Capitulo Dezoito - Julliet

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Todos já haviam sido chamados para fazer o teste, menos eu.

Não estava mais com medo, aliás, o medo desaparecerá no momento que Lucy me chamou para junto dela. Depois disso o medo que sentia era superficial.

Ela me passava uma segurança tão grande. Sei que posso confiar nela.

— Srta. Julliet sua vez, entre, por favor. - Elizabeth estava parada ao lado da porta do prédio, me olhou indiferente e aguardou até que eu me aproximasse.

Aproximei-me da porta, e a mesma se abriu sozinha. Adentrei o prédio.

Seu interior era completamente branco, eu me encontrava em um corredor, no qual ao seu final havia uma porta, também branca, possuía detalhes esculpidos em sua volta em um tom de cinza. Fui me aproximando devagar, não consegui sentir medo. Estava tranquila.

Cheguei à porta e a mesma se abriu revelando uma senhora sentada atrás de uma mesa, aparentava ter uns 50 anos.

Ela usava um vestido preto de mangas longas, e golas altas, não deixando assim nenhuma parte de seu corpo à mostra. Seus cabelos negros caiam por cima de seus ombros e desciam por cima do vestido. Seus olhos eram de um cinza nunca visto por mim antes. Ela me olhava calma, e então sorriu.

Ela de vista aparentava ser uma má pessoa, mas eu sentia o contrário, sabia que ela não era má.

— Olha o que temos aqui. - Ela me avaliou e sorriu.

Não compreendi suas palavras, mas resolvi por não dizer nada.

— Não esperava ter a honra de conhecer uma fadinha, tão linda e encantadora. Sua beleza é digna de uma fada.

Eu estava surpresa, como eu poderia ser uma fada. Primeiro que fadas possuem assas certo? E eu não possuíamos. Não tenho como ser uma. Ela perceberá que eu estava confusa, me olhou e mais uma vez sorriu.

— Estas confusa minha querida? Sei que é difícil compreender. E respondendo a sua dúvida, você tem sim assas, só não descobriu ainda como fazê-las aparecer. - Seu olhar era acolhedor e parecia sincero.

Se eu era mesmo uma fada, então Rose não é minha mãe, a não ser que ela seja uma fada e nunca me contará.

Por lembrar-me dela senti uma dor em meu peito, sentia tanto sua falta. A amava tanto. Uma lágrima escapou de meus olhos e rapidamente a sequei.

— Não chores fadinha, está tudo bem. Tudo ficará melhor, não é de sua natureza estar triste, você tem que estar sempre radiante, e esbanjar alegria.

— Tenho saudades de minha mãe. - A olhei com um olhar triste, sentia mesmo sua falta.

— Logo você a vera novamente. Era suposto eu fazer um teste com você para que tivesse tempo para lhe avaliar e descobrir o que você é e quais seus dons, mas não será preciso. Eu já os sei.

Então era isso, eles faziam meras perguntas insignificantes para ganhar tempo, para que ela pudesse os avaliar para assim descobrir o que são, e seus dons.

— Então me fale!- Estava seria à espera de uma resposta.

— Como já lhe disse és uma fada, e tens quatro dons. Como és uma fada, com o tempo pode ir adquirindo outros dons, mas existem alguns que já nascem contigo. Você nasceu com o dom da Alegria! Este dom já nasce com a maioria das fadas, é como se fosse sua marca. Com esta dom, você pode deixar até a pessoa mais infeliz do mundo alegre, dando pulos de alegria, como se tivesse acabado de ganhar na loteria. Se vocês veem alguém infeliz ficam mal por isso, e tentam de tudo para trazer o sorriso desta pessoa. Tens também o dom do Teleporte, com ele você pode aparecer em qualquer lugar do mundo que quiseres, apenas com força do teu pensamento. Podendo não só viajar pelo mundo, mas também por todas as dimensões. Mas cuidado, isso consome uma grande parte de sua energia. Se usado com muita frequência pode ser perigoso. Com algum tempo de treino, podes até levar pessoas contigo. Você possui um dom muito incomum entre as fadas, sendo este o Glamour, com ele podes mudar sua aparência, podendo se transformar em uma animal, ou qualquer ser. E por último tens o Controle sobre os elementos da Natureza, com este dom tens a capacidade de controlar a água, o fogo, o ar e a terra.

Eu ouvia atentamente a tudo pelo qual ela falava, estava maravilhada com meus dons.

— Sua mãe é uma grande mulher.

— A conheces?- A olhei curiosa, e ela sorriu.

— Com certeza! Agora vá, já demoramos tempo demais. - Ela me olhou com um olhar acolhedor, e ao mesmo tempo de despedida. — Eu que vos coloquei essas roupas em seus armários, estão enfeitiçadas. - Disse por fim me deixando chocada.

Sabia que havia algo de especial naquela roupa, senti quando a coloquei.

— Porque está no ajudando?

— Pois o verdadeiro perigo pode estar mais próximo do que vocês possam imaginar. - Dito isto a porta atrás de mim se abriu, e vi que era minha deixa para me retirar.

Levantei-me e segui até à porta. Virei-me pra trás para dizer uma última palavra antes de sair.

— Muito obrigado por nos ajudar. - Disse-lhe e sorri.

Indo em direção à saída fiquei refletindo sobre o que ela me dissera sobre o inimigo estar mais próximo do que imaginamos. Precisava descobrir o que isso queria dizer.

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