Quando consegui me afastar dela e coloca-la no chão, Rique estava distraído brincando sozinho com sua bolinha, então eu tinha toda a atenção da Any pra mim.

- Seu treino de Krav Maga foi pesado hoje? - perguntei, eu tinha decidido deixa-la treinar com o tal Gael, após dar uma checada na ficha dele e descobrir que o cara era casado e tinha um filho.

- Pesado, cheguei agora pouco. - ela sorriu dando de ombros.

- Meu dia também foi pesado, aceita tomar um banho comigo?! - sussurrei olhando-a nos olhos.

- Como dizer não a você senhor Herrera?! - ela sorriu com malicia e cruzou os braços.

Sorrindo a puxei pra mim e a beijei. Peguei-a no colo e subimos.



Encarei Alfonso dormindo ao meu lado e sorri. Ele parecia um pouco tenso quando chegou, tanto que percebi que fez amor comigo na banheira lentamente. Era como se ele quisesse ter certeza de que eu realmente estava ali com ele. A última vez que Poncho agiu assim foi quando reatamos, após ele tomar um tiro pra me salvar. Passei a ponta dos dedos pelo ombro dele, a cicatriz que ficara ali era quase invisível.

Sentindo o estômago roncar, levantei da cama e fui até a cozinha preparar um lanche. Abri a geladeira e quando fui pegar o suco dei de cara com Alfonso. Ele estava de braços cruzados me encarando, um sorriso zombeteiro no rosto me deixando com as pernas bambas.

- Pelo jeito eu não posso cochilar que alguém usa isso pra fugir da cama. - sorriu com malícia.

- Eu estava com fome. - sorri dando de ombros tentando me fingir de inocente.

Alfonso estreitou os olhos e veio na minha direção, inconscientemente dei dois passos pra trás e minhas costas bateram na bancada da pia. Alfonso parou na minha frente e apoio as mãos na bancada me encurralando.

Eu já estava me sentindo sem fôlego e em brasas, será que sempre seria assim? Verdadeiramente eu esperava que sim.

Mordi o lábio inferior tentando conter a expectativa. Alfonso suspirou abaixando a cabeça, e ao invés de me puxar, me beijar e sussurrar coisas obscenas, ele me abraçou. Seus braços me apertaram com força e ele enterrou o rosto entre meus cabelos, a respiração pesada.

- O que ta acontecendo? - perguntei, agora tinha toda a certeza do mundo que algo estava errado. Muito errado.

- Problemas. - ele suspirou sem intenção de me soltar.

- É o Carlos não é? Ela não quer te dizer onde o Felipe está. - deduzi tentando manter a voz calma.

Alfonso me soltou e deu as costas indo pro outro lado da bancada, suas mãos apoiaram na pia quando ele abaixou a cabeça. Encarei as asas que ele tinha tatuado nas costas, uma homenagem a sua mãe e fiquei na expectativa de que ele fosse se abrir comigo. Me lembrei que estávamos prestes a nos casar e da promessa que ele me fez logo que reatamos.

- Você prometeu nunca mais me esconder as coisas, mas ta fazendo isso de novo. - respondi com calma. - A gente vai se casar em menos de dois meses Poncho. Esposas também servem para ajudar a dividir algumas cargas e responsabilidades e também pra conversar, não servem só pra carregar o nome do marido. - forcei um sorriso e dei de ombros, mesmo ele de costas pra mim e não podendo me ver.

- Eu te amo sabia?! - ele suspirou e senti o sorriso que ele estava dando em seu tom de voz.

Alfonso se virou e seus olhos me encararam com ternura. Sorri aliviada, meu discurso ajudara.

- Eu te fiz uma promessa e por mais que eu queria não posso quebrar ela. Menos ainda perder você de novo.

- Não vai me perder. - neguei com a cabeça e me aproximei. Alfonso fez o mesmo deixando apenas a bancada de mármore entre a gente. - Eu sei que é alguma coisa com o Carlos.

Irresistível - O Caso Portillo ✔Where stories live. Discover now