Por Um Tempo... [Hiatus]

Parte Um: Capítulo 1 - Deslocada

Estou arrumando meu quarto, guardando minhas roupas e vendo minhas fotos, é impressionante o número delas, estão espalhadas por todo o quarto, no espelho da cabeceira, nas portas do closet, na parte de dentro do guarda roupa, onde as fotos não ocupam espaço existem posters de bandas e quadros com lindas vistas(alguns inclusive de pintores famosos), ele é um cômodo bem grande até, tem uma cama king size com dossel, uma cômoda com um espelho e pisca-piscas ao redor dele com fotos coladas, uma estante com muitos livros que li, vez e outra um autografado e bijous enfeitando-a, uma TV de plasma na parede, para poder assistir meus reality shows, posters de bandas de rock, heavy metal e indie e também de alguns famosos alá Johnny Depp perto do closet com pintura da torre Eiffel com muitos estilos diferentes de roupas dentro. Paro para analisar algumas das fotos, com minha melhor amiga Mônica, somos vizinhas e inseparáveis desde os nossos 4 anos, quando nos mudamos pra essa região, ela já morava aqui com o pai e ficamos amigas na hora que ela me chamou pra brincar na casa dela, hoje 13 anos depois nós vivemos uma na casa da outra sempre, emprestamos roupas e somos extremamente grudadas, Mônica Benson não é ela mesma sem Amber Días e Amber Días não é ela sem Mônica Benson. Ela é uma garota muito bonita, tem os cabelos louros castanhos e um pouco enrolados, uma pele meio bronzeada e olhos azuis escuros que lembram o universo, como sempre digo a ela, tem um corpo lindo com curvas de dar inveja e para mim vem sempre em primeiro lugar. No meu caso eu sou ruiva com a pele clara e salpicada de sardas, olhos castanhos claros e tenho um corpo ma média, nem muito cheinha nem muito magrinha, genética essa que puxei da minha mãe. Fico admirando as fotos até meu celular tocar, vejo que é Monnie e atendo imediatamente.

~Ligação~

- A-alô, Amb?

- Monnie? O que foi?

- Am-bb (diz ela chorando), vo-você pode vi-vim ao hospital Au-Aurélio por favor?

- Monnie o que aconteceu?

- Me-meu paai (ela chora ainda mais)

- Oh, calma , eu já estou a caminho, me espere OK?

Desligo o celular, corro atrás da minha bolsa, e aviso mamãe que vou sair e ir até o hospital encontrar Mônica, pois aconteceu algo ao pai dela

Mãe - Ah meu Deus querida! Me ligue depois está bem?

Eu afirmo que sim, saio para a rua e pego um taxi. Ao chegar no hospital passo pela entrada e vejo Mônica sentada com a cabeça baixa no joelhos.

-Mônica, amiga o que houve?

- Amber! (ela olha para mim, e vem correndo me abraçar)

- Oh Monnie, o que aconteceu com o seu pai?

- Ele sofreu um acidente de moto vindo do trabalho e foi bem feio Amber, ele está em coma, em estado crítico.

- Nossa Monnie, ele vai ficar bem, eu acredito nisso

- Eu também espero Amber.

Ficamos sentadas juntas por umas duas horas dividindo o tempo entre chorar e nos abraçar, o silêncio reinava no recinto, nós não precisávamos conversar sobre nenhum assunto, mais nada importava. Não vinha ninguém falar com a gente por um bom tempo, até que uma mulher morena usando óculos de grau com uma estranha estampa de oncinha entrou na sala em que estávamos.

- Por gentileza Mônica Benson?

Ela levanta a cabeça rapidamente esperando saber sobre o tio Tom e segue pra falar com ela.

- Sim, sou eu? Como está meu pai?

- Olá, eu sou Olivia, a assistente social responsável pelo seu caso.

-Assistente? Esperava um médico ou outro profissional da saúde pra vim me contar o estado do meu pai. Será que eu já posso ir vê-lo?

- Ahh, podemos conversar por um instante? Depois você pode ir ver seu pai se quiser.

-Está-está bem. - diz ela um pouco assustada.

Ela leva Mônica para um canto da sala afastado e não consigo mais ouvir a conversa, tudo que sei é que a minha vida mudou bem ali, naquele instante, ou melhor, as nossas vidas. Olivia pois a mão no ombro da minha melhor amiga e disse algo que a fez desabar no chão e chorar muito, infelizmente era tudo o que eu precisava saber.