Capítulo 4 - É bom ouvir sua voz de novo

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Gente, demorei mas cheguei com o último capítulo da maratona! Eu queria estendê-la até sábado, mas estou me recuperando da cirurgia que fiz e não sei se vou conseguir escrever mais. Portanto, caso amanhã eu não poste nenhum capítulo, nos encontramos na sexta que vem, ok?

Muito obrigada por todos os votos e comentários: em uma semana de história já temos 1000 leituras! UHUL! Sintam-se todos abraçados rs

P.s.: preparem-se para suspirar.

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- Sim, estou bem – respondo Mathias quando minhas cordas vocais decidem voltar a produzir qualquer som. – Eu apenas preciso ir ao banheiro.

- Sem problemas. Espero você aqui – diz, sorrindo.

Eu me afasto o mais rápido que consigo, na direção oposta à que Noah foi. Não queria correr o risco de encontrá-lo no caminho, porque eu sinceramente não sei qual seria minha reação. Em minha memória os últimos minutos prometem me assombrar para sempre, lembrando-me da expressão de Noah quando me viu e quando se afastou.

Como em um filme, toda a cena de nosso último dia juntos, há três anos, passa diante de meus olhos. Em seguida, lembro quanta tristeza ele me causou quando partiu, deixando-me sem entender nada do que estava acontecendo, sentindo-me traída.

Prendo meus cabelos para trás em um coque e mergulho minha cabeça embaixo da torneira do banheiro, apenas desejando que aquele mal estar fosse embora. Eu estou tensa; tenho medo. Sinto medo por causa de todas as coisas que senti ao ver Noah, parado próximo a mim. Se não tivesse controlado minhas pernas, eu certamente teria corrido em sua direção e o abordado com o abraço mais longo e apertado que eu já dei.

Fecho os olhos enquanto a água fria escorre por meu rosto, imaginando como teria sido abraça-lo mais uma vez. Posso até mesmo imaginar seus braços ao meu redor, minha cabeça contra seu peito, o calor de seu corpo contra o meu, e o cheiro familiar me envolvendo. Será que ele ainda usava o mesmo perfume?

Com mais raiva ainda, agora por estar pensando nele de forma que não deveria, esfrego meu rosto com força, sem me importar com a maquiagem já borrada. Só quando me olho no espelho novamente, vendo os resquícios do rímel sob meus olhos, é que percebo que estou chorando. E eu nem mesmo saberia explicar o porquê.

Imaginei meu reencontro com Noah muitas vezes durante os últimos anos. Em todos os cenários, eu ia até ele e o insultava por ser tão imbecil e insensível, dizia que nunca mais queria vê-lo, ou o ignoraria completamente. Em meus planos, eu nunca incluí uma cena na qual eu ficasse petrificada com sua presença, desejando mais que qualquer outra coisa tocá-lo e ouvir sua voz. Não planejei querer afundar meu rosto em seu pescoço e ser segurada por ele, enquanto meus dedos brincam com seu cabelo. E, certamente, eu não imaginei que o olhar de Noah sobre mim fosse ser tão... intenso; carregado de coisas que ele queria dizer.

Seco meu rosto e reaplico um pouco de maquiagem, esperando que isso consiga disfarçar meu nariz vermelho e meus olhos tristes. Eu não queria me sentir assim, e também não queria ter que encontrar Noah em qualquer outro momento da festa, mas não poderia passar outra meia hora dentro do banheiro, afundando-me em minha própria tristeza.

Do lado de fora a música alta volta a preencher meus ouvidos, e meus olhos automaticamente varrem o local após perceber que Mathias não está mais no lugar onde o deixei. Curiosa, caminho pelo jardim, procurando-o.

- Serena! – escuto Mathias me chamar.

Viro-me na direção de sua voz para encontra-lo em uma roda de pessoas sentadas no chão, rindo e bebendo.

Quando você foi emboraWhere stories live. Discover now