Capítulo 17 - Introdução à anatomia

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CHEGUEI! Com capítulo grande e ainda por cima uma hora e meia antes do prazo.

Sou muito pontual.

Às vezes.

E meninada, segurem seus forninhos. Só digo isso.

bjks

P.s.: eu nem tenho nada para dizer no p.s. hoje

-x-x-x-x-x-

Passar a manhã de quarta-feira consolando Olga não estava nos meus planos. Consolar Olga porque viu Sebastian aceitar sair com uma garota na frente dela, estava ainda mais fora do que imaginei que estaria fazendo. Não que faltar a aula de anatomia fosse lá uma coisa terrível, mas ver minha amiga triste por causa de um Martinelli idiota me fazia ficar furiosa.

— Eu sei que nós não estamos namorando e nem nada, mas poxa – ela funga, limpando o nariz com a manga da blusa feito criança pequena. – Ele precisava aceitar bem na minha frente?

Eu bufo, estressada.

— Pois é.

— Nós ainda não nos beijamos, mas tá muito na cara que eu gosto dele. Por que ele fez isso?

— Não sei.

— Ele beija qualquer ser humano com peitos, por que não me beijou ainda?

— Porque seus peitos são pequenos, talvez?

— Serena! – ela choraminga. – Você não está ajudando.

Certo. Existe a chance de que eu não seja muito boa em consolar pessoas chorando.

— Desculpe – eu sorrio, triste. – Só estava tentando te animar.

— Não deu certo.

— E seus peitos nem são pequenos.

Ela olha para baixo e põe as duas mãos sobre seu sutiã.

— Eu sei.

Eu reviro os olhos, rindo.

— Voltando ao assunto: por que você acha que ele ainda não te beijou? – pergunto, curiosa. – O que vocês fazem quando saem juntos?

— Nós conversamos – ela reflete, e um sorriso involuntário aparece em seus lábios. – Fazemos piadas, assistimos filmes, andamos de mão dadas... Esse tipo de coisa.

Sua declaração me causa estranhamento. Nunca, em todos os anos em que sou vizinha de Sebastian, vi ou soube que ele faz esse tipo de coisa. Fazer o perfil romântico não é o tipo do Martinelli mais velho.

Isso só podia significar uma coisa.

— Olga – eu digo, calmamente. – Acho que ele está apaixonado.

Ela arregala os olhos, surpresa.

— Como assim, apaixonado? Se estivesse mesmo, ele já teria me beijado há muito tempo!

— Ou não. Talvez ele nunca esteve apaixonado antes e não saiba muito bem o que fazer.

Ela me olha, desconfiada.

— Você acha?

— Acho.

Olga fica em silêncio por um momento, refletindo.

Quando você foi emboraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora