|VINTE E NOVE| - A ÚLTIMA ESPERANÇA.

Začať od začiatku
                                    

Suspiro frustrada, olhando ao relógio e constatando que se passa das onze horas da manhã. Meu pai se mantém trancado ao quarto desde da noite anterior, e percebo que deixá-lo sozinho, infelizmente, é o melhor diante as circunstâncias.

Revejo as minhas últimas mensagens enviadas a Harry, sentindo um aperto forte em meu peito. Jogo o celular na cama, bufando insatisfeita, voltando em direção a janela, me atentando na edícula na esperança de ver algo que notifique a presença de Harry.

Nada. Não há nada.

Desisto de ficar somente no aguardo e penso em fazer algo para além disso. Sei que Harry irá me ignorar, não por falta de razão, eu admito. Porém, não consigo ficar nessa agônia, da qual eu sinto que não ficarei livre tão cedo. Revejo minhas opções, e opto por esperar por Harry na edícula, assim, mesmo que ele deseje, não conseguirá me ignorar por muito mais tempo.

Caminho apressada para fora de meu quarto, sem deixar de notar que a porta do quarto de meu pai permanece fechada, indicando sua falta de ânimo para sair da cama. Passo pela cozinha, ido em direção a porta dos fundos. E respiro fundo, tomando coragem em minhas ações, analisando a edícula a minha frente. Tudo está tranquilo e calmo, o que contrapõe totalmente os meus sentimentos.

Doou leves batidas na porta, chamando pelo nome de Harry, porém nada e nem ninguém se manifesta. Minha mão vai em direção a maçaneta, a girando, e consequentemente a abrindo. Mostrando que Harry não havia se importado de trancar a fechadura na noite anterior.

Fico estática, enquanto a porta se abre revelando todo o ambiente, sem saber se devo prosseguir ou voltar para o meu quarto. Penso que a segunda opção não cabe muito bem a mim, então, opto pela primeira. É estranho estar aqui, sem a presença de Harry, e pela primeira vez não sinto a necessidade ou a curiosidade de bisbilhotar em suas coisas.

Sou dominada pelas lembranças das noites que passamos juntos aqui, de seus toques em minha pele, de seus lábios carnudos e seus beijos doces. Sinto o remorso dominar meu coração mais uma vez, e seguro para não chorar aqui. Respiro fundo, olhando para o teto, na incerteza do porque eu fico tão sentimental quando o assunto envolve Harry.

Ele tem esse efeito estranho sobre mim, que me instiga em evidenciar as minhas melhores qualidades e os meus piores defeitos. É como se fosse tudo ou nada, nunca em um meio termo. E já não sei mais discernir se isso realmente seja algo bom em minha vida.

Me sento ao sofá, deitando minha cabeça ao encosto e fechando os olhos, em uma tentativa de espairecer as minhas inúteis conclusões. É óbvio, o quanto sou confusa diante meus sentimentos com Harry, é algo inconstante, uma hora tudo está bem e de repente se quebra, destruindo aquilo que havia sido construído antes.

Minha vida amorosa definitivamente nunca foi algo positivo em minha vida. E a bela cidade de Ventura não contribui muito bem para isso, primeiro com Sean, uma leve ressalva para Louis e em seguida Harry, sem mencionar, logicamente os seres que completam a lista anteriormente.

Deixo uma risada irônica escapar por entre meus lábios, percebendo que eu sou péssima quando o assunto é a escolha de homens. Talvez, eu devesse mudar os meus horizontes, buscar novas perspectivas. Mas, aquele velho ditado de minha mãe invade meus pensamentos, 'Você atrai, aquilo que emana'.

Em outras palavras, eu atraio somente confusão e problemas em minha vida, talvez, porque eu seja somente confusão e problemas.

Suspiro, sentindo a falta de minha mãe e o quanto um conselho seu seria importante. Contudo, ligar para a senhora Grace, está fora de cogitação. Pois, ela iria querer saber tudo aos mínimos detalhes, algo que eu estou passando longe de se acontecer.

O SEGREDO DA NOITEWhere stories live. Discover now