Capítulo 3:

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O que será que era "Testados", o apresentador Harry Moretz havia dito que logo mais teríamos notícias, então o único jeito era esperar até a TV ligar sozinha outra vez.
Liguei para a minha mãe para avisar que ia sair com a Anne.
O celular tocou quatro vezes até ela atender:
- Oi filha, já ia te ligar!
- Oi mãe, liguei só pra avisar que vou sair às 18 horas.
- Vai sair com quem e para onde, mocinha?
- Com quem mais eu sairia mãe? Com toda certeza é com a Anne!
- Sim, mais vocês vão para onde? Shopping, show, cinema, lanchar...
- Vamos para o parque. Eu vou deixar a chave no lugar de sempre.
- Okay, talvez eu chegue mais cedo, então acho que não vai ser preciso.
- Tá certo. Te amo mãe.
- Também te amo, meu amor.
Até mais tarde.
- Até.
E encerrei a chamada.
O relógio mostrava que ainda faltava 5 minutos para às 15:30.
Ou seja, tempo mais que suficiente pra dormir, configurei o celular para alarmar às 17 horas e 20 minutos, até lá eu ia fazer o que sabia fazer de melhor, DORMIR.

***
Escutei a buzina do carro da Anne, e vi que surpreendentemente ela não havia se atrasado muito.
Saí de casa, tranquei a porta e deixei a chave dentro do vaso de orquídeas, o lugar onde eu sempre colocava quando saía e minha mãe não estava em casa.
Entrei no carro da Anne, ela colocou os óculos em cima da cabeça e me olhou de cima à baixo.
- Que bom ver que você está vestida como um ser humano - Anne disse, e sua boca se curvou num sorriso irônico.
- E que bom ver que você está de bom humor! - ela deu uma risada e depois mostrou a língua.
Mas ela estava certa, eu estava com uma roupa bonita, uma saia jeans rodada que ficava um palmo acima do joelho, um cropped preto e uma sapatilha, achei até meio formal demais só para uma volta no parque...
- Você viu a notícia sobre aquilo, como é o nome mesmo... Ah, lembrei! "Testados". - Anne disse interrompendo meus pensamentos.
- Claro que vi! A TV ligou sozinha e eu fui ver o que era. O que você acha que será? - perguntei.
- Não sei, deve ser alguns testes, provas ou coisas do tipo.
- Deve ser isso mesmo, quando anunciaram na TV, senti algo estranho. - disse me lembrando o que eu havia sentido mais cedo.
- Mila, quando a TV liga sozinha, todo mundo sente algo estranho, mais você, basta dar um vento forte e você sente algo estranho. - Ela disse sorrindo.
Eu queria rebater, mais era verdade.
Eu sempre sentia algo estranho, mais daquela vez não foi qualquer coisa, era maior do que qualquer coisa que eu já havia sentido em toda minha vida!
***
Chegamos ao parque, Anne estava procurando uma vaga para seu carro, enquanto isso eu iria comprar as entradas.
- Você vai pra fila e compra as entradas, enquanto eu procuro uma vaga.
- Okay, se encontramos perto da bilheteria? - Perguntei.
- Certo. Até mais!
- Até - sai do carro e soltei um beijinho no ar pra ela.
Estava na fila da bilheteria, tinha 5 pessoas na minha frente. Quando chegou na minha vez, eu disse:
- Duas entradas inteiras, por favor.
- Okay, deu 30 euros. - A mulher que eu suspeitava ter pouco mais de 25 anos falou, e pela sua voz, ela devia estar bastante cansada.
Lhe entreguei o dinheiro, e ela me entregou as entradas.
- Divirta - se.
- Obrigado - dei um sorriso e sai.
Fiquei esperando Anne por uns cinco minutos, até que eu a vi.
Eu a tinha visto no carro, mais não a sua roupa. Ela estava vestida com uma jardineira jeans, que as palavras "Muito Curto" eram impossíveis de descrever, um salto alto preto(embora toda a roupa combinasse com sua pele levemente bronzeada, com seu cabelo negro ondulado e seus olhos azuis irritantes), ou seja, ela estava falando a verdade quando disse que iria arranjar uns "gatinhos" para nós.
- Você não sabe o trabalho que deu para arranjar uma vaga. - disse ela se aproximando de mim.
- Oh. Meu. Deus. Anne! Quando você disse que ia arranjar uns gatinhos pra gente você não estava brincando nem um pouco!
Ela deu um sorriso e olhou para a própria roupa vendo se estava  tudo isso mesmo.
- Claro que eu estava falando sério!
E pelo visto você também quer um boy, né!?
- Eu imagina, humpf - ela me encarou e deu uma risada, que a palavra escandalosa era pouco pra definir.
- Vamos entrar? Se não minha make vai desabar! - Dei uma risada baixinha de seu desespero.
Fomos para o portão, entregamos as entradas para o rapaz que estava na entrada e olhou embasbacado para Anne, e ela fez pouco caso daquele ato.
- Pra onde vamos primeiro? - perguntei.
- Pra canto nenhum! Senta aqui. Vou te propôr um acordo.

TestadosHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin