediu Chris com uma voz rouca, de tanto gritar na noite passada que queria assumir os castigos.
-Eu quero sentar- disse Vih, com a voz embaçada pelo choro.
Os amigos sentaram no chão e um silêncio horrível pairou sobre eles.
-Vamos ficar aqui para sempre, não vamos?- perguntou Gnomo, baixinho como se fosse um segredo.
-Eu já não aguento mais isso- disse Nick.- Quero minha liberdade de volta.
-Eu quero a Lau e o Talis de volta- disse Vih, apoiando sua testa contra a grade e chorando, enquanto sentia seu coração ser esmagado dentro do peito.
Todos olharam para ela de forma melancólica, pois mesmo que sentissem uma falta aterrorizante dos amigos, sabiam que Vih era a mais sensível. Que ela não aguentava nem uma briga entre os membros, então não saber o estado de qualquer um deles, era como tortura para ela.
Minutos a passaram, até que ambos os portões dos pátios foram abertos e de lá entraram Talis e Lau.
Vih levantou em um pulo e abraçou a amiga, que estava toda machuca, mas não se importou com a dor naquele momento, pois podia ver que todos os outros estavam bem.
Talis também foi abraçado pelos garotos, depois foi até a grade para tentar abraçar Thaay, sem grandes sucessos.
Quando as amigas se soltaram, Lau foi para junto dos outros amigos, enquanto Vih precionava sua testa na grade de um lado e Talis fazia o mesmo do outro, enquanto tentavam segurar as mãos uma do outro.
Quando a garota se afastou das grades, levou os dedos trêmulos ao rosto de Talis, que tinha o dois olhos roxos e alguns ematomas que deciam por seu pescoço.
-Eu acho que eu to com uma costela quebrada- disse Lau.
-Eu to com umas duas- respondeu Talis.
-Seu castigo durou muito mais tempo- falou Nick.
-Fui eu que escrevi na testa dele- disse Talis, dando de ombros.
todos voltaram a sentar no chão e Lau se encostou na grade, com o corpo contra o do Gnomo, enquanto sua mão se entrelaçava fortemente a do garoto.
-Não podemos deixar isso acontecer e novo- disse Chris.
-Não vamos mais desobedecer- disse Nick e Talis bufou.- Principalmente você, garoto.
-Eu vou tentar- respondeu o menino revirando os olhos.
-Todos vamos- falou Chris.

(...)

