CAPÍTULO 18 - OS ESCARAVELHOS

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– O mais próximo a isso que tenha ocorrido em centenas de anos foram as invasões que os meonan faziam à Terra – falou Lutile – Usavam qualquer meio para procurar os divinos descendentes de Phoerios. E, agora que você é o único além de seu pai, eles estão loucos para te destruir e adentrar a Sala de Phoerios o mais rápido possível.

– Como o senhor sabe tanta coisa sobre Meon? – perguntou Felipe, intrigado.

– Balta já me fez essa pergunta. Não é óbvio, meu garoto? Vários livros na biblioteca podem lhe oferecer essas informações. Centenas deles!

Naquele momento, houve um motivo para a intrigante mente do garoto começar a trabalhar constantemente, seus pensamentos estavam direcionados a descobrir o porquê de Lutile ter mentido. Felipe sabia mais que ninguém que não existiam livros sobre Meon na biblioteca, é proibido. O garoto não concordava com tal regra, pois era necessária a averiguação de informações em livros que apontassem tudo sobre as sombrias terras do planeta inimigo de Aquala, porém era mais uma das leis que ninguém naquele quarto conhecia. Felipe permaneceu em silêncio.

Thomas, sentado em sua cama, olhou sério para a própria situação em que se encontrava.

– Como os meonan chegaram aqui? Se conhecêssemos o mesmo meio poderíamos ir ao Rio de Janeiro o mais rápido possível.

Felipe impôs-se com a voz alta e pesada:

– O QUÊ? Acha mesmo que alguém vai com você? Mais uma vez, vai arriscar a vida de alguém em benefício próprio?

Espantou-se com a inesperada atitude do amigo, levou a mão à cabeça, o sinal era de dor.

– Não estou pedindo para irem comigo. Apenas estou dizendo que vou.

– Olhe, me perdoe, mas eu te conheço muito bem, Thomas. Você fala isso para os outros fazerem suas vontades! Sabe muito bem que, aonde quer que você vá, alguém tem que estar atrás para ajudar.

Sofia olhava assustada para ambos. Thomas replicou.

– Por que alguém me ajudaria? Nunca precisei da ajuda de ninguém, sempre cuidei de mim mesmo, muitas vezes cuidava até do meu pai.

– Você corre perigo! Sabe que não te deixarão sozinho porque é descendente de um deus. E é verdade, Thomas, todo mundo é que precisa de você, é tão independente! Parabéns! – Felipe batia palmas debochadas.

O garoto levantou da cama, pareceu meio tonto. Contudo seu dedo era apontado para o rosto de Felipe.

– Sei muito bem por que você está dando esse ataque. EU tenho os poderes decentes, precisam de MIM, não de você!

Rosana afastou os meninos com as mãos aos peitos de ambos.

– O que deu em vocês? São melhores amigos!

Eles se entreolhavam com feições raivosas, suas respirações estavam desequilibradas e seus corações pareciam que iam pular do peito.

Aquala e o Castelo da Província (vol. I)Onde histórias criam vida. Descubra agora