09.

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Um verdadeiro acordar| Surpresa.

-Meu Deus! Esse azul fica lhe muito bem!
-Pronto. Então levo este?
-Querida esse ainda não é o perfeito.
- Mas já experimentei uns 10!
-Eu só quero que fiques perfeita.
-Minha senhora só esperimentou 10 mas isso não é o suficiente para ficar magnífica!
-Sim...mas todos estes vestidos são demais.
-Queres escolher tu?
-Sim. E não é nesta loja...sabes...eu consigo escolher sozinha...deixas me dinheiro?
-Bem...deixo te 200€ mas gasta-os com moderação! Vou confiar em ti.
-Sim. Espera por mim junto à fonte. Vou lá ter quando acabar.
Sai da loja e dirigi-me à biblioteca. Depois toquei na campainha de modo a chamar a rapariga do cabelo rebelde.
-Tu outra vez?! Que queres agora?
-Preciso da tua ajuda.
-Da minha!Nem te conheço.
-Sim...mas neste momento es a única rapariga em quem posso confiar. Ajudas me a escolher um vestido?
-Estas a gozar com a porra da minha cara!? Eu sou ponk um pouco pop não chic gaja!
-Eu não percebi nada do que disses te. Mas o meu marido quer levar me a um baile e...levou me a uma loja com uns vestidos horríveis! És a única pessoa que acho que me pode ajudar.
-E porque é que o faria?
-Porque és boa rapariga?
-Quanto?
-Não sei. O que sobrar do vestido é teu.
-Ok.
Saímos da biblioteca e dirigimos nos a uma outra loja.
-Esta loja é da minha amiga Sonia e ela vai deixar te um espanto.
-Bem vinda. Então um baile...a sua cor branco...tamanho 38? Não! 36...sapatos com pouco salto...hum...pouco extravagante em geral suponho? Acertei em tudo?
-Como sabe tudo isso?
-Deduzi. E bem uma ou outra coisa sou capaz de ter ouvido e percebido na outra loja de vestidos (piscou me o olho) vai ficar linda!
-Acha mesmo?
-Espera e verás!
Depois trouxe me um lindo vestido branco e uns lindos sapatos dorados, que eu vesti.
Wow...
-Esta sou eu?
-Não sou eu!- disse a rapariga dos cabelos pretos.
-Você está prefeita!
-Não estava nada à espera...quanto custa?
-Bem o vestido custa 150 € e os sapatos 60€. Um total de 210€.
-Bolas...
-O que se passa?
-Só tenho 200€.
-Não seja por isso! Como é a sua primeira compra fasso lhe um desconto de 10€.
-A sério? Muito obrigada!
-Fico feliz por vê la tão contente.
-Eu fico injuada - a miúda de cabelo preto revirava os olhos - Se vais pagar os 200€ certos e é o único dinheiro que tens o que é que sobra para mim!?
-Bem -vascolhei a mala- aqui tens.
-Uma moeda?
-Encontreia no chão, ia guarda la para uma ocasião especial!
-Com um cêntimo? ! Claro...eu é que me lixo sempre!
-Desculpa.
-Por favor. Não lhe ligue. Por debaixo da quela capa de rebelde mazona esta uma rapariga com sentimentos, doce e apaixonada pela ciência. É uma boa amiga. -sorriu-lhe.
-Pois pois...vou mas é bazar!
Depois de pagar o vestido e os sapatos fui para o local que combinara com o André.
-Então compras-te um bonito vestido?
-Lindo!
-Bem...só falta o cabelo e a maquilhagem não é?
-Não sei.
-Bem vou levar-te a um cabelereiro.
-Não é preciso. Eu faço o resto sozinha.
-Achas que concegues?
-Consigo.
Metemo nos no carro e seguimos para "casa". Enquanto observava as paisagens veio-me à cabeça o que o Nelson dissera sobre me vir salvar ainda hoje...até que ponto ele também é de confiança? Não sei...e por um lado eu também gosto do André. Ele pode passar se às vezes mas...tem sido muito querido para mim e ama me como ninguém. Mas também...não tenho mais ninguém.
-Em que estás a pensar?
-Achas que amanhã vou voltar a esquecer tudo?
-Não sei.
-Quem me dera que não.
-Porquê? !
-Que pergunta mais estúpida! Achas que quero ser amnesica? Esquecer tudo? Esquecer te? Esquecer me?
-Foi mal feita a pergunta...desculpa.
-Sim. E onde é esse tal baile?
-Bem é um baile do condomínio.
-Vai haver muita gente?
-Sim.
-E...
-Diz.
-E se...sabes...faço figuras?
