I Miss Your Touch

Começar do início
                                    

"E Louis também não iria querer. Aposto que deixaram ele ver o filhinho dele mas não me deixam entrar..."


"Harry, para com isso! Ele é pai, assim como eu sou o seu. Ele tem prioridades, claro."


"MAS ELE NÃO SE IMPORTA, EU ME IMPORTO!" Me levantei irracionalmente por impulso e percebi todo o pátio olhando diretamente para mim, eu estava literalmente gritando com meu pai e não sabia o porquê isso tinha acontecido.


Sem dúvidas alguma, amo meu pai. Ele sempre me apoio e me amou incondicionalmente mas eu realmente não sabia porque ele defendia aquele monstro, se e que pudesse o chamar assim.

O pai do Louis nunca esteve realmente com ele e depois de tudo isso no último ano, é como se Louis não existisse. Talvez ele nunca amou a família porque ele nunca soube o que é amar, só espero alguém dia, alguém o mostre o quanto esse sentimento é sincero, pois alguém já me ensinou isso e quem sabe, sabendo o que é amar, ele implique menos com a forma de amar dos outros.


"Você acha que vai ficar tudo bem?" Perguntei inseguro depois de mais um tempo em um silêncio mortal pelo meu descontrole.


"Cadê o filho positivo e alegre que eu tenho? Eu não quero perder esse também..." Des disse ríspido.


"Acho que ele foi ferido no peito, junto com o amor da vida dele.." Resmunguei baixo, infelizmente, não tão baixo como pensei.


"Okay, Harry, já não te reconheço mais. O que aconteceu com você?" Des perguntou firme olhando diretamente em meus olhos, que não aguentaram e então, minhas lágrimas começaram a descer.


Não sabia o que estava acontecendo comigo, eu apenas estava tão sensível que mal podia imaginar o quanto. Tudo que eu queria era correr e abraçá-lo, aquela era a única forma que eu poderia ficar seguro de algum jeito, nos braços dele.


"Me desculpa..." abaixei minha cabeça sobre aquela mesa redonda e a cobri com meus braços, dentre soluços "Eu estou assustado pai, com medo e só consigo me perguntar o porquê de tudo isso a todo momento. Não pode tudo, simplesmente, voltar ao normal? Comigo, com vocês e com.. Ele."


Des se levantou e me abraçou como nunca antes, pude sentir que não estava sozinho e aquilo, no entanto, era tudo o que eu precisava sentir naquele exato momento.

Pagamos e descemos novamente, dessa vez para a sala de espera.

O hospital se dividia em três andares em que ficavam os pacientes: A linha verde, a amarela e a vermelha.

A linha verde é o andar das pessoas menos graves. A linha amarela é o andar das pessoas em estado de mais alerta e a vermelha, conseqüentemente, em risco de morte e outros. Louis estava na linha vermelha.

Sentei em uma das poucas cadeiras livres enquanto meu pai se dirigia ao balcão onde ficavam as recepcionistas do andar com informações de cada paciente. Não havia ninguém lá para Louis além de nós dois naquela hora. Antes que Des voltasse totalmente as cadeiras de espera, acabei adormecendo ali mesmo por conta dos medicamentos dados a mim no quarto mais cedo.

Nem em sonhos que fosse, poderia me desligar um minuto do caos que era estar ali. Era como se estivesse revivendo tudo aquilo novamente, segundo por segundo, trazendo a tona todos os piores sentimentos da minha vida nos mínimos detalhes. Como se não bastasse perdemos mais uma vez, teria que o perder toda vez que meus olhos se fechasse. Mesmo que pior que fosse, ainda seria a única forma de me encontrar novamente com ele.

Theory - Larry StylinsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora