Capítulo 7

10.2K 993 52
                                    


Estou deslumbrada com sua proximidade.

Eu já estive perto antes, mas não assim, com ele tão subordinado ao meu escrutínio. Seus olhos dourados brilham em desafio, porém como numa lap dance tradicional, suas mãos estão longe.

Por um momento eu me sinto meio perdida com aquela inversão de papel, minha hesitação dura apenas alguns segundos, pois a constatação de que ele está ali, a meu dispor, embriaga meus sentidos.

Sentindo-me destemida, levo as mãos até seu rosto magnífico.

– Você é lindo – murmuro quase num fervor religioso, assombrada com sua beleza perfeita e toco as manchas escuras embaixo de seus olhos – você não dorme.

– O dinheiro nunca dorme.

– Todo mundo precisa dormir.

– Não sou todo mundo – sua voz presunçosa vibra entre nós e eu estremeço.

Desço meus olhos para sua boca. Quero que ele me beije. Tanto que sinto meus lábios se entreabrindo e passo a língua entre eles, quase salivando.

Será que ele sente isto? Esta eletricidade estranha e ao mesmo tempo sublime que faz com que eu feche os olhos e me aproxime querendo sentir mais do seu hálito em minha língua?

Mas antes que o beijo aconteça, eu me vejo sendo tirada do seu colo bruscamente e jogada sem a menor cerimônia para o lado, enquanto observo estupefata ele atender ao celular.

Puta que pariu. Sério? De novo?

Liam escuta sabe Deus o que estão dizendo do outro lado e eu sinto um fio de raiva percorrer meus nervos.

Pego um copo em cima da mesa e tomo de uma vez só, não me importando com minha garganta queimando.

– Eu quero que resolva isto – sua voz esta seca e fria. Eu teria medo se fosse a pessoa do outro lado – se quiser estar vivo amanhã – completa e eu estremeço.

O que vai acontecer? Ele vai dizer que tem alguma coisa muito importante para fazer e me deixar plantada ali como sempre?

– Eu não quero saber de suas desculpas – ele continua – não te pago para me dar desculpas e sim resultados, porra!

Engulo em seco e olho em volta. A boate vazia. As luzes fracas tremulando a nossa volta. A música sexy que ainda toca. E para o homem ao meu lado.

Ele murmura impropérios ao telefone, cheios de uma irritação fria. Será que a pessoa do outro lado do telefone não sabia que Liam Hunter era um predador implacável que conseguia tudo o que queria?

E ele me queria e aqui estou.

Esperando.

A questão é que eu nunca fui conhecida como uma pessoa muito paciente. Uma vez quando eu tinha seis anos, Margô, minha mãe, se atrasou para me buscar na escola e fui embora sozinha. Eu morava a cinco quarteirões e me perdi.

Eu estava tão cansada de esperar que preferi correr o risco de me perder do que continuar esperando.

Era assim que eu me sentia agora.

Com uma determinação nascida do álcool eu me movo para seu colo de novo.

Liam se desconcerta com meu ato impensado e eu aproveito de sua desorientação momentânea para enganchar meus braços em volta de seu pescoço, lançando meus quadris audaciosamente contra os dele.

Seus olhos brilham de excitação, mas eu sei que ele não vai me deixar desconcentrá-lo de seja lá o que esteja rolando com o pobre coitado ao telefone.

O Leão de Wall Street - DegustaçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora