ATO 38

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O mal que faço a você é disfarçado de amor e muito carinho.

O mal que faço a você é disfarçado de amor e muito carinho

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     Não sabia por onde começar.

     Olhei para cima e li as placas pregadas em cada prateleira. Literatura, Filosofia, Conhecimentos gerais, entre outros. Passei por todas as estantes, mas nenhuma me mostrava o que eu queria.

     Escutei passos vindos do corredor, era Joshua.

     Voltei para o fundo da sala, sem a mínima ideia de como sairia de lá sem ser pega. Parecia que mais alguém vinha com ele.

     — .... sim, o garoto desmaiou bem ali. Tive que levá-lo à enfermaria.

     — E quanto ao livro desaparecido?

     — Ainda não o encontrei, Rumpel. Temo que fora mesmo roubado. Seremos obrigados a vasculhar os dormitórios.

     — Não! Não podemos entrar lá. O lugar pertence apenas aos irrecuperáveis e a minha irmã.

     — Então presumo que não posso fazer mais nada a não ser deixar a sessão reservada trancada por um tempo.

     — Faça isso.

     Minhas mãos continuavam tremulas. Escutei os passos de Rumpel sair da sala. Estiquei o pescoço deixando somente metade de meu rosto amostra, onde pude ver nitidamente uma escrivaninha onde o bibliotecário sentava.

     Atrás dele, um mural branco com vários papeis cravados por pequenas tachinhas. Apertei a visão focando apenas o quadro, e lá estava o mapa, entre as várias anotações feitas à mão.

     — Droga... — sussurrei. Naquela situação eu tinha que pensar rápido e sair dali antes do soar da sirene, ou teria sérios problemas com o lobo que ficava solto a noite.

     Então, outro plano veio em mente.

     Peguei um dos livros da prateleira onde me escondia e o joguei no chão, causando um forte estrondo que ecoou por toda sala.

     — Quem está aí?! — questionou o rapaz em um pulo — os passos de Joshua aproximavam-se do local, enquanto eu me camuflava na parte do canto, passando da quarta para a terceira prateleira. Joshua chegara ao fim da sala e pegara o livro caído. De passos leves fui até o mural de anotações e peguei o mapa, puxando-o para baixo.

     — Ei! Quem é você? — exclamou ao me ver de costas com o papel em mãos. Não olhei para trás, apenas corri para a porta o mais rápido que pude e entrei no corredor em direção as escadas para o primeiro andar.

     Meus pulmões doíam e o coração salpicava. Atravessei o pátio e entrei para os dormitórios.

     Fechei o pesado portão de ferro da entrada e sentei no começo da escadaria caracol. O mapa, embrenhado em minhas mãos, amassado e aparentemente rasgado.

I - Onde Vivem Crianças IrrecuperáveisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora