4 Years of Struggle

Capítulo 12

- É tão difícil sentar ao lado dela e não poder... – olhou pra o lado, deixando a frase incompleta porém completamente entendível.

Admito que toda aquela conversa estava me dando uma certa pena dele, mas eu sabia que não podia ceder. Entender era uma coisa, mas voltar a ser uma idiota era outra totalmente diferente.

- Eu sei. – afirmei. – Mas eu preciso que você siga os meus termos.

Aqueles olhos escuros, que eram a primeira coisa que eu via assim que abria meus olhos pela manhã porque eram idênticos aos de Summer, voltaram a me encarar.

- Eu sinto que nos seus termos nós não vamos chegar a lugar nenhum.

Foi a minha vez de cruzar os braços e o olhar desafiadora, tentando deixar minha súbita irritação no fundo da mente.

- Se você continuar insistindo nisso nós realmente não vamos chegar a lugar nenhum.

O silêncio retornou ao ambiente, daquele jeito desconfortável e tenso, mas Jack foi o primeiro a quebrá-lo.

- Você não vai ceder. – afirmou.

- Não. – neguei com a cabeça pra enfatizar.

Cinco longos segundos de silêncio se instalou sobre nós.

- Quando eu posso vir de novo? – cedeu.

- Sexta. – falei convicta.

Não perdi a decepção e o desespero que cruzou o seu olhar, mas que ele escondeu rapidamente.

- Sem chance no sábado à tarde?

- Não.

Ele mordeu o lábio e tentou outra vez:

- Domingo?

- Não.

Jack se desencostou da mesa, passou a mão pelo cabelo e colocou as mãos nos bolsos. Abriu a boca e a fechou rapidamente, parecendo bastante desconfortável. Seu olhar, no entanto, me dizia claramente o quão confuso ele estava. Por fim, me surpreendeu ao falar:

- Desculpa.

Franzi a sobrancelha e o esperei explicar.

- Eu não devia ter te pedido isso. Não depois de tudo.

Jack parecia genuinamente arrependido, mas eu só assenti, achando estranho e até meio cômico toda aquela conversa que parecia mecânica até demais entre nós dois.

- Eu vou indo. – avisou e deu um passo hesitante em direção à saída da cozinha, parando subitamente e olhando pra sala. – Seu vizinho... – deixou as palavras pairarem.

Franzi novamente as sobrancelhas, mas não falei nada, apenas encarei as costas dele, o esperando completar a frase.

- Eu não sabia que ele era tão amigo de vocês. – me olhou por sobre o ombro e eu não perdi o tom levemente irritado em sua voz.

- Ele é. – falei simplesmente.

Jack se virou de súbito pra me encarar, me encontrando ainda de braços cruzados e com o olhar cravado ao seu.

- E se você não se importa, eu preciso conversar com ele agora. – falei.

Jack não se moveu, mas vi sua mandíbula e toda sua postura tensionar.

- Boa noite. – falei e dei um passo pra frente, indicando que queria sair dali.

Ele não se moveu de início, muito menos falou, e eu não ousei retirar meu olhar do seu, um sinal claro de que eu não me subjugaria.