|VINTE E OITO| - MARÉ TURBULENTA.

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─ Mia, o que foi? ─ A voz preocupada de Louis se sobressai as outras, enquanto meu olhar o encara brevemente, passando pelo olhar de Niall, ao mesmo tempo em que ele se levanta por precaução. Entretanto, é pelo olhar de Harry que eu procuro.

O moreno se levanta, aproximando se de mim, com o cenho franzido desentendido com a minha reação. Suas mãos tocam meus braços, ao mesmo instante que suas íris verdes se conectam com as minhas. E Harry não precisa dizer nada para que eu sinta a tranquilidade prevalecer sobre os meus sentidos, e eu voltar a me sentir segura.

─ Onde está meu pai? ─ Sinto suas mãos acariciarem meus braços, e a tensão presente ao semblante de Harry se desfaz sentindo-se aliviado com a minha pergunta.

─ Ele está esperando no carro. ─ Olho intrigada a Harry, buscando entender o motivo para tal, o que ele compreende rapidamente a confusão que se manifesta em meus pensamentos. ─ A delegacia não o estava fazendo muito bem. ─ Harry é breve em suas palavras, e não basta que sejam ditas além para que eu entenda.

─ Podemos ir embora? ─ Digo, aguardando pela confirmação de Harry, que concede, dando-me um abraço e depositando um beijo sobre o topo da minha cabeça.

Percebo a aproximação de Niall e Louis, fazendo com que eu me desvincule de Harry. O loiro sorri gentil e caminha para um abraço de despedida, ele me aperta em seus braços transmitindo todo o carinho e suporte a mim. Entretanto, eu sei que na verdade, não sou eu quem realmente precisa de apoio nesse momento.

─ Fique tranquila, se eu souber de algo pode ter certeza que você será a primeira a saber. ─ Niall diz ao pé do meu ouvido, logo se afastando e sorrindo amável. Aceno com a cabeça concordando, em um sorriso fraco, enquanto Louis se despede em um rápido abraço, depositando um beijo em minha bochecha.

─ Se precisar de algo, pode me ligar a qualquer momento. ─ Louis acalenta meus braços e eu sorrio agradecendo por toda a atenção, sinto a mão de Harry se apoiar em minhas costas, fazendo com que Louis se afaste, sem dizer nada, mas lançando a Harry seu olhar debochado.

Ignoro a situação, buscando pela mão de Harry, o guiando para fora da delegacia o quanto antes. Eu já estou farta desse lugar, e não quero ficar aqui nem por mais nenhum segundo. Caminho apressada, e Harry tenta acompanhar meus passos, olhando para mim, na certeza de que tudo está bem comigo.

Sinto uma calmaria, ao finalmente poder ver meu pai dentro da caminhonete preta de Harry, que mantém os vidros abaixados, estando estacionada a alguns metros de distância. Apresso ainda mais os meus passos, chegando rapidamente ao veículo. Busco pelo olhar de meu pai e ele sorri gentil, tentando esconder o medo e a dor que ainda se destacam em seu semblante.

Adentro a caminhonete, sentando-me ao seu lado, e pegando em sua mão, ao mesmo instante que depósito um beijo amoroso em sua bochecha, o confortando em meus braços. Meu pai segura o choro, respirando fundo, e eu sinto o meu coração se partir ao vê-lo daquela maneira.

Harry rapidamente liga o veículo, dando partida, nos levando para longe da delegacia. Todo o trajeto é feito em silêncio e ninguém ousa dizer nada, sabendo que a melhor condição para o momento é a quietude que se instala sobre nós. Não demora para enfim chegarmos, e sinto de imediato o alívio percorrer por meu corpo ao avistar a minha casa.

Desço do veículo, vendo meu pai respirar fundo, tomando coragem para seguir em frente. Seu olhar está triste, fugindo de qualquer contato que possa a vir fazer comigo, e eu percebo o quanto ele deseja ficar sozinho. O ajudo a descer, devido a bota-ortopédica que o priva de alguns movimentos.

O SEGREDO DA NOITEOnde histórias criam vida. Descubra agora