A última guardiã da Luz (Completo)

11 - Ganhando confiança

- Por que Ascaban falou daquele jeito comigo? Ele é um completo imbecil.

Após ter lhe dado o tapa resolvi sair para nadar um pouco no lago do bosque.

A água estava ótima.

De repente um barulho no mato.

- Quem está aí? - gritei assustada - quem está aí diga? - vi algo que parecia com a ponta do rabo de um Nugs e logo soube quem era - Ascaban seu idiota eu já lhe vi, o que veio fazer aqui? Comeu algo estragado e veio me ver nua para vomitar? - mas logo o rubor tomou conta de meu rosto ao ver que Paul saiu do mato dando uma risadinha - Paul? O-o que faz aqui?

- Vim te ver - ele me olhou e isso só fez com que minhas bochechas queimassem ainda mais de vergonha - você tem um belo corpo Beliza, nunca vomitaria ao vê-lo, minha querida. Principalmente refletido sob a luz fraca do sol pela água.

Para fugir do assunto mudei o rumo da conversa.

- Você me deixou em casa hoje pela manhã e já veio me ver?

- Bem, senti sua falta, mas se não gostou da visita eu me vou.

- Não, não precisa. Fique. Gosto de sua companhia – estava envergonhada porque usava somente a roupa de baixo dentro do lago. Paul notou e se virou dando de costas para mim.

- Que indelicado de minha parte, pode se vestir – e assim o fiz.

- Obrigada! Já pode se virar.

- Por mais que eu quisesse ficar o dia todo admirando seu corpo, ele pertence a você e eu não tenho o direito de invadir sua privacidade dessa maneira.

- Você bem que podia dizer isso para o Ascaban - falei sem pensar.

- Como assim? Ele está te desrespeitando? - seus olhos se estreitaram.

- Não, quer dizer mais ou menos – droga.

- Me explique isso Beliza, por favor. Se ele está lhe causando algum mal pode me dizer – disse bravo. 

- É complicado. 

- Tente – disse se aproximando cada vez mais, seu corpo exalava cheiro amadeirado e era quente - já provei a você que sou confiável - o cheiro se intensificou e senti que podia contar tudo a ele naquele momento.

- Eu vou te contar uma coisa Paul, mas é muito importante que não conte a ninguém.

- Sim, diga estou ouvindo - falou me dando total atenção.

- Sou a guardiã da luz, a criança que todos pensaram ter morrido durante a transição do poder que sobreviveu – meu coração doía por lembrar que minha mãe havia morrido para me proteger – descobri isso a pouco tempo e tudo ainda está muito confuso. Ascaban diz que precisa ver meu corpo devido uma magia que tem sobre mim, para ver se ela não está me fazendo algum mal ou algo assim, mas fere minha privacidade ao fazer.

- Isso não justifica essa invasão.

- Eu também penso assim, mas minha mãe o escolheu para estar comigo quando ela não estivesse mais aqui, então preciso confiar no julgamento dela.

- Mas isso é formidável Bela, quer dizer que além de linda também é especial.

- De que me adianta tanto poder se não sei usá-lo nem o controlar? Meus níveis de magia sempre foram baixos. Morei na floresta a vida toda até aqui e não desenvolvi meus poderes. Tive uma vida simples e relativamente comum.

- Se quiser eu posso te treinar. Se você deixar, é claro.

Antes que eu pudesse dizer algo Ascaban apareceu.