Stern abaixou a cabeça, em parte aceitando a explicação do pai, mas a fúria ainda dominava...Contudo, depois das longas entrevistas com os jovens lobos solteiros, vendo suas esperanças e anseios de conhecerem o amor de suas vidas naquela Páscoa, afinal anos atrás ele mesmo participara daquele grupo, entendia que a possiblidade de quebrar a aliança poderia ser devastadora...

–Meu filho, daremos tempo ao tempo. –Falou o xamã afagando os cabelos loiros do seu filho, ainda o tratando como filhote apesar da idade adulta do lobo –Creio que cedo ou tarde essa situação irá acabar... A vila dos coelhos não pode construir um governo baseado unicamente no medo e mentiras, um dia a verdade virá à tona.

–Assim espero...

Os dois seguiram para o interior da caverna, a preparação para a Páscoa ainda estava longe de terminar. As entrevistas são apenas a primeira parte do processo, depois teriam que pedir auxilio aos deuses do céu, a deusa lua e seus filhos e filhas, as estrelas, para que os guiassem na escolha dos lobos sortudos do ano. Nenhum casal era formado de forma aleatória... Mesmo sem saber daquele ritual sagrado, os coelhos do "sacrifício" teriam seus amados já predeterminados pelos deuses na vila dos lobos. Nunca, até o momento, "a escolha dos deuses" se enganou. Os casais são perfeitas combinações, os lobos confiavam quase que cegamente no destino dos seus deuses celestes.

–Bem, a Páscoa é amanha e temos que...-As instruções do xamã foram interrompidas com o barulho de risadas e potes sendo revirados e coisas caindo no chão. Stern engoliu em seco e se apressou para o interior do túnel que desaguava em espaço amplo, cujas paredes estavam pintadas com desenhos rupestres antigos da época dos ancestrais. Contudo, agora não era só os desenhos de lobos caçando suas presas que dominavam as paredes rochosas...

–Esse é o toque final! –Falou um lobinho de pelagem branca quase que prateada e cabelos loiros analisava a sua "obra de arte" na parede, acariciava o queixo o sujando com tinta colorida que usara para a sua pintura. O seu desenho era uma mistura de figuras de insetos com peixes, na verdade Stern tinha certeza que o filhote teria inventado um novo animal que unisse suas preferências.

–Owen... –Suspirou Stern, aquele era o filho de um dos seus amigos, mais precisamente Cedric e Varg, aquele lobinho sempre parecia estar no centro das confusões que envolvia os seus filhotes, ali não poderia ser uma ocasião diferente.

–Tio Stern! –Falou o menor, rabinho balançando loucamente atrás de si –Veja o que eu fiz! –Apontou para o peixe-borboleta que tinha desenhado –Bonito, não é?

–Er...-O lobo mais velho não sabia o que responder, deveria repreende-lo, pois ali era um local sagrado e não deveria ser usado para pintura de crianças.

–Não! O meu é bem melhor! –Para o desespero de Stern, um coelhinho de orelhas negras e cabelos em misto de loiro com castanho mostrava triunfante sua própria arte: Uma cenoura gigante que ocupava grande parte de uma das paredes. Aquele era Erwin, seu filho mais velho.

–Bah! –Reclamou Owen – Lobos não caçam cenouras! Esqueceu que devíamos desenhar algo que os lobos caçam?! Por isso, o meu desenho é muitas vezes melhor!

–Um peixe inseto não existe! –Contra-argumentou o coelhinho fazendo biquinho –Eles não podem caçar algo que não existe!

–Existem sim!

–Erwin está certo... Eu nunca vi um peixe inseto. –Um lobinho de cabelos ruivos rebeldes interveio, evitando que os amigos brigassem, ali estava Aubert, filho primogênito de Volk e Edgan.

–Você sempre fica do lado dele! –Rosnou Owen para o seu melhor amigo que deu os ombros e exibiu um meio sorriso, como que expressasse que não podia fazer nada a respeito, pois afinal era a verdade.

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