Quer Uma Dica? - Part. 1

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Acreditem, não ter conseguido postar antes foi uma chateação dos infernos, mas tudo começou a dar errado para mim a partir do momento que:

1. Meu Facebook deu bug.

2. Eu tive que apagá-lo e tentar baixá-lo de novo, mas não funcionou, porque:

3. Fiquei sem internet e só tive acesso hoje.

Francamente? Devo ficar surpresa apenas quando algo da certo na minha vida, porque de errado sempre aparece alguma coisa.

Bem, como esse capítulo ficou com mais de 2 mil palavras, dividi ele em dois. Posto a segunda parte depois.

Boa leitura! (E espero que não tenham me xingado muito esses dias).

☆☆☆

-- Me desculpe por você ter descoberto tudo dessa maneira -- disse papai. -- Eu só queria ter certeza antes de te contar.

Samuel disse que tinha pedido a papai um tempo para que eu me acalmasse da briga que tive com mamãe e para me explicar tudo, mas que eu ligaria para ele assim que terminássemos a nossa conversa. E foi o que eu fiz. Minutos depois de Sammy ter me contado sobre a separação eminente de meus pais e me entregado o seu passado, passamos da fase de silêncio pacífico para a de "essa conversa aconteceu, mas vida que segue". Não completamente, mas deixamos toda a tristeza de lado e voltamos a normalidade parcial. Éramos duas almas quebradas, cada uma de seu modo, ele até mais do que eu, mas preferíamos deixar tudo para trás, mesmo que ainda estivesse tudo lá.

-- Eu já disse, pai, não precisa se desculpar. A notícia só me pegou de surpresa. Eu tenho que admitir que ainda é um pouco difícil de acreditar, mas está tudo o.k.

-- Helen e eu sempre vivemos por aparências -- admitiu. -- Entendo porque se sente confusa.

-- Não só pelas aparências, mas porque tudo pareceu muito repentino.

-- Mas não foi -- ele parecia cansado, mental e emocionalmente falando. -- E hoje porei um ponto final nisso de uma vez por todas. Tenho que admitir que não estou minimamente ansioso para enfrentar sua mãe. Liguei para ela, tentei conversar, mas é desnecessário dizer que Helen ficou histérica. As oscilações de humor da sua mãe me dão nos nervos.

Acredite, pai, eu entendo.

-- O que me lembra: -- ele acrescentou. -- Samuel insistiu para que você ficasse na casa dos avós dele como hóspede, mas eu passo pagar um hotel para você. Seria bem mais confortável e você daria um pouco de paz ao seu pobre pai.

Não pude evitar, acabei rindo e Sammy que estava sentado ma poltrona ao lado, zapeando os canais de televisão, me olhou com um semblante curioso.

-- Paz, pai? O que anda te atormentando? -- brinquei.

-- Sinto que estou jogando minha filha para os lobos. Aliás, um lobo só.

-- Fala como se eu fosse uma freira e Samuel a encarnação de todos os pecados, a tentação em pessoa -- se bem que ele meio que é... -- Ele não vai me devorar, papai, fique tranquilo.

Depois que eu disse isso Sammy sorriu torto, arqueando uma sobrancelha para mim e papai resmungou do outro lado da linha como se soubesse o que ele fez.

-- Isso certamente não me passa confiança alguma -- ele suspirou. -- Eu realmente não sirvo para ter esse tipo de conversa com você.

-- Eu sei o que  é melhor para mim, papai -- sorri. -- Agora é melhor eu deixá-lo trabalhar em paz. Tchauzinho.

-- Filha, você...

-- Boa sorte, papai. Eu não queria estar na sua pele -- falei e encerrei a ligação. -- Ele ainda não confia totalmente em você -- disse a Samuel.

Ele deu de ombros.

-- Não o culpo, ele é homem. Aliás, eu também desconfiaria de mim se estivesse no lugar dele, principalmente depois de eu ter me recusado a fazer qualquer promessa sobre... -- ele parou e franziu o cenho um pouquinho, depois sorriu. -- Ei, você quer uma dica sobre como descifrar as encriptações?

-- Você mudou de assunto de uma forma bem bizarra, Sammy -- ele só ficou me encarando. -- Primeiro, eu nem sei do que você está falando e segundo, o que você se recusou a prometer ao meu pai?

-- Com encriptações, eu quero dizer as mensagens dos cartões, Little Witch.

Quase pulei no sofá por animação. Eu finalmente ia descobrir o conteúdo daquelas mensagens!

-- E...? -- incentivei para que ele respondesse a outra pergunta.

-- Não vou te dizer de jeito nenhum sobre o que mais seu pai e eu conversamos. Não agora.

Bufei, cruzando os braços de frente ao peito, zangada. Ele apenas tinha uma leve expressão de deboche e divertimento.

-- Não importa o quanto tenhamos conversado hoje, você ainda tem muitas coisas para me explicar.

-- Sobre o quê? -- ergueu uma sobrancelha.

Me levantei e apontei um dedo para ele, estreitando os olhos.

-- Tudo. T-U-D-O. Principamente sobre nós, isso está entrando em um nível altíssimo de confusão e estranheza.

-- Acredite, se você não fosse tão complicada, isso já teria sido resolvido faz tempo -- afirmou com cuidado.

Sentei no sofá novamente, sabendo muito bem que ele tinha um ponto ali.

-- Ei, porque você não me diz logo o que aquelas mensagens significam? -- indaguei.

-- E perder todo o próposito inicial? Nem pensar. O espetáculo tem que continuar até o final.

-- Sabe, eu posso ser complicada, mas você é irritantemente impossível. E então? Qual é a dica?

-- Você só vai ganhá-la quando chegar mais tarde. Enquanto  estiver fazendo compras com a Rebecca eu vou dar uma passada lá na empresa para finalizar um projeto de publicidade no qual estou trabalhando, então antes disso vou deixar a dica no seu quarto. Você vai precisar de um tempo para pensar sobre, quando descobrir o que encriptações significam.

-- Sobre o quê? -- sinceramente, eu ainda tinha esperanças de que ele revelasse um pouquinho que fosse daquele mistério.

-- Você verá.

Com um mau humor dos infernos, fui pegando cada almofada que via pela frente e atirando nele, que apenas ria, zombando da minha péssima pontaria.

Loucamente Apaixonada [Completo]حيث تعيش القصص. اكتشف الآن