Capítulo 3

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Fiquei seis meses trabalhando na loja, até que veio a maldita demissão. No mesmo dia em que fui demitida, fui a procura de emprego em duas empresas que estavam a procura de assistentes da presidência. Fiz as entrevistas e acredito ter me saído bem.
Falei sobre sobre as línguas que sabia falar, todas as palavras que sabia digitar em um minuto, e todas essas baboseiras de entrevistas de emprego. Mas, tive a impressão de que eles só estavam a procura de uma moça jovem e bonita para representar a empresa, e dar assistência a um presidente que com certeza era um senhor chato de galocha.

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Enfim chegou o dia,o dia que eu estava esperando há duas semanas.

Recebi uma ligação dois dias depois da entrevista, confirmando  meu emprego na empresa Finlay. Gritei e pulei de alegria, nossa, foi mais fácil do que pensei.

Acordei às 6:30 hs e tomei um banho, me arrumei muito bem, tomei café.  Estava com o visual bem profissional, minha saia risca de giz justa até os joelhos e um terninho cinza, coque no alto da cabeça, maquiagem muito bem feita com um batom vermelho.  Eu queria passar uma impressão  satisfatória  ao meu chefe.

Me despedi dos meus tios, que me desejaram sorte. Fui de táxi  pra empresa.

Entrei no edifício, indo até o elevador e apertei o botão do vigésimo andar, assim como a recepcionista me instruiu lá no térreo.
Assim que as portas se abrem, vejo uma morena com olhos marcantes sentada à sua mesa. Ela me olha com um sorriso.

-Você deve ser Sophia, não é?

-Sim, sou a nova assistente do sr. Finlay. - Falei meio tímida.

-Meu nome é Roberta, sou sua secretária. O Sr. Finlay está a sua espera.

-Tudo bem. Onde fica sua sala?- O nervosismo começa a me dominar.

-É logo ali-  ela diz apontando e dando um sorriso meigo.

-Obrigada. - sorrio, cruzo os dedos, respiro fundo e ando até a porta, confiante.

Observo sua cadeira de couro preto. Ele está virado para o vidro observando  cidade. Ao contrário do que eu pensei seus cabelos não são grisalhos. Curiosa para ver seu rosto, dou uma batidinhas na porta e ele vira-se.

Ai meu Deus!!!

Não consigo falar. Minhas pernas ficam bambas. Não consigo parar de olhar aqueles olhos que não são nem verdes nem azuis. Nariz reto, maxilar quadrado, cabelos castanhos bagunçados, camisa cinza e terno e gravata pretos colados ao corpo. Quase dá pra ver os gominhos musculosos de seu peito e bíceps.

Delicioso- penso.

Balanço a cabeça despachando esse pensamento, ele é seu chefe sua idiota! Meu subconsciente grita.

Eu nunca achei ninguém delicioso, os poucos relacionamentos que tive, uns dois namoradinhos, eram magrelos e tinham espinhas. Nunca passou de beijinhos. Não tem comparação com o homem com H maiúsculo que estou vendo agora.

Ele mantém seu olhar, mas não diz nada. Sinto seu olhar sobre mim me analisando e fico vermelha feito um pimentão. Ele parece querer que eu me pronuncie primeiro. O que será que está pensando?
Resolvo falar, quero ouvir sua voz.

-Bom dia Sr. Finlay, sou Sophia Alencar, sua nova assistente. - minha voz saiu forte, ao contrário do que pensei.

-Já sei quem você é-  Bom, o que tem de gostoso tem de arrogante, penso. - Aquela ali é sua sala - aponta pra uma porta - espero que seja uma funcionária eficiente, caso contrário, é rua.  - 

Sinto vontade de chorar, mas engulo. Trabalhar aqui não vai ser tão fácil.

Com certeza vou me sair bem, durante esses 6 meses fiz cursos e tive a ajuda de minha tia, afinal ela já foi assistentes em muitas empresas antes de se formar. penso de forma positiva.

