Ruim com ela. Muito pior sem ela.

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N/A/I Último clipe Sempre choro, mas como diz o Louis na música (a parte que eu começo a chorar) "This is not the end" e esperamos que não seja mesmo ❤. Aproveitem o capítulo e o clipe ;) ❤

" Preste bem atenção, espero que você escute
Porque eu estou desprotegido
No momento, estou completamente sem defesa..."
- If I Could Fly, One Direction.

Começamos a andar pelas areias quentes do deserto. Em algum momento, enquanto saía do mar, perdi meus sapatos, e mesmo a Perrie dizendo que poderia fazer aparecer novos e mais bonitos, resolvi ficar descalça. A maioria das pessoas estavam desalças, eu já não estava muito machucadas quanto elas (a maioria achava que era milagre de Deus a nossa proteção para que pudéssemos ajuda-las), então o minimo que podia fazer era enfrentar a areia quente nos meus pés.

Olhei para trás e vi o Louis. Ele carregava a garotinha que havia se recusado a falar com todo mundo, após perder a mãe na queda. Ambos sorriam como se estivessem partilhando uma boa piada deitados na beira da praia curtindo a brisa do mar. Bom, eles tinham a piada e a praia, só faltava a brisa fresca. Na verdade, só falava qualquer vento. Parecia que não ventava, a areia estava tão parada, como se nunca tivesse sentido nada mai que calor.

-Aqui já nevou, sabia? - Perrie falou ao meu lado, ela parecia otima para quem tinha acabado de cair de um avião e estivesse andando pelo deserto. Claro, ela é imortal - No Cairo, onde estamos. Por isso acho que estamos proximos de alguma aldeia, ou quem sabe até mesmo do centro da cidade.

-Isso seria otimo, então poderiamos ir direto para o hotel, tomariamos um banho, depois iriamos tranquilamente a piramide, esperariamos ela fechar e abririamos o portal - Felícia falou, do meu outro lado.

-Claro, então podiamos depois abrir um portal para o Rio de Janeiro, e curtir a bela praia de Ipanema, depois de visitar o Cristo Redentor - Perrie falou, logo revirando os olhos - Não vai dar tudo certo assim. É bem provavel que assim que chegarmos na cidade, nos prenderem - Perrie falou a ultima parte baixa, mesmo não sendo muito simpatica com os passageiros, ela não queria assusta-los.

-Eu só estava querendo ser otimista - Minha prima disse. Ela estava com os cabelos presos por um pedaço de pano, que claramente rasgou de sua camisa, e estava cansada, não só pela caminhada que nunca acabava, mas também pelo feitiço. Eu tambem estava exausta.

-Não comecem a brigar, guardem o folêgo para a caminhada - Falei e assim ficamos, em puro e nada relaxante silêncio.

Caminhamos por mais ou menos duas horas, e cada vez mais o panico e sede dominavam. Um homem desmaiou depois de uma hora de caminhada, o que nos fez ter que parar por trinta minutos para improvisar uma maca com uns tecidos que haviamos recolhido. A Perrie, que parecia não se cansar e muito menos sentir sede, não parava de reclamar enquanto ajudava o Louis a carregar o homem.

O Louis também não estava nada bem. Não falava muito, como todos nós (menos a chata da Perrie), e estampava cansaço em seu rosto. Se não fosse a pequena Helena (com H, como ela havia ressaltado), acho que ele ja teria desistido. A garota vivia contando piadas engraçadas, e até mesmo os passos da garota faziam o Louis sorrir. Mas sempre que olhava para Perrie sua expressão era estranha para o Louis, como se aquilo fosse errado e não devesse estar acontecendo.

-Alguma coisa de errado? - Perguntei a ela, fazendo-a me encarar.

-Não - Ela me cortou e voltou a olhar para frente, ainda carregando a maca com o homem ainda desmaiado. Por um momento me perguntei se ele ainda estava vivo, mas a Perrie garantiu que sim. "Não sinto o fedor daquele ser repugnante. Bom, pelo menos ainda não", ela havia dito, depois se calou.

-Eu sei que tem. O modo como você olha para aqueles dois, é estranho - Ela suspirou, irritada com minha insistencia.

-É que, não sei, eu sempre vigiei o Louis quando ele estava na Terra, sabia quem ele via, e... - Ela olhou para o lado, garantindo que ele não nos escutava, mas ela estava distraido com alguma brincadeira com a menina - Há alguns anos, quando ele ainda era criança, no Natal, ele achou um jeito de fugir do castelo. Eu soube e fui atrás, com medo de que algo pudesse acontecer, mesmo sabendo que era impossivel. Então, quando ele estava andando pelas ruas, ele encontrou a Helena. Eles tinham nove ou dez anos, e tiveram uma conversa boba de criança. Eu já sabia que esse encontro iria acontecer, sempre aconteceu, mas... - Ela olhou novamente para a garotinha que pulava feliz pelas areias - Essa garota é identica a ela. Os cabelos, os olhos, o rosto, a voz... Tudo.

-O Louis deve saber, por isso ele se apegou a garota - Falei, mas ela discordou.

-Tenho certeza que ele não sabe. Ele não aparentou nenhuma surpresa ou duvida ao ver a garota.

-Como ele não se lembraria? - Perguntei e ela balançou a cabeça novamente.

-Eu também não sei. Ele deveria lembrar, essa deveria ser uma memoria fresca em sua cabeça - Ela suspirou novamente, mas dessa vez parecia confusa - Do mesmo jeito que ele deveria lembrar disso ela não deveria existir. Tem algo fora do comum aqui, pois se essa garota existe, significa...

-Que existe outro dele - Conclui e ela afirmou - Então quem está ocupando o outro garoto.

-Não tem - Ela falou - Significa que esse garoto morreu, pois esse é o destino dele. Mas se ele morreu, a vida dessa garota ficou desequilibrada.

-Então é algo bom, pois ela não terá uma maldição a seguindo - Falei, mas Perrie discordou.

-Na verdade não. As maldições são ruins, mas existem coisas piores que isso. Essa garota terá um destino muito pior do que o das outras Helenas. Ela não terá sorte nenhuma, e todas as pessoas que ela ama, não sobreviverão por muito tempo - Perrie olhou para a garota, claramente com pena - A morte de sua mãe, ela deveria ter morrido também, mas ficou. Existem torturas piores que a morte. Essa alegria que ela está tendo com o Louis, bom, provavelmente será a única dela - Perrie me encarou, depois desviou o olhar e não falou mais nada, claramente indicando que o assunto estava encerrado.

Olhei para a garotinha que havia voltado para o colo do Louis, que trocará o cargo de carregar a maca com outro homem. Os dois conversam e aquilo me parecia tão certo e tão errado ao mesmo tempo. A pobre garota mal podia imaginar que aquele com quem ela conversava estava predestinado a ser o amor de sua vida, mas que não podendo ser, sua vida foi condenada a tristeza e perdas. Do mesmo jeito que nenhuma Helena podia imaginar o destino que a vida havia escrito para cada uma delas.

"Não foi a vida, fui eu, você sabe disso. E você sabe que posso fazer muito pior. Desista Melissa, se não mais Helenas nascerão no mundo. Ela não é a única. Eu queria mostrar o que vocês estão causando. Desequilíbrio. Pare de interferir no que já foi predestinado, não se pode mudar o destino" Zayn falou em minha mente, fazendo minha dor de cabeça aumentar.

"Como você mesmo disse, a culpa é sua. E acho que podemos mudar uma ação feita por um humano" Falei em minha cabeça.

"Irei te provar que não sou humano" Ele falou, e logo senti sua presença ir embora.

Provar que não era humano? Isso não soava muito bem.

Mas antes que pudesse imaginar o que se passava na cabeça do demônio de couro um barulho de motor invadiu o silêncio do deserto. Parecia estar perto, logo atrás das dunas.

-Finalmente alguma ajuda! - Uma mulher gritou.

-Torça para que seja realmente ajuda - Falou Perrie assim que a caminhonete apareceu no topo da duna.

Curse of lifeWhere stories live. Discover now