Capítulo 10 - Você lembra quando a gente vinha aqui?

29.8K 2.6K 534
                                    

Oi!

Sei que o capítulo está com dois dias de atraso, mas eu estava com um bloqueio criativo do caramba e simplesmente não conseguia escrever nada. Desculpem mesmo.

Vou aproveitar a onda de inspiração que apareceu hoje e já vou escrever o próximo, então quem sabe a continuação saia antes de sexta-feira, ok?

Abraço!

-x-x-x-x-x-

Noah está sentado no banco, com os braços apoiados sobre suas pernas e a cabeça inclinada para baixo. Eu, ainda incerta do impulso de estar com ele nesse momento, apenas o analiso por um par de minutos.

Ele parece devastado, e dói em mim vê-lo dessa forma.

Leva algum tempo até que eu tenha coragem de me aproximar e sentar ao seu lado. Sei que nota minha presença, mesmo que não se vire para me olhar, porque vejo seus ombros ficarem tensos. Sei exatamente que isso significa que ele não está confortável com minha presença ali.

Apesar disso, pouso minha mão em suas costas e, sem poder me conter, tento o acalmá-lo com meu toque. Ele arruma sua postura e sobe seus olhos lentamente até os meus, como se não estivesse entendendo o motivo de eu estar ali. Eu não poderia responder seu questionamento silencioso, porque também não entendia. Não fazia sentido que após tudo o que havia acontecido entre nós, eu ainda sentisse a necessidade de vê-lo feliz.

A maneira com que Noah me observa, com uma mistura de tristeza e dúvida, me causa uma sensação estranha no estômago. A sensação passa a ficar tão forte que preciso desviar meu olhar do seu para que diminua, me deixando em paz.

No entanto, meus olhos descem para seus braços e, sem querer, muitas lembranças invadem minha mente, me fazendo precisar lutar contra a vontade de chorar. Não fora uma, nem duas, nem três vezes que eu havia passado minhas mãos por sua pele, sentindo os pelos se eriçarem sob minhas mãos. Foram centenas de vezes que eu havia sido abraçada por aqueles braços, segurada próxima de seu corpo enquanto aqueles lábios proferiam, naquela voz tão bonita, que me amava.

Meu coração dói com a conclusão de que tudo poderia estar diferente entre nós dois se ele não tivesse partido. Se ele não tivesse quebrado meu coração em mil pedaços, nesse exato momento eu faria de tudo para fazê-lo se esquecer do que o está deixando aflito.

- Problemas em casa? – eu pergunto após quase dez minutos de silêncio.

Ele balança a cabeça, dizendo que sim.

- Minha mãe consegue ser bastante dramática quando quer – comenta, esfregando as mãos por seu rosto com força.

- Quer conversar sobre isso?

- Somos amigos agora? – responde, ríspido. No mesmo instante ele percebe o quanto havia sido grosseiro e sua expressão magoada se intensifica ainda mais. – Desculpe.

Eu fico um pouco surpresa com sua reação, mas me esforço para não demonstrar qualquer traço de mágoa.

- Tudo bem – digo. – Você está estressado com sei lá o que está acontecendo na sua vida.

- Não – ele balança a cabeça em negativa e fecha sua mão delicadamente sobre meu pulso. – De verdade, me desculpe. Foi sem querer. Você não merece isso.

Eu gostaria de tê-lo respondido logo em seguida, mas não conseguia desviar minha mente do fato de que ele estava me tocando, e de que não parecia que pararia de fazê-lo tão cedo. Quando ergo meus olhos para seu rosto, percebo que ele também estava encarando o ponto onde sua mão tocava minha pele.

Quando você foi emboraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora