Capítulo 9

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Então eu saí de onde estava, e fui até a casa do Pedro. Toquei a campainha assim como a Paloma havia planejado. Mas ninguém apareceu. Toquei a campanhia novamente e nenhum cristão apareceu. Decidi procurar e torcer por uma janela aberta.
A Paloma era mesmo inteligente, ela sabia que o Pedro ia esquecer de uma janela aberta. Então eu entrei.
A casa era linda por dentro. Eu fiquei tipo "Meu Deus, que casa é essa?" era, simplesmente, perfeita e grande, demoraria mil anos pra que eu conseguisse achar o quarto do Pedro. "Vamos á procura, Melissa. Você só tem 50 minutos" falei para mim mesma.
Passei por vários cômodos que estavam perfeitamente arrumados. Com certeza ele perceberia que eu havia mexido no quarto. A casa era tão arrumada, que ou ele tinha TOC (transtorno obsessivo compulsivo) ou a empregada tinha e o ensinou a ter.
Tinha tantas portas naquela casa, que eu sabia que na hora de fugir ia me perder ali dentro.  Em fim, encontrei o quarto do Pedro. Pra mim, era impossível um menino como ele esconder alguma coisa ali dentro. Ele era Inteligente com i maiúsculo, e ele tinha uma casa muito grande pra esconder seus "podres" no quarto. Mas decidi procurar por alguma coisa. 
Eu estava vasculhando as gavetas de uma cômoda branca, com um jeito meio antiga, mas moderna, era linda, e a Paloma me ligou:
_ Alô?
_ Oi, Paloma. Tá tudo bem?
_ Sai daí agora, Melissa. Ele voltou mais cedo e já vai entrar.
_ Paloma, não dá tempo de sair, o que eu faço agora?
_ Espera ele chegar e finge que estava procurando por ele.
_ E o que eu digo?
_ Meu Deus, eu não estou entendendo, Mel!
_ Alô? Paloma? Meu Deus, fala sério, a ligação não está prestando, só o que faltava.
No momento em que eu desliguei o celular, eu olhei para a janela pensando em pular de lá, mas era muito alto e eu ia morrer durante a queda.
Então me virei e ia sair pela porta. Mas, assim que virei o Pedro estava lá colado em mim. Me observando com aquele sorriso de canto de boca, super sensual.
_ Posso saber o que você está fazendo aqui, girafa?
_ Eu... Eu...
_ Você?
_ Eu estava te procurando.
_ Sentiu falta de mim assim tão rápido, girafa?
_ Garoto, para de me chamar assim.
_ Você não quis que eu te chamasse de baixinha e agora não quer que eu te chame de girafa, quer que eu chame de quê?
_ De Melissa, se você não sabe esse é meu nome.
_ Nome doce, Mel.
_ Pra você é Melissa.
_ E pra você o meu é Amor. Me chame assim tá bom?
_ Eu não vou te chamar de amor. Tá maluco?
_ Esse é o meu nome, mas por você eu mudo, que tal Anjo?
_ E desde quando você é anjo? 
_ Desde que te conheci.
_ Para com isso. Pelo amor!
_ Estou sendo sincero, você ainda não sabe, mas eu sou o anjo da sua vida, meu amor.
_ Para de me chamar assim. É Melissa.
_ Então, Melissa, tava me procurando pra quê?
_ É... saber do... trabalho... do... senhor Henson, é isso.
_ Você disse que não ia aparecer.
_ Mas mudei de ideia. Qual o horário na biblioteca?
_ Prefiro na minha casa. Eu também tenho biblioteca, você vai amar.
_ Desde quando você tem o direito de preferir alguma coisa?
_ Desde sempre, gatinha! Amanhã na minha casa depois da aula, tá? Me encontra assim que a aula acabar e eu te trago pra cá.
_ Nunca que vou vir pra sua casa, pra ficar sozinha aqui com você.
_ Nunca?
_ É, nunca, nunquinha.
_ E por que você veio hoje? Você tá me falando que nunca vai fazer uma coisa, sendo que você já está fazendo!
_ Isso... É... Diferente.
_ Não é não. Mas a Flávia vai está aqui amanhã.
_ Flávia é sua mãe?
_ Não, ela é quem cuida da casa e de mim também.
Ele chama a empregada pelo nome, Deus, que fofo. Por favor, Melissa, para com isso.
_ Na biblioteca, amanhã depois da aula.
_ Sim, na biblioteca da minha casa.
_ Não, na biblioteca da escola. Te vejo lá. Pode me acompanhar até a saída?
_ Na verdade eu vou tomar banho, posso te acompanhar até o banheiro, o que você acha?
_ Eu acho que posso achar a saída sozinha.
_ Mel, eu tava brincando, Amor. Vem, eu te acompanho. Ah, diz pra sua amiga, que ela é bonita, mas quando a ligação cai ela fica mais linda ainda dando aqueles vexames.
_ Tá,  eu digo sim.
Chegamos até a porta da casa dele, graças a Deus.
_ Tchau, gatinha. Até amanhã.
_ Vai chamar a Paloma de gatinha, tá?
_ Meu Deus, você é incrível com ciúmes.
_ Eu não estou com ciúmes de você.
_ Ah, tá sim.
_ NÃO ESTOU.
_ Vou tomar banho agora, você vai pra casa, ou prefere me esperar.  Eu te levo até lá.
_ Não. Eu não quero que você saiba onde eu moro. E a Paloma me leva.
_ Desculpa, Princesa. Mas eu já sei onde você mora.
Aquilo não era verdade, não podia ser. Eu não falei nada, já tinha trocado muitas palavras com o Pedro por um dia. Me virei e simplesmente saí. Então depois de uma certa distância, e de  conferir se o Pedro não estava me olhando. Eu corri em direção a Paloma, contei tudo. E ela ouviu atentamente. Cheguei em casa. Fiz um lanche e comi. Pensei muito no Pedro, muito mais do que eu queria, o que ele queria dizer com "eu sou o anjo da sua vida"?  Só podia ser uma brincadeira. 

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⏰ Last updated: Jan 02, 2016 ⏰

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Anjo Do AmorWhere stories live. Discover now