Carly narrando:
Hoje Keryn vai começar a trabalhar aqui, estou dando pulinhos de alegria. Keryn chega daqui a duas horas, ela chorou bastante quando disse que tinha emprego aqui, a coitada não achava emprego e estava quase sendo expulsa da casa dela...já que ela paga aluguel.
-Eu devia sorrir mais. Abraçar meus pais. -começo a cantarolar e pego uma colher pra fazer de microfone.
-Viajar o mundo e socializar. Nunca reclamar, só agradecer. Tudo o que vier eu fiz por merecer. -eu começo a rir e vou em direção do fogão pra ver meu brigadeiro. Minha cabeça começa a doer muito, eu largo a colher no chão e coloco minhas mãos na minha cabeça. Tudo começa a ficar preto com algumas bolinhas brancas, e tudo escurece.
Megan narrando:
-Oi? -eu falo pra diretora.
-Eu não sei como, mas você está muito, muito, muito, muito avançada. -ela fala e olha pra mim. -Você respondeu coisas que nem os alunos do primeiro ano consegueriam responder.
-Sério? -pergunto sorrindo.
-Bem. Não faria sentido você ficar na série que está. -ela fala ignorando minha pergunta. -Eu falei com seu irmão, e ele concordou que se eu precisasse poderia te mudar de turma. Mas nunca pensávamos que você fosse tão inteligente.
-Eu vou mesmo pro segundo ano? -pergunto.
-Sim. No começo vai ser difícil, mas você terá bastante ajuda. E do jeito que você é...não demora muito pra acompanhar seus novos colegas de turma. -ela fala. -Pegue seus materiais, depois volte e eu te levo pro segundo ano.
-Okay. -eu falo e me levanto. Eu saío da diretoria com um sorriso nervoso e começo a suar. Será? Eu vou pro segundo ano! Caraca! Uou!
Eu entro na sala e todo mundo começa a me olhar, inclusive o professor.
-Saía da sala! -ele fala pelo fato de eu ter chegado uns vinte minutos atrasada. Algumas garotas começam a cochichar baixinho rindo.
-Com todo prazer, tenha certeza que eu não volto. -eu falo pegando minha bolsa e vou caminhando devagar até a porta. Eu dou um sorriso e começo a andar apressada até a sala da diretora.
Agora vamos pensar...eu tenho catorze anos, e vou pro segundo ano. Eu entro no terceiro ano com quinze anos, e termino o ensino médio com dezesseis anos. EU VOU ENTRAR NA FACULDADE COM DEZESSEIS ANOS!!?
Estou tão alegre, tão alegre. Mas também estou nervosa, com um frio na barriga.
A diretora me ver e eu vou até ela. Eu começo a seguir ela sem falar nada.
-Professor? -a diretora chama o professor, que aparenta ter seus trinta e sete anos. Ele vem até a gente e eu suspiro fundo. -Essa é a sua nova aluna, Megan Leillyn Blair. Ela é avançada. -a diretora fala e eu dou um sorriso pro professor. Meu sobrenome se pronuncia "Bleir" e não "Blair" como ela falou.
-Olá. Eu sou Willys, professor de literatura. -ele fala e eu aperto a mão dele. -Pode entrar, e encontre um lugar pra se sentar. -ele fala e eu concordo com a cabeça, a diretora vai embora. Eu entro dentro da sala e mordo meu lábio inferior, todo mundo está me olhando. Todos aparentam ter dezesseis, dezessete, e quinze anos. Me sinto bem jovem aqui. Eu vejo Jheyson e dou um sorriso, eu vou caminhando e me sento na frente dele. Ele começa a me cutucar com a caneta e eu me viro.
-Pensei que você estivesse na oitava série. -ele fala confuso.
-É nono ano. -eu falo.
-Que seja. O que está fazendo aqui? Você é muito nova pra estar aqui.
-Eu tenho catorze anos. -falo.
-Tanto faz! -ele fala se estressando. -O que faz aqui?