Uma semana se passou e a rotina da cadeira parecia estar matando eles lentamente. Todos os setes usavam meia hora do banho de sol para matar a saudase dos amigos e a outra metade do tempo para fazer exercicios fisicos.
Os outros presos, tanto homens quanto mulheres, pareciam querer distância deles, até mesmo no almoço, que era separado, sempre que eles sentavam em uma mesa, as pessoas saiam de perto.
Os garotos preferiram aceita isso como uma coisa boa e ficaram quieto na deles, até que no oitavo dia foram chamados na sala do diretor da prisão.
Quando entraram na sala a primeira coisa que fizeram foi tentar se abraçar, mesmo com as algemas, mas logo os policiais separaram eles. Estavam presentes na sala o Coronel Silva e o homem bigodudo, que descobriram se chamar Harry Singer e vários outros policiais.
-Vocês devem estar se perguntando por que os chamamos aqui- disse Sr. Singer e Chris sentiu que Talis queria responder algo mal criado, mas conseguiu se manter queito.- Bom, é que eu quero uma resposta, uma resposta bem simples. O que vocês fizeram para incentivar multidões contra o governo?
O homem terminou a fala gritando, mas não foi isso que deixou os garotos com cara de espanto. A verdade era que nenhum deles tinha ideia do que ele estava falando, então não sabiam o que responder, mas mesmo assim decidiram que não seria a melhor escolha deixar o diretor sem uma resposta.
-Nós não sabemos do que você está falando, senhor- respondeu Thaay.
-Coloque o vídeo- disse o homem para o coronel, que foi até uma TV que estava atrás do diretor e depois deu play em um vídeo.
O vídeo começava com uma cadeira vazia e parecia que a câmera estava em cima de uma mesa. Segundos depois um homem com uma máscara de Coringa sentava na cadeira e duas mulheres vestida de Alerquina paravam atrás dele, com tacos de baseball na mão.
-Olá, eu sou Coringa, o chefe dos Alerquinos não originais- disse o homem com a voz modificada digitalmente.- Acho que vocês já puderam ver o trabalho de meus meninos na zona rural da cidade, mas ultimamente um rumor chegou até nós de que vocês, polícias, prenderam os Alequinos Originais. Estou mandando essa vídeo apenas para avisar que não atacamos a zona urbana até agora, por respeito às nossas inspirações, mas agora que eles estão detidos estamos decididos a continuar o que eles começaram. Eu desejo sorte a vocês e um cuidado especial com seu prefeito.
Depois disso a tela ficou azul, escrito Sem sinal.
-Eu quero saber o que vocês sabem sobre isso?- perguntou o diretor, ainda alterado.
-Nós não sabemos de nada, senhor- disse Thaay.- Nem sabíamos que serviamos de aspiração para ninguém, nunca foi nossa idéia fazer isso.
-Mas aconteceu e vocês são os principais culpados- disse o Coronel Silva, que se encontrava outra vez com um chapéu.
-Vocês foram chamados aqui, porque achamos melhor vocês estarem presentes quando decidirmos o que fazer- disse o diretor tentando parecer mais calmo.
-Eu sou a favor de enforca-los- disse o Coronel e os garotos tiveram um arrepio.
Mas Gnomo decidiu que estava cansado de ser inferior, então resolveu agir.
-Não, não... isso deixaria eles furiosos e não temos noção de quantos eles são- começou ele.
-O que sugere?- perguntou Lau e de repente eles se sentiam como a equipe que planejava e efetuava as missões.
-Presimos descobrir onde eles estão reunidos- falou Gnomo.
-Acho que eles estão bem na divisória das zonas- disse Chris.
-Por que?- perguntou Nick.
-Pois não poderiam fazer todos esses roubos e depois perambular pela cidade- explicou Chris.
-É também tem aqueles barulhos de motor no fundo- disse Talis.- Motor de carro passando, uma fazenda não teria esse barulho.
-Podem ter colocado de propósito- disse Thaay.
-Acho difícil, tudo que eles fizeram até agora foi inspirado na gente- falou Vih.- Esse foi o primeiro passo deles, digamos independente.
-É eles não parecem muito espertos- disse Chris.- Eles são bem teatrais, aquelas garotas ao fundo...
-Elas não eram necessárias- disse Nick.- Eles passaram mais tempo pensando no simbolismo do que em proteger o lugar.
-Estou imprecionado, mas a cidade e gigante- disse o diretor impaciente.- Vocês reduziram as escolhas pela metade.
Todos os amigos viraram para olha-lo e maneira indiferente, pois agora que eles domiavam o assunto se sentiam mais confiantes.
-Onde foi o primeiro roubo deles?- perguntou Vih.
-A fazenda do Sr. Tunner- falou Gnomo.
-Região...?- perguntou a garota.
-Norte- respondeu Talis.
-Eles não devem ter ido longe no primeiro trabalho- pensou alto Lau.
-Quais são os bairros com pouco movimento de polícia que temos perto da fazenda?- perguntou Thaay e Gnomo e Talis trocaram um olhar significativo, como se estivessem discutindo a resposta.
-Acho que Moinho dos Ventos- falou Talis.- Ele estava com baixa passagem de polícia na última vez que checamos.
-Esse bairro estava no meu relatório semana passada- disse um dos policiais, que parecia ter seus 20 anos e recebeu um olhar recriminador do coronel, mas mesmo assim continuou.- Seus Índices de criminalidade caíram pra quase nenhum e todas as casas que estavam vazias foram ocupadas.
-Bingo!- disseram Vih e Talis em unissoro, trocando lhares orgulhos e depois a garota virou para o diretor.- Está aí seu bairro.
Todos na sala pareciam impressionados, menos o coronel que bufava de raiva.
-Eu nunca vi um grupo se comportar com tamanha sincronia- disse o diretor se recostando na sua cadeira.
-São anos de prática- disse Nick rindo.
-Então mandem esses idiotas de volta para as celas e vamos montar uma missão para invadir esse bairro- disse o coronel e Talis não se aguentou e começou a rir.- Do que você tá rindo garoto?
-Nada, vamos pra cela pessoal- disse Talis ainda sorrindo e gesticulando com as mãos algemada, para que saissemos da sala.
-Não, não... esperem- disse o diretor alarmado. - Do que o menino está rindo?
-Nós já estamos falando tudo que podíamos deduzir- falou Thaay.
E mesmo o diretor liberando eles, ficou pensando o porque da risada do garoto.

Run!Where stories live. Discover now