9 - Triangulo

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O dia estava lindo e acordei me sentindo muito bem. Olhei para o lado e avistei Paul. Como ele estava lindo, o encarei por um tempo. Ele estava sem camisa, usava apenas uma calça meio amarrotada. Nossa! Que corpo.

- Beliza? - uma voz me chamou - Beliza? - novamente a voz.

- O que é? - gritei e logo fiquei pasma de vergonha. Era Paul quem estava chamando. Havia ficado o encarando meio que hipnotizada. Que vergonha.

- Calma, é que você ficou me encarando e paralisou, eu apenas me preocupei. Você está bem?

Naquele exato momento só queria sair correndo dali e me jogar num poço bem fundo para me esconder.

- S-sim. Eu só estava pensando alto, me desculpe.

- Entendi - ele riu um pouco e me senti como uma tarada idiota.

- Está com fome? Preparei algumas coisas para você comer.

Havia um banquete posto na mesa.

- Isso é o que você chama de algumas coisas? Isso é um verdadeiro banquete - elogiei vendo aquela mesa repleta de delicias.

- Coma. Espero que goste – ele deu um sorrisinho de canto de boca que me fez enrubescer.

Me fartei com toda aquela comida e fomos em direção a minha casa, quer dizer, a casa de Ascaban. Falamos um pouco durante a viagem, mas não tínhamos muito assunto. Ao chegarmos demos de cara com Ascaban. Parecia que ele estava de saída.

- Bela! - exclamou Ascaban - Onde você estava? - ele pareceu aliviado em me ver.

- Comigo! Prazer eu sou Paul Orson - disse Paul educadamente estendo sua mão para Ascaban.

- Ela sabe falar - disse Ascaban rispidamente ignorando a mão que Paul estendeu.

- Deixe de ser arrogante Ascaban - o repreendi.

- Deixe Bela, pelo visto ele não sabe como tratar uma dama e nem como ser minimamente educado - eles se olharam como se fossem se matar apenas com o olhos - Beliza, eu preciso ir agora. Você vai ficar bem aqui? - disse Paul.

Assenti em afirmativa.

Então Paul se aproximou e depositou um beijo em minha mão. Me senti envergonhada com o gesto, pois Ascaban estava nos encarando.

- Precisando de mim, sabe onde me encontrar. Tchau.

Após um breve aceno ele se foi.

Entramos e notei uma certa inquietação da parte de Ascaban.

- O que você tem? - perguntei tentando parecer desinteressada.

- O que eu tenho? O que você - apontou o dedo em minha direção - tem.

- Não sei se entendi o que você quis dizer.

- Você sabe o quanto eu estava preocupado com você? Você é muito irresponsável Beliza. Está sendo caçada e some durante horas sem deixar rastro algum - ele estava bravo.

- Como é que é? Eu sou irresponsável? Faça-me o favor né. 

- Sumir daquela forma e ficar fora a noite inteira é algo que tem costume de fazer?

- Só quando me irritam e me desrespeitam. 

- Desrespeitam? Você não consegue entender nada mesmo. Não compreende minimamente a situação delicada e perigosa em que se encontra no momento.

- Agora sou burra? - a discussão estava me cansando.

- Não foi o que eu quis dizer. 

- Então diga o que você deseja mesmo dizer – estava furiosa.

- Fui designado para cuidar de você, mas não tinha noção do quão difícil isso seria - falou passando as mãos no cabelo e o prendendo.

- Eu nunca pedi para que se encarregasse de cuidar de mim e nem nada disso, minha vida foi decidida por pessoas que não estão mais aqui para explicar o porquê te escolheram. Eu não sei quem você é, mas percebo o quanto é um homem grosso e insensível. E para a sua informação eu sei me cuidar.

- Eu vi bem - disse bufando no final da frase.

- O que você está insinuando?

- Me diga uma coisa...

- O quê?

- De onde vocês se conhecem? Estão juntos?

- Não, de onde você tirou isso?

- Eu vi o quão íntimos estavam hoje mais cedo, e vocês passaram a noite juntos.

- Você está com ciúmes Ascaban? - estava incrédula com as insinuações dele.

- Claro que não. Eu só peço que tome cuidado, pois seus sentimentos estão diretamente relacionados aos seus poderes. Não quero mais esse problema para ter que administrar.

- Tudo bem, entendi. É a isso que tudo se resume, sobre meus poderes e como complico sua vida.

- Só não achava que você fosse desse tipo - Ascaban disse quase como um sussurro.

- Como é que é? - o encarei furiosa.

- Foi exatamente o que você entendeu. Não sabia que dormia com o primeiro que encontrasse.

Eu havia ouvido, mas não podia acreditar que ele realmente disse aquilo. Como ele pode pensar aquilo sobre mim? Ascaban estava sendo uma das maiores decepções da minha vida. Estava me sentindo mais decepcionada de que de fato ofendida. De forma automática lhe dei outro tapa, mas dessa vez do outro lado do rosto.

*Paul na mídia

A última guardiã da Luz (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora