Capítulo 6

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Bati na porta, já que estava sem a chave. Odiava acorda-la, principalmente por ela acordar cedo. Bati na porta fazendo um ritmo engraçado. Nada. Bati de novo. Nada, mais uma vez. Tentei a maçaneta. Dessa vez a porta abriu, fiquei preocupada, ela nunca deixava a porta aberta.
Passei a mão pela parede, procurando o interruptor. Acendi a luz, e me deparei com minha mãe dormindo, sentada em sua poltrona com um cobertor lhe envolvendo do seu colo ao último dedo do seu pé. Apaguei a luz para não lhe acordar, mais isso foi quase impossível. Meu pé machucado estava doendo bastante, então estava mancando e bati meu pé no maldito jarro da minha mãe que ficava no corredor, com isso bati o jarro na parede e fez um barulho enorme à ponto de...
- Mila? É você? - perguntou uma versão sonolenta da voz de minha mãe.
- Sim mãe, sou eu. - respondi.
- Que horas já são?
- Acho que um pouco mais de 20:30.
Respondi ela, pelo visto Anne tinha um compromisso bem sério amanhã, já que o nome Anne e pontual nunca eram ditos numa mesma frase.
- Como foi lá no parque?
Esse era o ponto que eu não queria que ela chegasse, falar sobre a briga e falar que eu me machuquei não era um bom assunto. Mas ela iria saber de um jeito ou de outro...
- Foi bom. Fora uma briga e um leve arranhão na minha perna. Só isso nada demais.
Eu não sabia mentir, e minha mãe sabia identificar onde havia uma mentira, por mais que ela tenha sido bem planejada.
- Traz sua perna aqui pra eu dar uma olhadinha. - ela disse já levantando.
Caminhei pelo corredor até a sala.
Ela acendeu a luz e olhou minha perna.
- Por Deus. Mila! O que foi isso na sua perna? - perguntou D. Eliza com seus olhos arregalados em minha direção.
- Acho que foi uma pedra. Eu não vi. Só senti a dor agora.
Ela saiu da sala até seu quarto
Quando voltou foi com sua maleta branca de primeiros-socorros. - Bem, vamos dar um jeito nisso - disse minha mãe olhando para o corte em minha perna.
Ela colocou a maleta sobre a mesa pegou um pedaço de algodão e passou algo parecido com água na ferida, mais não era por quê doía mais do que uma água normal. Emiti um som entre os lábios, algo parecido com um gemido. Mais minha mãe não se importou, continuava passando o algodão e mais várias coisas que não sabia distinguir.
No final ela disse que o corte não necessitava de pontos, por quê o corte foi superficial e por minha incrível sorte de não ter infeccionado.
- Obrigado Mãe.
Agradecida com um sorriso no rosto e olhando pra ela.
Eu a admirava, ela era uma mulher forte e o tempo não levava sua beleza e força que ela tinha.
- Não foi nada minha querida. - ela respondeu levantando e pegando a maleta para leva - la de volta ao seu lugar.
Levantei e fui meio que arrastando minha perna até o banheiro para tomar um banho e descansar um pouco para mais outro dia.
Tomei um banho rápido, escolhi uma camisola e me deitei, não demorou 10 minutos pra eu dormir. E sonhar.
No meu sonho eu estava num belo campo, parecia estar na primavera. E eu amo flores. Estava vestindo um vestido longo, mais leve, com as minhas cores preferidas verde, amarelo e azul. Mais não era qualquer amarelo era como o pôr-do-sol, e um azul claro, como o céu matutino. Alguém segurava minha mão, levantei minha cabeça para ver quem era. Era ele o homem de olhos verdes de parque ele estava ainda mais bonito, sem camisa e uma calça jeans, seu cabelo estava molhado lhe caindo no rosto, seus olhos estavam ainda mais verdes do que eu tinha visto mais cedo. Mais ele não olhava pra mim, ele apenas olhava para o horizante. Segui seu olhar e percebi que não era à toa que ele não desviava o olhar. A vista era de tirar o fôlego, tantas flores, de tantos jeitos diferentes que eu desconhecia mais da metade. Havia vários cavalos em pastos mais distantes, borboletas apareciam do nada e tornavam tudo mais perfeito. Olhei para o cara de olhos verdes e sorri, e ele retribui o gesto. Quando torno à olhar o campo, tudo mudou não tem mais árvores, nem flores, nem pastos, mais nada. Surgiu um incêndio que consumiu tudo! Olhei desesperada ao meu redor e os olhos verdes sumiram, no lugar onde ele estava tinha uma tocha que estava bem acesa e não fazia questão de apagar tão cedo. Onde havia as borboletas surgiram morcegos, vários deles e enormes. Eu corri, mais estava cercada pelo fogaréu. Estava sufocando, pra piorar todos os morcegos vieram para cima de mim. Tentava gritar mais minha voz não saia. Caía de joelhos e desabei em lágrimas, não conseguia emitir nem um som sequer.
- Deus, por favor, faça isso parar - tentei dizer, mais não saiu nenhum mísero som de minha boca.
Aquilo estava insuportável.
- Não! - tentei, mais nada. Vamos lá Mila, mais uma vez.
- Não! - nada.
- NÃO!
Finalmente consegui acordar( e provavelmente acordei a vizinhança toda). Aquele pesadelo foi terrível, nunca tinha visto nada parecido antes.
Aquilo já estava me preparando para o que estava por vi, daqui em diante.

TestadosWhere stories live. Discover now