-Vou fazer o meu melhor, senhor. Pode ter certeza. - falei confiante.

-assim espero.  - Falou somente isso e se sentou voltando sua atenção para os papéis na mesa.

Fiquei olhando pra àquele homem maravilhoso sentado a minha frente, seria difícil não me apaixonar por ele... mas que droga, o que estou pensando? Não, eu não posso  me apaixonar, preciso me dedicar totalmente ao trabalho pra não ser demitida. Eu preciso desse emprego. Além do mais eu estou saindo com um cara, bem bonito por sinal, mas não passava de beijos e amassos... Só pra passar o tempo, já que as vezes me sentia sozinha pois meus poucos amigos ficaram todos na minha antiga cidade. Além do mais ele sempre me lembrava que o que tínhamos era casual, que não duraria muito. 

Meu chefe para de mexer nos papéis e olha pra mim, que ainda estou o observando.

-O que você ainda faz aqui?- pergunta com cara de poucos amigos.

-Desculpe, é  que o Sr. Ainda não disse o que eu tenho que fazer. -Falo me desculpando.

-Tome isso aqui- Me entrega sua agenda preta -Aqui tem várias anotações de minha antiga assistente. Tem datas e horários de reuniões que você deve marcar e me comunicar- Fala sério. Esse cenho franzido dele é muito sensual. Eu poderia olhar pra ele o dia todo, mas infelizmente não posso, tenho que trabalhar. e ele é um arrogante, diz meu subconsciente.

-Ok Sr. Finlay, vou começar meu trabalho- digo saindo de sua sala. Sinto seu olhar nas minhas costas me perfurando.

Entro na minha nova sala, e penso em como será difícil trabalhar pra um homem turrão como ele.

A manhã passa rápido e estou cheia de trabalho a fazer. Logo chega a hora do almoço. Não vejo Arthur em sua sala, com certeza já foi almoçar. Desço e avisto a secretária arrumando suas coisas, ela olha pra mim e sorri.

-Oi Sophia, você tem companhia pro almoço? 

-Não, é... Desculpa não lembro seu nome- ai que boba eu sou.

-Roberta, mas pode me chamar de Beta. Vamos almoçar? Conheço um restaurante, que tenho certeza que você vai adorar.- fala pegando minha mão e me puxando com ela.

Beta é muito divertida, ela me contou que mora sozinha, que seus pais moram no interior da cidade e que não tem irmãos.  Disse que assim que fez 18 anos quis sua independência e foi morar na cidade. Seus pais compraram o apartamento pra ela e ela também começou a trabalhar a pouco tempo na empresa.

Seria bom ter uma amiga. Alguém que eu possa contar minhas coisas.
O almoço foi super divertido e acho que tenho uma nova amiga.
Fofocamos sobre tudo, ela me disse que nosso chefe tem a fama de galinha e pegador, e que já tinha visto ele entrando em sua sala com várias mulheres  modeletes... Mas nunca com alguma de suas funcionárias.

Contei a ela sobre Marcos, o carinha que eu estava pegando, e ela nos convidou para irmos a uma baladinha no final de semana, e requisitou que era pro marcos levar um amigo gato pra ela.

-Então tá combinado, né Sophia?  Sexta nós vamos nos divertir com os gatões- falou toda empolgada.

-aham... Vou trazer minha roupa pra empresa e me arrumo no seu apartamento, já que na casa dos meus tios é bem mais longe da balada.

-belezaaa- disse, toda empolgada. - A gente vai dançar muuuito -falou sorrindo de orelha a orelha.

-Tá. Agora vamos voltar. Não quero pegar uma bronca no meu primeiro dia de trabalho do Sr. Simpatia Finlay.  -Falei gargalhando. Foi uma conexão instantânea, ela era aquele tipo de pessoa que a gente sente que conhece a vida toda. Obrigada Deus
Olhei no relógio e puts, estou 2 minutos atrasada. Ele disse que não toleraria atrasos.

Meu ChefeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora