doze

187 34 206
                                    

Desde uma idade tenra que somos pressionados para determinar certas escolhas adequadas (e, certamente irremediáveis) para o nosso futuro; quer sejam melhores amizades, condições soberbas e, até mesmo as falácias mais insignificantes. Porém, nem sempre retiramos as conclusões acertadas. Como é conseguimos obter as opções pertinentes se vivemos permanentemente entre realidade e ilusão, entre eu quero e eu entendi, entre o sóbrio e o quero dizer a verdade, entre a paixão e a atração. Ponderar sobre assuntos incertos como as nossas vivências, sem termos conhecimento de quando a nossa escapatória se tornará um risco para o nosso presente delineado.

Divagações na presença de brisas gélidas e flocos de neve, enquanto esperava atenciosamente pelo regresso de Michael, que revelara as pontas do assunto que iria justificar as mudanças repentinas. Ou, até mesmo justificar as inúmeras questões que surgem na minha mente, em comparação com as respostas inexistentes. Contudo, o ambiente natalício não era o suficiente para marcar os dias de forma decrescente para o dia em que nos encontrávamos.

Sacudo o casaco escuro que envergava, tentando aquecer as minhas mãos sardentas dentro dos bolsos do mesmo. Entediada com a pouca movimentação nas ruas paralelas acabo por resistir à proposta tentadora de invadir o espaço comunitário acolhedor. Num ápice, retiro o gorro que cobria os meus longos cabelos tingidos de tonalidade rosa (com os primeiros vestígios de raízes naturais), entrando no lote provocando um barulho que sinalizava a entrada e saída de clientes. Debruço-me sob o balcão, procurando pela figura indistinguível de Michael, sem obter qualquer sucesso. Novamente, ele não estava presente.

– Bom dia. – cumprimento com um breve sorriso, encarando o senhor antiquado. – Não reparou em nenhum rapaz de cabelos vermelhos por estes lados?

Surpreendida com o silêncio contínuo do dono do estabelecimento (claramente interessado nas imagens transmitidas pelo pequeno televisor exposto na vasta parede branca), ergo as sobrancelhas clareando a voz. Antes de retornar a pronunciar uma palavra, sou interrompida pelo aumento do volume da televisão ficando estupefata com o que se encontrava diante os meus olhos.

– Gostaria de usufruir desta oportunidade para agradecer devidamente a todos os presentes e a quem acompanhou todo o meu processo. Ainda é um sonho! – analisei todos os movimentos produzidos pela jovem, quase irreconhecível com as suas roupas atípicas e cabelos tingidos. – Queria também relembrar este dia para recordar a minha desaparecida Mikayla, por este ser o seu dia.

Permaneci estática a observar a expressão de felicidade e realização de Jovan por ter concretizado uma das suas ambições. Uma ambição que recebera como consequência o reconhecimento dos seus esforços nos estudos em frente do país polêmico. A minha consequência? Anular quase todos os meus objetivos delineados, somente acompanhada com os receios que me acompanhavam dia após dia, horas após de horas. Ou simplesmente estarei a viver entre o arrependimento e hesitações?

– Mika? – movo-me em sinal de surpresa ao sentir o peso de alguém sobre o meu ombro. – Está tudo bem?

– Sim, Michael.

Contemplava a paisagem privilegiada (e, nunca antes vista desta perspetiva), completamente fascinada com a beleza das ruas decoradas com os enfeites natalícios, que iluminavam a cidade, oferecendo-lhe o mérito da verdade cidade das luzes. Os pequenos prédios nivelados distribuídos pelas ruas estreitas, onde todos partilhavam uma decoração em comum; as flores. Apesar das condições pouco aprimoradas do telhado onde nos encontrávamos, os gestos e palavras amigáveis de Michael, eram o suficiente para tornar o espaço num sítio acolhedor.

Entre comentários sobre os diversos tópicos, ponderava que a visita ao telhado com vista inigualável tinha um propósito. Aliás, todas as ações do jovem esbelto tinham uma razão. O verdadeiro desafio eram decifrar as suas atitudes e os significados por detrás dos extensos silêncios. Fascinada com o momento (chegando a pensar que o ponteiro do relógio havia parado desde a nossa chegada), encaro o rosto pálido do jovem mirando-lhe os olhos acinzentados.

– Diz-me o motivo. – implico, pousando as mãos no muro tijolado originando uma expressão desafiadora no jovem rapaz.

– Há coisas que retratam tudo por si. – ele profere, retirando o bloco do seu bolso do casaco abrindo o mesmo numa das últimas páginas.

Agarro o bloco cuidadosamente, analisando os rabiscos realizados por Michael apenas por uma esferográfica preta, azul e vermelha. Um retrato da minha face, perfeitamente desenhado. Um rabisco por cada traço das minhas feições. Enquanto apreciava todos os detalhes do seu retrato, Michael acaricia a minha bochecha com o intuito de me chamar à atenção.

– De facto, tudo tem uma explicação, até mesmo as cores que utilizei nessa folha. – o rapaz declara, apontando para o seu caderno. – As tuas feições retratas por preto, por esta ser uma cor marcante e forte, tal como é difícil esquecer das tuas expressões inigualáveis. O azul que está presente no teu olhar, onde encobres os teus pensamentos caóticos e todos os receios. E, o vermelho nos teus lábios carnudos pela forma que nutres um amor platônico pela cor forte. Parabéns, Mikayla.

– Sinceramente, nem sei como posso agradecer Michael...

– Não o faças. – ele retorque, esboçando um sorriso nos seus lábios rosados. – Apenas relembra-te que quando apontas que o meu olhar não transmite o mesmo fogo, pensa que estes refletem tudo o que veem. Neste caso, és tu quem não reflete a chama.

Abismada com o seu discurso, e a suas últimas revelações engulo em seco examinando as suas íris dilatadas. Sem hesitações, pensamentos exasperados, falatórios confusos, decifro um dos seus mistérios. E, sem avisos os nossos lábios raspam um no outro, desejosos por um contacto definitivo, sendo este quebrado pelo meu impulso ao beijar carinhosamente o jovem, deixando que todos os nossos movimentos fossem fluíssem à medida que as nossas respirações coincidissem.

{até quando podemos ter algo como garantido?}

\

[NÃO REVI]

GENTE

A insonia-me FAZ ANOS E GUESS WHO TAMBÉM QUEM FAZ? A MIKAYLA

(está escrito num capítulo qualquer nem me lembro ajuda)

EU AINDA TENHO MENOS TEMPO NAS FÉRIAS K, NÃO ME JULGUEM SÃO DUAS DA MANHÃ E EU QUERIA FESTEJAR DUPLAMENTE ESTA DATA (são duas da manhã e já nem vejo a 100% o ecrã)

e ficou determinado apenas quinze capítulos para esta história, portantoooooooo 

já tenho os próximos capítulos escritos desde o inicio portanto agora é sempre a andar msm

quero ver as vossas reações ta obg

léo









Bike · mgcOnde histórias criam vida. Descubra agora