-Eu fiz uma prova, e estava avançada de mais pra estar no nono ano. -eu falo revirando os olhos.
-Ah. -ele fala. -Grande avanço.
-Eu sei. -eu falo.
-Deixa de ser chata. Saiba falar "obrigada", quando receber um elogio! -ele fala com um sorriso sincero.
-Não sabia que me elogiou. E eu sou orgulhosa de mais pra dizer o que você falou. -eu falo e ele balança a cabeça desaprovando.
-Senhorita Leillyn? -escuto a voz do professor e olho pra frente. -Acho melhor prestar atenção na minha aula, vai precisar e muito. -ele fala e eu dou um sorriso sem jeito e ele começa a dar aula. Era até legal a aula dele, mas chega deu vontade de gritar "OBA" quando o alarme tocou pra ele sair.
-Estou com fome. -falo baixinho pra mim mesma e faço uma careta.
-Aqui. -Jheyson fala e eu me viro pra trás, ele está me dando uma garrafa.
-Eu não estou com sede. -eu falo sem pegar a garrafa.
-Mas está com fome. É suco! -ele fala e eu abro um sorriso largo.
-Suco de quê? -pergunto e pego a garrafa da mão dele.
-Maracujá. -ele fala e uma garota para na nossa frente. Ela tem cabelos negros, olhos verdes, é bem branquinha....ela é a cópia de Jheyson!
-Você está melhor? -ela pergunta e abraça ele.
-Sim. Estou bem melhor. -ele fala sorrindo. Acho que é por causa do que aconteceu com Jheny e Thiago.
-Que bom. -a garota fala se separando dele. -Oi.
-Oi. -falo dando um sorriso tímido.
-Essa é Megan. E essa aqui é Jheissy, minha irmã gêmea. -ele fala.
-Eu tenho que ir. -ela fala quando vira pro lado e saí correndo.
-Ela ficou com a parte ansiosa e maluca. -ele fala sorrindo. Eu começo a tomar o suco e meu celular vibra.
Thom: Não vou poder te pegar na escola, Carly acabou indo pro hospital, não sei se é algo grave. Uma mulher chamada Keryn vai te pegar. Beijo! -16:10. -leio a mensagem e meus olhos ficam marejados. O que será que Carly tem? Por que ela está no hospital?
-Está tudo bem? -Jheyson pergunta em um tom de voz preocupado e eu olho pra ele.
-Acho que sim. -eu falo e guardo meu celular.
-Gostei do Iphone. Agora me diz...o que houve?
-Essa é a questão, eu não sei.
Carly narrando:
Eu me acordo meio tonta. Demoro alguns segundos pra saber aonde estou. As paredes são brancas, e tem cheiro de hospital. Eu vejo Thomas sentado em uma protona e dou um sorriso peque o pra ele.
-O que houve? -pergunto baixinho e ele dá um pulo(literalmente) da poltrona quando percebe que eu acordei.
-Você desmaiou. Deve ter ficado sem comer. -ele fala alterando a voz. -Quantas vezes eu falei, CARLY. Você tem que comer, agora olha só, viem...
-Calma! -eu falo interrompendo ele. Thomas está muito nervoso, eu vejo preocupação nos seus olhos.
-Oi. -ouso uma voz desconhecida e olho pra porta. É o médico, eu dou um sorriso meigo e ele vem caminhando até mim.
-Oi. -eu falo baixinho e Thomas me fuzila com os olhos. O médico parece ter uns vinte e doi anos. Eu olho pra minhas mãos e seguro a vontade de rir.
-O que ela teve? -Thomas pergunta e o médico dá um sorriso.
-Nada de mais. -ele fala.
-Nada de mais? -Thomas pergunta se irritando. -Ela está em um hospital!
-Calma, deixa eu terminar de falar. -o médico fala sorrindo.
-Okay. Desulpa. -Thomas fala e da um sorriso.
-Ela não teve nada de mais, é bem normal...já que ela está grávida!
