25. O Embaraçoso Erro do Sheik

2K 268 18
                                    

Haroub não conseguia nem por a cabeça na almofada; seu corpo estava em Marrocos , mas a sua cabeça e coração estavam em Oman.
Ele podia sentir a agonia de abla daquela distância. Queria apenas estar lá com ela e explicar o grande mau intendido.
Dizer-lhe que o casamento com latifa não tinha importância para ele, por isso nunca mencionou. Desde que ela disse que eles deviam tentar, ele descartou a possibilidade de um segundo casamento por completo.

Queria explicar a conversa que tivera com os seus pais e dizer que ele prometeu não fazer nada sem o consentimento dela. Ele levanta da cama e chama a casa, mas logo cancela a chamada. Ele põem o celular na mesinha de cabeceira e pega no seu tablet para ver a agenda do dia seguinte. Reuniões atrás de reuniões que levariam horas. Ele suspira e passa a mão na cabeça, ele tinha de se concentrar. E tinha de falar com Abla quanto antes, ela não merecia uma explicação por telefone.

******
Todos encontravam-se em conversa numa recepção depois do jantar, ao suave som de uma flauta, para climatizar o ambiente, quando derepente uma musica 'Darbaka' (estilo de musica oriental, mexido, tambores) invade o ambiente calmo.

"Que música é essa?" Rahma pergunta surpresa. Logo as suas dúvidas são esclaredidas com a dançarina do ventre que faz a sala com on rosto tapado e mostrando apenas os olhos e um corpo belíssimo de dançarina do ventre.
Rahma fica de queixo caído sem poder acreditar que Abla fazia aquilo. Ela segura um lenço com as duas mãos , dançando ele a volta dela e chamando a atenção de todos na sala.

Nem por um momento exitou, movia-se com mestria e deixava todos maravilhados na sala. Os olhos não saiam de cima das suas curvas que moviam-se hipnótico.

Essa foi a última gota, Abla havia cruzado o limite. O seu sogro não conseguia nem manter a cabeça direita.
Ela dança a volta de Rahma, mais provocativa do que sensual, e lança o lenço para cima caindo logo sobre Rahma. "Pára, agora." Rahma diz entre os dentes. Abla fica ainda mais contente que estava dar certo, tirou a Rahma totalmnte do sério. E continua a dançar."Pára." Rahma diz novamente, mas abla continua a dancar, entre os convidados e todo mundo gostava.

Abla aproxima-se de Rahma novamente e sussura para ela. "Já que terás a tua nora dos sonhos, eu serei nora dos seus pesadelos." Abla diz e ri-se , depois vira-se aplaudindo para animar os convidados e continua a dançar.
Rahma estava vermelha de raiva e Abla praticamente dedicava cada movimento que fazia a ela. Não podendo mais conter a raiva, a Sheika sai do seu lugar dirigindo-se a Abla. Quando abla vira-se para ela é recebida com uma bofetada que deixa a todos paralizados na sala, só a música tocava.
Uma das filhas de Rahma vai e segura a mãe para que não se embarasse mais publicamente.

"Você gosta de me ver perder o controle." Abla diz ofegante. "Olha quem está a perder o controle agora." Abla ri-se de satisfação. "Vai, diz a todos porque bateu a dançarina. Diga a eles que eu sou a sua nora, mais conhecida como o embaraçoso erro de seu filho."

"Você ainda vai pagar muito caro por isto." Rahma sussura perto dela.

"E eu eid pagar com a mesma moeda. Eu não tenho sangue de barata." Abla diz e ri-se. Ela vira-se para os convidados sorrindo e aplaudindo retira-se da sala. Chegando a saida ela vira-se para Rahma e faz um último movimento sensual e sai.

Abla entra para o seu quarto com uma cara pior do que antes, ela lança a porta fechada, mas halima segura antes que bata forte. Abla vira-se para Halima, e por mais que ela precisasse um ombro para chorar, já não confiava mais naquele ombro.

"Abla, o que foi que fizeste?"Halima pergunta indignada. "Estás fora de si?" Abla sorri forçadamente.

"De facto estou fora de mim." Abla senta-se a cama devastada. "Pelo menos não estou me sentindo péssima sozinha esta noite." Abla ri mas queria chorar, e a garganta doia pela lágrimas que pediam para ser libertas. "Você viu a cara dela?" Abla diz já chorando, tenta sorrir novamente, mas apenas comecat a chorar.

"Você só lhes deu motivo para ti odearem mais." Halima diz olhando par a moça com pena.

"Eles me deram motivo para os odiar mais primeiro."

"Eu liguei para Haroub. Ele disse que viria logo. Para que ti mantevesses calma." Halima diz ajoelhando-se a frente de Abla, a senhora leva as mãos da moça nas dela tentando lhe comfortar.

"Eu não quero lhe ver." Abla diz chorando ainda mais. "Porque o chamaste? Eu não quero ficar aqui. Eu nunca quiz ficar aqui, nunca me senti bem vinda. Eu preferia mil vezes ficar naquele maldito deserto do que aqui. Pelo ao menos lá não tinha ninguém me olhando de cima para baixo."

"Fique calma, você tem de manter a calma." Halima diz acareciando as mãos dela. "Você viu o que acabou de fazer por causa da raiva. Raiva vai sempre lhe levar a fazer coisas sem pensar e mais importante, a mantera longe de Jannah (Paraiso). Allah está com os pacientes."

"Eu só quero sair daqui." A mocat soluça.

"Rahma me mandou trancar-te aqui e levar as chaves até ela." Halima avisa com uma expressão de culpa no rosto.

"Porque você não faz isso, então?" Abla pergunta, mas Halima vai-se sem responder e volta com uma abaya (vestido) e um véu.

"Veste isto." Halima diz pondo as roupas na cama com cuidado. Abla olha para a mulher confundida. "Eu vou perguntar a Omar se pode nos levar para o teu palácio." Halima diz antes de se fazer para fora do quarto.
Abla olha para a roupa na cama, relutante, mas logo veste-se nelas. Enquanto olhava espelho quando vestia o véu ela nota o bracelete que pertencia a sua mãe, também o bracelete que Haroub a ofereceu. Ele talvez se enganou pensando que a compraria com presentes, ela arranca o bracelete que ele a dera e joga no chão, ficando apenas com o que era da sua mãe .
'Nenhuma jóia a faz mais bonita que um sorriso', ele disse para ela. E tinha razão. Muito menos as joias que venham dele.

"Eu não preciso destas porcarias." Ablas diz e passa as mão na cómoda jogando tudo para o chão.
Logo a porta abre e ela olha para Halima que a mirava suspirando.

"Vamos logo. Eu tenho de entregar as chaves a Rahma." Halima diz e Abla logo anda rápido atrás da Halima.

"Tem certeza que ele não dira nada?" Abla pergunta a Halima.

"Eu já falei com ele, ele não vai dizer uma unica palavra. Mas tens de saber que vamos de carro e será uma longa viagem." Halima informa.

Omar abre a porta para Abla. "Eu vou entregar as chaves e logo volto." Halima diz e vai-se logo para dentro, demorando algo que parecia uma eternidade para Abla.

"Tinhas de demorar tanto?" Abla pergunta. "Sua traidora."

"Me desculpa, Vossa Majestade." Halima diz entrando no banco da frente.

"Não me chame de Majestade, última coisa que eu quero e me identificar com o título desta familia." Abla diz e Halima apenas vira os olhos e diz o homem que podem ir.

MIL E UMA NOITES no deserto (inter-racial)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora