-É, não aguento mais isso me incomodando.
-Então, vamos?
-Vamos.
Seguimos pelo corredor e entremos em uma sala. Me sentei na cadeira e o médico começou a tirar aquilo do meu braço.
-E como anda seu coração? - o médico me perguntou.
-Meu coração? Anda bem, tirando o fato de que ele está meio dolorido.
-Ver quem a gente mal, deve ser bem dolorido mesmo.
-E é. Ele tem alguma chance de sair dessa?
-Não vou lhe mentir: as chances diminuem a cada dia.
Respirei fundo, tentando segurar as lágrimas.
-Mas a esperança é a última que morre. Não desanime - o médico disse ao ver minha cara.
Dei um sorriso amarelo para ele.
-Pronto. Pode mexer o braço.
Mexi meu braço, e foi até estranho. Fiquei tanto tempo com ele parado.
-Dói?
-Não. Só é estranho eu mexer ele, depois de tanto tempo parado, quase acostumei.
O médico riu.
-Pode voltar a sua vida normal. Só tenha um pouco de cuidado, seu braço ainda está cicatrizando, mas não poderia ficar mais com o gesso.
-Sim. Obrigado, doutor... Como é mesmo seu nome mesmo ?
-Augusto. Dr. Augusto - ele sorriu.
-Ah. Então... Obrigada Dr. Augusto - agradeci.
-De nada.
Sai da sala mexendo o braço, tentando me acostumar que agora estou livre daquele gesso chato.
Fui em direção ao quarto que o Gui está e a Clarisse estava lá. Olhando pro Gui, com as lágrimas escorrendo meu seu rosto.
Me aproximei e a abracei pelas costas. A Clarisse estava tão distraída que levou um susto.
-Aí! - ela gritou.
Se virou e me viu.
-Quer me matar do coração, menina?
-Desculpa, a senhora estava tão distraída aí, nem reparou que cheguei.
-Pois é. Você demorou.
A Clarisse finalmente reparou em meu braço.
-Ah, você tirou o gesso - ela disse animada.
-Finalmente. Já não aguentava mais aquilo.
Ela riu. Fiquei ao seu lado enquanto ela olhava pro Gui.
-Ele...
A Clarisse tentou falar, mas as palavras não saíram de sua boca.
-Ele é tão lindo, né?! - eu disse.
-Muito.
Percebi a voz de choro e abracei ela.
-Ele vai ficar bem. A esperança é a última que morre - repeti a frase que o Dr. Augusto me disse à minutos atrás.
Minha voz vacilou e quando me dei conta, já estava chorando abraçada a minha sogra.
-Se Deus quiser - a Clarisse completou.
-E Ele quer.
Me afastei do abraço e sequei minhas lágrimas.
Fiquei ao lado da Clarisse.
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Surpresas do Destino
RomanceEnquanto a Melissa arrumava a mala para viajar com seu namorado, ela jamais imaginou o que poderia acontecer em menos de vinte minutos depois que entrassem no carro e seguissem viagem. A Melissa adolescente, mal-humorada e que não dava ninguém o go...
Capítulo 8
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