Treze - Lembranças

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"Lembrança é quando, mesmo sem autorização, o seu pensamento reapresenta um capítulo." Adriana Falcão


Que dia fora aquele! Era o que Jenny pensava constantemente depois do dia da fazenda.

Ela estava em seu quarto deitada, de barriga para cima, agarrada a um ursinho cinza e rosa que o seu pai lhe dera aos cinco anos. Olhar o teto não deixava Jenny muito sonhadora, e era isso que ela queria fazer, sonhar.

A mobília de Jenny era simples, mas do mesmo jeito demonstrava certo charme e serenidade. O seu guarda-roupa era de um branco-cinza. Ela tinha uma penteadeira com um espelho centralizado, os seus lados tinham presilhas, enquanto em cima do móvel todos os perfumes que Jenny continha. Um tapete redondo lilás ficava no meio do quarto, sua cama estava coberta de ursinhos de pelúcia, o notebook mau era visto entre eles.

A calma nesse instante tocou a memória de Jenny e ela voltou a lembrar-se do dia anterior. Do avô de Daniel, ele era um belo senhor, muito gentil e que tinha ficado só por conta do que o seu filho fizera com a senhora Hepburg, que agora Jenny sabia chamar-se Judith. Jenny não achava certo o que o pai de Daniel fizera, mas tentou disfarçar ao máximo a sua indignação.

Lembrou-se de Dean e de como ela ficou feliz em vê-lo, tinha alguma coisa naquele menino que deixava Jenny feliz, deve ser por que ele irradiava energia.

- Jenny, venha comer!

Gritou a senhora Waltson da cozinha.

Ainda era de manhã e Jenny ainda estava vestindo seu pijama. Um short verde claro, com uma blusa de alça branca, a blusa tinha o desenho de um cachorrinho.

Spook!

Jenny tinha esquecido que agora teria um novo morador em sua casa, mas onde será que ele estava?

Procurou por todo o quarto, mas não conseguia encontrá-lo, até olhar embaixo da cama. Spook ainda dormia, ele estava de barriga para cima e Jenny decidiu não acordá-lo.

- Já vou, mãe! – Respondeu Jenny à sua mãe.

Com muito cuidado ela limpou a bagunça que Spook tinha feito em seu quarto depois foi tomar banho. Colocou um vestido azul-claro tomara-que-caia, escovou os dentes e foi encontrar sua mãe na cozinha.

Quando desceu o cheiro de macaxeira frita estava em todo lugar, o que fez o estômago de Jenny revirar de fome.

- Bom dia, mãe!

Jenny diminuiu seu espaço com a sua mãe dando longas passadas, deu-lhe um beijo na testa.

- Bom dia, Jenny, eu achei que você não iria mais descer.

A senhora Waltson colocou o café da manhã para Jenny e foi sentar-se ao lado da filha.

- Eu estava muito cansada, a senhora sabe que eu cheguei tarde ontem em casa e, pelo visto, demorou para o meu corpo recuperar as energias.

- Você anda saindo muito com esse rapaz – a senhora Waltson bebeu o seu costumeiro chá e ficou olhando para Jenny como que em busca de uma confissão.

- Não só com ele, mãe, mas também com os Jenseys, que são os trigêmeos.

A senhora Waltson fez uma cara de desânimo com a resposta que recebera de Jenny e voltou a beber o seu chá, dessa vez sem olhar para Jenny.

Jenny que não era muito acostumada em falar tudo o que tinha feito no dia para a sua mãe, começou a falar do dia na fazenda.

- Nós fomos para a fazenda do avô de Daniel, ah! Dean, o irmão de Daniel também estava lá, nossa intenção era comer maçã, mas acabamos sem fazê-la.

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