Dezenove - Reviravoltas

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- Acabou que você esfriou um pouco demais essa sua cabeça - a senhora Waltson poderia até gostar de Daniel, mas ela não queria se envolver em briga de família alheia, só bastava a dela. Que na maioria das vezes a deixavam bastante angustiada.

- Me desculpe, eu prometo que isso nunca mais irá acontecer - disse Daniel bebericado um pouco do café.

- Bom, eu tenho coisas para fazer, então juízo para os dois, e Daniel trate de voltar para sua casa o mais rápido possível, não quero que sua mãe fique preocupada a toa.

A senhora Waltson beijou Jenny que estava esse tempo todinho sentada mexendo em suas mechas de cabelo enquanto os dois conversavam. Ela tinha suas próprias perguntas a fazer a Daniel. Nem se importou por ainda estar de pijama na frente dele. Mas, se preocupou com o seu rosto, assim que trouxe Daniel para dentro de sua casa e se deparou com sua mãe, Jenny deixou Daniel aos seus cuidados e foi se olhar no espelho, não podia demorar muito tempo, mas ainda assim tinha perdido o início do interrogatório, só poderia agora esperar a mãe sair e perguntar ela mesma. Despediu-se de sua mãe como costume e olhou para Daniel.

- Então... - começou Jenny ainda olhando para um Daniel cheio de adubo - eu não sei se isso pode ser só coisa sua, mas você poderia me explicar o que foi que houve?

- Briguei com minha mãe, meus irmãos acabaram escutando tudo.

- Por que você veio pra cá?

- Eu queria ver você.

No início Daniel queria sim ter visto Jenny acordada naquela noite, mas se tivesse, ele não teria se lembrado de tudo o que tinha acontecido. Nunca iria se lembrar do jeito que Maria abraçava a sua barriga, como se tivesse que ter o maior cuidado com ela. E Daniel idiota do jeito que ele era, só pensava que ela estava com alguma doença. Se ele soubesse dessa gravidez ele teria ficado com ela? Essa pergunta não estava saindo da sua cabeça.

- Ah... - Jenny começou a corar, tentou arrancar o resto do esmalte de suas unhas, mas percebeu que já tinha feito isso, ficou olhando para suas mãos e pensando qual seria a nova cor que ela iria pintar. Ficou ainda mais corada quando se lembrou da conversa que tivera com a sua mãe. Pensava muito que ele não iria mais querer ela -... me ver? - Continuou. Queria escutar mais do que ele tinha a dizer.

Daniel ficou grato com a mudança do assunto. Ainda não era o momento certo de contar para Jenny o que tinha acontecido realmente naquela noite. Quando ele conversasse com a fonte, e ele teria que fazer isso, dia menos dia, ele teria alguma coisa palpável para falar à Jenny.

-Sim, você me dá certa paz, queria ver o seu sorriso ontem - Daniel foi falando e enquanto Jenny ia sorrindo ele ia beijando-a fazendo o caminho das suas bochechas até seus lábios - olha aí, não tem remédio melhor.

- Assim você vai me deixar sem jeito.

- Aí eu teria ganhado o meu dia... O que é isso? - Algo estava puxando a bermuda de Daniel. O puxão não era constante, a coisa, ou melhor, Spook estava tentando alcançar o pequeno pedaço de pano que tinha ficado ao seu alcance, mas quando ele conseguia, não tinha força suficiente para ficar segurando, então o soltava.

- Spook, pare com isso - Jenny tirou o pequeno raivoso e colocou-o em seu colo - eu acho que ele está se sentindo meio sozinho ultimamente. Eu estou dando muita atenção a você Daniel, é isso que ele deve estar pensando.

- Spook, você não pode tê-la só para você, vamos fazer assim, eu fico o dia todo com ela, enquanto isso você fica de noite, tomando conta dela, o que você acha?

Spook latiu e depois começou a lamber a mão de Daniel.

- Acho que ele concordou. Então, vá se arrumar - Daniel levantou-se e foi lavar as mãos da baba que estava e suas mãos.

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