Capítulo 4

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- Não dá pra você me dizer depois, Anne? Você mesmo disse que queria entrar logo pra sua maquiagem não desabar! - falei, me lembrando do seu desespero - Ah, e você esqueceu de me dar o dinheiro para a entrada.
- Ai, foi mesmo! Mais não se preocupe eu pago o lanche. Agora você vai se sentar ou não para ouvir o que eu vou lhe propôr? - Disse Anne, com um leve desespero na voz.
- Okay. - Falei já me sentando no banco de madeira, que ficava em frente à uma barraquinha de churros.
- Bom, - começou Anne - quando você disse que sentiu uma sentiu uma sensação estranha, quando viu o que Harry Moretz disse sobre "Testados", eu não queria confessar mais assim que eu vi aquilo pensei logo no fim da nossa amizade. Não me julgue! Nem sei por quê eu pensei nisso, mais foi a primeira coisa que me veio à cabeça.
Então eu gostaria de lhe sugerir algo para selar nossa amizade.
- O que você tem em mente Anne? - perguntei atônita, o que será que se passava na cabeça da Anne?
- Eu pesquisei na internet e vi que o menos doloroso é....
- Fala logo Anne! Você está me deixando nervosa!
- O menos doloroso é o pacto de sangue! Pronto, falei!
Eu não acreditei quando Anne disse que queria que fizéssemos um pacto de sangue, eu que devia fazer isso, já que Anne nunca acreditara em magia, bruxos e tudo desse tipo. Mesmo assim resolvi fazer uma pergunta:
- Por quê você quer fazer isso Anne?
- Por que você é minha única amiga! E eu tenho medo de perder nossa amizade. Então você topa? Se não quiser, eu vou entender.
Pensei em tudo o que eu fiz de interessante na minha curta vida até agora. Não havia nada! Nada pra contar pros meus futuros filho, netos, bisnetos... A chance estava ali na minha frente, e eu não ia disperdiça - la.
- Eu topo. - Disse, quase não escutando minha própria voz.
- Sério mesmo? Você topa? - perguntou minha amiga exibindo um enorme sorriso.
- Eu topo, não quero ser uma adolescente careta. Como conheço você bem o suficiente, aposto que já trouxe uma lâmina antes mesmo de saber se eu ia aceitar. Adivinhei? - falei exibindo um sorriso irônico.
- Com toda certeza! - ela falou retirando do bolso da frente de sua jardineira um saquinho pequeno e transparente. Ela me entregou o saquinho, por fora eu vi que tinha um pedaço pequeno de metal com um lado afiado. Entreguei o saco pra ela, que recebeu de bom grado.
- E agora? O que fazemos? - perguntei.
- Minha mãe fez uma vez e ela teve que falar um texto enorme que eu resumi em "Juro ser sua amiga para sempre" e depois encostamos os dedos que devem estar cortados e juntos na hora do juramento e selamos nossa amizade. Simples assim!
Okay - respondi ela e dei um suspiro. - Vamos acabar logo com isso.
Ela cortou seu dedo e depois me passou o metal olhei para o meu dedo indicador e passei a parte que cortava do metal por cima da minha pele. Foi como uma picada, o sangue demorou um pouco para aparecer e quando apareceu mostrei - o à Anne que na mesma hora juntou o meu dedo com o dela. Pode ter sido até movida pela primeira "adrenalina" que eu havia sentido, mais eu posso jurar que senti meu sangue e o da Anne se misturar.
Dissemos em uníssono o juramento que ela havia encurtado soltamos os dedos e agora podíamos confirmar, nossa amizade iria durar para toda à vida!
- Ai. Meu. Deus. Não acredito que fizemos mesmo isso! - Anne disse, senti cada letra sair de sua boca.
- Nem eu! Pelo menos meu dedo não esta doendo muito.
- O que você quer fazer agora?
Perguntou Anne.
- Que tal a montanha russa? - sugeri.
Ela concordou com a cabeça.
Seguimos para a montanha russa, Anne já tinha conversado com, no mínimo, uns 3 garotos. E de acordo com ela nenhuma tinha sido aprovado.
Anne era uma garota sonhadora e romântica, até que o idiota que ela gostava machucar seu coraçãozinho.
Ele tinha beleza mediana e por mensagens aparentava ser um verdadeiro poeta. Até que um dia sua mãe pediu para ela ir ao mercado fazer umas compras, quando ela chegou lá, se viu em transe o tal garoto estava acompanhado, por ninguém, ninguém menos que uma das piores pessoas do mundo: Clary.
Seu coração se machucou, mais se despedaçou assim que ela viu o idiota beijar a Clary por livre e espontânea vontade. Ela ficou em prantos, mais cansada de se ver daquela maneira prometeu não se iludir mais com garoto nenhum e ela cumpriu. Hoje em dia ela faz é rir quando lembram ela daquilo, afinal o tal idiota e Clary namoraram por 2 meses até a Clary trair o Lucas( nome do idiota) com seu melhor amigo. Lembrar aquilo era bom, por quê eu me lembrava o quanto eu tinha uma amiga forte.
                                ***
Estávamos na fila da montanha - russa que estava uma fila enorme, tinha umas 40 pessoas na nossa frentes, ou seja, andar na montanha - russa era considerado um milagre, pois você tinha que chegar um dia antes(estou falando a verdade, juro!).
Anne conversava com um garoto de 20 ano que estava atrás de nós, e incrivelmente ela parecia interessada nele. Virei o meu rosto em direção a barraquinha de algodão doce e vi uma menina com sua mãe. Elas duas me lembravam eu e minha mãe quando ela trazia no parque, ela sempre comprava algodão doce, andávamos no Carrossel e...
-Aí!- gritei quando algo atingiu minha perna.
Anne me olhou assustada e olhou para o final do parque.
- Briga!Briga! - gritos ecoaram, um alvoroço surgiu, e outra multidão corria em direção a saída.
- Vamos Mila! Corre! - disse Anne já correndo lá na frente.
Corri atrás dela, tentando alcança - lá.
De repente, meu pé tropeçou numa pedra e levou todo o meu corpo junto. Levantei os braços sobre o rosto pras pessoas não me pisotearem. Senti alguém puxando meu braço.
- Segura na minha mão, vem levanta daí! - uma voz masculina disse me puxando. Obedeci, ou era isso ou ser morta pisoteada.
Me levantei e me deparei com o par de olhos mais lindos que já vi, mais lindos e perigosos...


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