Cap. 23

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Patinação de meias.... A quanto tempo não faço isso? Que eu me lembre eu devia ter cinco anos? Sim, eu me lembro e isso assusta. Na lembrança eu estava patinando com America, seus irmãos, que estavam na foto do livro sobre a Itália e Maxon. Acho que eu acabei criando isso na minha cabeça já que America e Maxon diziam que eu era a irmã "desaparecida" da América.

Balancei minha cabeça para tirar esses pensamentos, o que não deu muito certo. Eu pensava em tudo o que tinha de semelhante entre mim e America e isso me fazia questionar se eu realmente fiz a escolha certa de não fazer o teste de DNA.

Sai do quarto indecisa, precisava de ajuda pra decidir o que fazer. Se eu perguntasse para Maxon ou America eles diriam para eu fazer o teste então precisava de outra pessoa. Marlee! Ela é totalmente confiável... Não é? Não podia ficar discutindo sobre isso e fui em direção ao quarto dela.

Bati três vezes e escutei sua voz.

- Quem é? - Ela perguntou.

- May. - Respondi e logo a porta foi aberta, mas não por Marlee e sim por um dos soldados... Woodowork, esse era o nome dele. Estranhei, mas não pensei muito sobre o que ele estaria fazendo lá, provavelmente só uma ronda e perguntando alguma coisa para ela.

- Então... Sobre o que quer falar? - Ela perguntou assim que nos sentamos na sua cama.

- Queria te pedir um conselho. - Disse um pouco receosa. Ela pareceu se preocupar mas me lançou um olhar acolhedor e de alguma forma me acalmou.

- Conselho sobre o que?

- E se você fosse "confundida" - Disse fazendo aspas com as mãos - Com a irmã sequestrada de uma princesa que você se parece muito? E ela pedisse para você fazer um teste de DNA já que existe a possibilidade de serem irmãs pois os sonhos que você acreditava ser só sonhos fossem verdade para ela? - Disse tudo de uma vez.

- Espera. - Ela disse fazendo sinal de pare com as mãos e digerindo o que eu havia falado. - Me explique isso direito. - Ela pediu e eu expliquei toda a história.

- Nossa. - Foi só o que ela falou depois que eu terminei.

- Então... Não sei o que faço.

- Sinceramente, eu faria. Você não tem nada a perder May, faz o teste. Se eu fosse você faria. - Ela disse por fim.

- Vou pensar. - Foi a única coisa que disse. Agradeci e quando estava indo em direção à porta ela me parou.

- May. - Ela disse.

- Eu. - Falei indo em sua direção.

- Posso te contar uma coisa? - Ela perguntou.

- Claro. Qualquer coisa. - Disse e dei um sorriso fofo.

- Sabe aquele guarda...

- O que saiu daqui a pouco? - Perguntei e ela assentiu.

- Então... Eu meio que estou com ele. - Ela disse meio receosa e eu fiquei um tempo pensando.

- Como assim?

- Foi assim, um dia enquanto eu estava andando eu esbarrei nele e acabei caindo na escada. Não me machuquei nem nada mas ele ficou todo preocupado e eu achei fofo, eu o tranquilizei e disse que não tinha sido nada e ele deixou pra lá depois de muita insistência em me levar a enfermaria. Desde aquele dia eu o encontrava por aí rondando nos corredores até que um dia ele ficou de guarda na minha porta. - Ela disse.

- Foi no dia do ataque. Ele me acordou no meio da noite me dizendo que estávamos sendo atacados e eu me desesperei, não consegui nem achar minha pantufa. Ele me ajudou e saímos rumo à passagem mais próxima para o abrigo real e quando estávamos na passagem e eu não precisaria mais dele eu acabei o beijando. Foi o melhor beijo da minha vida May. Desde então estamos nos encontrando às escondidas e agora que a Seleção acabou eu não estou mais presa ao príncipe. Eu o amo mais do que minha própria vida, eu nunca estive mais feliz. - Ela diz e vejo um sorriso bobo aparecer em seu rosto, o que automaticamente faz com que eu sorria também.

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