Capítulo 7

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_ Deus do céu, lá vem. _ disse ao Marcos, para que ele soubesse que era o Pedro.
_ Quer que eu diga que você não quer falar com ele?
_ Não, não! Eu acho que preciso falar sozinha com esse indecente.
_ Mas se ele é indecente, ele pode fazer alguma coisa com você,  quer que eu apareça nessa conversa, baixinha? 
_ Eu agradeço, Marcos. Mas eu preciso realmente falar com esse indivíduo, sozinha.
_ Toma cuidado. Qualquer coisa eu estou aqui.
Sim, Marcos você estava aí brincando e rindo da minha cara, porque diz você,  que a palavra indecente na minha voz, fica engraçada. Fala sério, acho que não tem nada de errado na minha voz, tem?
É bom te falar que o Pedro nem estava vindo na minha direção. E se fosse qualquer outra pessoa eu, com certeza, não teria feito o que eu fiz. Simplesmente cheguei até o Pedro e o arrastei à biblioteca da escola. Eu sabia que não tinha ninguém lá. E eu estava agradecida, não por não ter ninguém pra escutar nossa conversa, mas sim por não ter ninguém pra me mandar calar a boca. Afinal eu tinha muita coisa pra falar.
_ Calma aí, baixinha. Vai acabar me machucando com toda sua força. _ disse ele, com certeza debochando da minha cara.
_ Olha aqui, garoto...
_ Pedro.
Esse menino tinha o dom de atrapalhar. Deus do céu.
_ Olha, GAROTO. _ fiz questão de gritar a palavra garoto. Ser chamado pelo nome, é o tipo de tratamento que ele não teria de mim. _ Primeiro, que você não tem o direito de me chamar de baixinha. Segundo, eu detestei esse seu jeito extremamente confiante. Terceiro, você não podia escolher outra pessoa pra ser sua dupla? A Rafaela adoraria. Você é aluno novo e a diretora com certeza deixaria você escolher. Era somente dizer que não gostou de mim, assim como eu não gostei de você, desde a primeira vez que o vi.
_ Primeiro, eu tenho direito de te chamar de baixinha, porque você é, assim como é teimosa, marrenta, implicante...
_ Chega! Se eu sou assim com você, acho que consequentemente você deveria tirar a conclusão que eu não gosto muito da sua companhia. Que tal?
_ Shhh! E fala demais também. Deixa eu terminar pelo menos.
_ Fica a vontade, senhor Fala menos.
_ Em segundo, eu sou confiante, porque sei do que sou capaz. Terceiro, eu não poderia dizer que não gostei de você, porque eu gostei e eu sou honesto comigo mesmo e meus sentimentos, ao contrário de você. Quarto, você tá linda brava desse jeito, prestes a ter um ataque de nervos. E quinto, você está cheirosa pra caramba. 
_ O nome disso é chuveiro, sabonete, banho, se você não conhece.
_ Nua! Sei bem como é.
_ Por que você veio pra essa escola, hein? Não podia ficar na sua e me livrar de problemas e de você?
_ Não fiquei na minha escola, porque queria você. Queria estar com você. E não podia ficar lá. Simples.
_ Para com isso, garoto. Isso não tem nenhuma graça.
_ Não, mas você ficou vermelha.
_ PARA COM ESSAS SUAS FRASES, QUE MAIS PARECEM FEITAS, DE TANTO QUE VOCÊ FALA TODA HORA.
_ Acho melhor não gritar na biblioteca, se você não sabe ler, ali na placa tem a figura._ ele apontou para a placa, virou - se pra mim e cochichou. _ Aqui é lugar de silêncio, baixinha.
_ PARA DE ME CHAMAR ASSIM.
_ Tá bom, teimosa. Vou começar te chamar de girafa, o que você acha?
_ Eu acho, que eu prefiro perder nota, mas não vou fazer trabalho com você.
Já ia saindo da biblioteca. Então o Pedro me puxou pelo braço, e nesse instante eu juro que achei que um beijo fosse acontecer, e não tem como negar que isso mexeu comigo. E então nós dois ali, sem ninguém por perto, somente livros, nossos rostos quase se tocando, só um centímetro, no máximo, nos atrapalhava.
_ Você fica mais linda de perto, gracinha. Esteja aqui amanhã, depois da aula. Eu sei que hoje você vai está ocupada, certo?
Então eu me soltei do braço dele, que por sinal era forte (Ai Deus, aquilo realmente mexeu comigo) e saí. Andando calmamente. Então ele passou por trás de mim, o que me fez tremer. E então, chegou até a porta da biblioteca.
_ Até amanhã, senhorita. _ ele respondeu abrindo a porta pra mim.
_ Eu. Não. Vou. Aparecer. Amanhã.
_ Não precisa falar lento assim, como se eu fosse fraco da mente. Eu consigo entender. Mas eu sei que você vai estar aqui amanhã, princesa. Vai passar ou quer ficar aqui, trancada comigo? _ disse ele, me mostrando a porta.
_ Se enxerga!
E depois saí da biblioteca.
Até que não foi tão ruim. Para, Melissa. Foi horrível. Você detesta aquele menino. Ponto.

Anjo Do AmorWhere stories live. Discover now