O Rei do Inferno (Romance Gay)

Capítulo 3

-A sua dose de remédios foi alterada, mas eu não estou feliz com isso, Felipe! A dose prescrita antigamente estava fazendo efeito, suas visões tinham desaparecido e agora voltaram, e muito mais fortes. Você me contou que vê um homem que te perturba todas as noites e isso nunca ocorreu, você sonhava com o "inferno" sim, mas eram sonhos diferentes, nunca existia a mesma coisa ou pessoa nos sonhos, nada era repetido. Sinto muito te informar mas se essa nova medicação não fazer o efeito desejado você terá que ser internado numa clínica de terapia intensiva para tratamento neurológico e psiquiátrico. - Olho assustado para o meu médico. Internado? Eu nunca havia chegado a esse ponto. Os médicos acreditavam sim que eu tivesse algum tipo de desvio mental ou alguma coisa parecida. Agora uma clínica? Então se eu fosse para lá eu poderia ser considerado doente mental? Eu estava tão confuso que já estava pensando bobagens e sendo preconceituoso.

Concordo com a cabeça sem forças para dizer qualquer palavra ou frase. Ele me olha com uma cara de pena que não consigo encarar por muito tempo, me levanto e saio andando apressado para a rua, assim que estou do lado de fora corro como se estivesse sendo perseguido. Corro, corro e corro. Quando entro em casa as lágrimas começam a escorrer.
- Eu não sou doido! - repito diversas vezes numa tentativa de me auto convencer. Tudo bem que ninguém é doido, existe apenas pessoas que precisam de ajuda psiquiatra. Mas estou tão chateado que nem filtro meus pensamentos. Pego uma pílula e tomo, esses sonhos tem que parar de qualquer jeito. Eu não vou ser internado!

- Deus, ou força superior que rege o mundo, por favor faça com que esses sonhos sumam, me livre deles. Eu quero seguir com uma vida normal. Por favor... - me levanto do chão aonde estava de joelhos. Eu tenho fé e sei que esses sonhos vão desaparecer. Aproveito que hoje é meu dia de folga e vou para o fogão preparar um chá de camomila, o faço e pego um livro de poesias para ler. Faço isso fingindo uma tranquilidade e normalidade que estou longe de estar sentindo.
Não consigo me concentrar no livro. Não adianta, quando sua cabeça está cheia de algum problema não existe distração no mundo que te faça esquecer. Deixo o livro de lado e me deito na cama, pensando em tudo que aconteceu comigo, de como eu era feliz antigamente. Meus pensamentos, sem minha permissão vagam para o homem misterioso que aparece nos meus sonhos. Não posso negar, apesar de ser um pesadelo do qual eu tenho fé que irá sumir, esse homem é muito atraente. E sei que se ele fosse real eu o desejaria...
Balanço a cabeça assustado com essa idéia e com o rumo que meus pensamentos tomaram. Apago as luzes e tento dormir. Rezando silenciosamente para que essas visões desapareçam.

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Capítulo Revisado

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