-Não ter preocupes. Isso não vai acontecer.
Chegamos a "casa" e fomos para a sala ver um filme. Depois tomei um banho e como já se faziam horas comecei a preparar me.
Vesti o vestido;
Calcei os sapatos;
Maquilhei me;
E deixei o cabelo solto (porque o adorava ver assim).
Depois sai porta fora e vi o Andre ja todo arranjado sentado no sofá.
-Wow...estás linda!
-Achas?
-Sim.
-Tu também estás lindo!
-Achas?
-Sim!
-Tu és engraçada...
-Porquê?
-Deixa. Vamos, antes que nos atrasemos.
Saimos e dirigimo-nos para a casa onde ia decorrer o baile. Cá fora havia uma fonte e via se muita gente chegar (mulheres muito lindas), depois fomos para o salão que era mesmo magnífico com toda uma decoração pormenorizada e realizada por um homem francês com um nome que não sei prenunciar...soa a carne e lapre e tem um 《ô》 no fim.
André não falava com ninguém, apenas vagueava pelo meio das pessoas com um copo de champanhe na mão.
-Que mulher tão bonita eu miro.
-Está a falar comigo?
Um homem que parecia ter idade para ser meu pai estava agora à minha frente.
-Estou pois. Chamo me Jorje de Reis de São Crito. Sabe sou dono de grandes campos de vinhas e patrocino muitas empresas. A minha conta têm tantos zeros que já nem os conto.
-Então mas com tantas vinhas é assim tão pobre?
-Pobre!? Rico! Bem rico!
Pôs o braço à minha volta.
-Mas posso lhe explicar tudo se quiser...
-Eu dispenso e agradecia que me larga se!
-Largar? Mas vai ser difícil...
-Eu acho que não! À algum problema com a minha mulher!?
-Sua mulher? Pesso desculpa pensei que era a minha.
-É bom que se ponha a andar seu porco manhoso! Apanham se com dinheiro acham se logo os donos disto tudo!
-Veja lá com quem fala!
-E você também. Anda vamos.
Puxou me e levou me para o outro lado da sala.
-Ele tocou te ?
-Não.
-Certeza?
-Sim.
-Ainda bem. Não te devia deixar sozinha.
-Não faz mal.
Começou a tocar uma música chamada " A Thousand Years."
-Esta música é muito bonita...
-Queres dançar?
-Pode ser...
Começamos a dançar agarradinhos e de repente veio me uma imagem à cabeça.
Era de mim própria deitada na cama a chorar por alguma razão. Parecia mesmo triste...
(A música acabou)
-Acho que tenho que ir à casa de banho...
-Claro. Ela é ali ao fundo vês?
-Sim já vi.
Quase que corri para a casa de banho. Entrei e fechei me dentro da mesma. Aquilo devia ser uma memória, mas apesar de nem saber o porquê de estar a chorar sentia me profundamente triste.
Lavei a cara e depois sequei a.
Saí e procurei o André. Vi o lá ao fundo a falar com uma mulher. Dirigime a ele.
-Voltei.
-Ainda bem. Esta é uma grande amiga minha chama se Peni.
-Muito prazer.
-O prazer é meu. Quando ele me disse que se tinha casado nem quis acreditar, o rato solitário de laboratório (riu se).
-Laboratório?
Chamaram na.
-Se me dá licença.
-Querido porque é que ela te chamou aquilo?
-Por nada. Ela acha se com piada.
-Pareces nervoso...
-Achas...Não. Queria dizer te que amanhã vamos embora.
-Vamos?
-Sim. Não podes continuar sem medicação.
-Eu acho que é por não estar a tomar nada que estou melhor.
-Achas?
-Sim...e se fossemos ao médico? Ele se calhar esta a dar me a medicação errada.
-Pois...é melhor irmos.
-Já? Só dançamos uma dança.
-Sim...mas não esta ninguém de jeito cá.
-Estão cá umas 200 pessoas.
-E só 10 se aproveitam.
-Mas porque é que viemos aqui então?
-Não sei. Esquece.
-Pronto está bem.
-Vamos para o carro.
Sentamonos no carro.
-Procuras alguma coisa?
-Sim. Viste o meu telemóvel?
-Não.
-Devo ter pousado na casa de banho. Porra! Fica aqui! Eu vou ser rápido.
Vio a sair do carro.
A lua já ia alta.
Olhei para o relógio e vi que ja eram 23:15...será que amanhã me vou lembrar de alguma coisa ou vou me esquecer de tudo como sempre?!
Fiquei a olhar as estrelas e deixei os meus olhos fechar.

Amnésia Where stories live. Discover now