Capítulo 26

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Voltei pro morro depois de ter passado a tarde com eles lá, eles preferiram morar onde eu morava, já que aquele apartamento era comprado, então deixei pra eles. Pedi que tomassem cuidado e qualquer coisa que me ligassem. Na sala eu e a Carol sentamos pra assistir um filme.

- Vai sair mesmo com o De maior?

- Vou sim, porque?

- Você já parou pra pensar que um dia vai ter que escolher entre o Lorenzo e o Matheus?

- Penso isso sempre, vou dormi pensando nisso... Eu queria ficar com os dois, não tem como ficar com os dois?

- Não amiga, um ou outro infelizmente, você sabe como o Lorenzo é, se ele descobrir...

- Vira essa boca pra lá, se ele descobrir eu sou uma pessoa morta amiga... E o coitado do Matheus também.

- Nem fala isso, não brinca com fogo Sabrina, vai termina se queimando.

- Vamos ver no que isso vai dar, vou adorar ver dois homens brigando por mim. - ri

A noite saí, antes que o Lorenzo viesse me procurar, e ele não vai me achar tão cedo. Fui para uma balada junto com o Matheus e de lá fomos para a praia da última vez, mas não fizemos nada porque eu estava sem clima.

Voltando para Copacabana, eu passei lá no prédio, fui ver a Bianca e saber se eles precisavam de alguma coisa. Dali peguei um táxi, pra voltar pro morro. Tudo para o Lorenzo não perceber nada, adoro esse joguinho perigoso.

Olhei meu celular e nenhuma chamada do Lorenzo, até estranhei. Bom, melhor assim. Subi o morro me arrastando de cansada. Passo por ele e um monte de homem armado na entrada do beco.

- Oi amiga, que delícia de noite. - ri e ela fez sinal de silêncio.

- Delícia de noite? Que macho você pegou hoje? - o Lorenzo vinha caminhando para a sala depois de descer as escadas.

- Me respeita seu idiota, eu não sou qualquer uma pra ter macho, se for assim você também é meu macho. - subi as escadas passando por ele.

- Isso é hora de chegar? Em Sabrina, não se esqueça que você está na mira do galego.

- Claro que eu não vou esquecer, porque você não me deixa esquecer. - disse, tirando a minha camisola do guarda roupa.

- É bom mesmo você não esquecer. - cheguei perto dele e disse:

- Quando eu saber atirar, você se prepara... - de repente escutamos tiros, o Lorenzo me joga no chão, o celular dele e ele sai correndo pra porta.

- O que está acontecendo Lorenzo? - grito e ele volta e me abraça.

- O morro está sendo invadido. - ele diz e meus olhos arregalam, minhas pernas tremem.- Vou descer pra mandar a Carol subir, por favor não saíam daqui.. Dessa vez me obedece por favor? - faço que sim com a cabeça e ele me beija e eu retribuo. - Eu te amo princesa - o jeito que ele falou é como se fosse uma despedida... Não,não.

- Volta pra mim sã e salvo, te espero aqui. - e ele desceu, poucos minutos a Carol sobe ocorrendo, os tiros ficavam ainda mais altos.

{...}

Sorte minha que eu tinha mandado as armas pra cá, subo pra boca, o piqueno junto com o De maior distribui as armas...

- O que está acontecendo?

- Tão invadindo o morro, aquele filho da puta do galego.

- Droga! - bati na mesa - Bora,bora - gritei pra quem vinha buscar arma - Vamos defender o morro!

Desci junto com o De maior de moto com um fuzil e duas pistolas na cintura, atirando pra todo lado... Os moradores já estavam dentro de casa. Desci da moto e atirei, matando uns dez. O De maior e o piqueno desciam pelo canto, enquanto uns estavam em cima das lajes atirando.

- Passa pra cá - gritava - tu da volta e entro no beco da mata - dizia pra um - e tu sobe pra ajudar os que estão em cima das lajes - E vocês fiquem aqui - tinha mais de trinta homens comigo -mete bala porra! -gritei...

Quase uma hora trocando tiro, o resultado era três homens meus feridos e os capangas do galego a maioria estava morto. Levantei a arma pro alto comemorando e atirei.
Vasculhamos o morro e não tinha ninguém, vasculhamos novamente, mas estava limpo.

Subi pra boca e os homens riam de felicidade, os feridos estavam sendo bem tratados pelo médico do morro. Meus pensamentos estavam na Sabrina, quando menos espero ela vem correndo e me abraça. Os seus olhos estavam vermelhos e todo mundo olhava, a minha irmã veio me abraçar também.

- De maior leva a minha irmã pra casa da minha coroa, amanhã você volta ta bom?

- Ta bom, se cuida!

Levei a Sabrina pró quarto do baile aonde ela ficou presa. Fechei a porta atrás de mim e ela me agarrou ainda mais forte.

- O que foi minha princesa? - sabia que ela estava assustada, patricinha nunca participou de um tiroteio - me fala .. - ela me olha , passa os dedos no meu rosto, fecho os olhos com seus toques.

- Eu pensei que eu... -ela abaixa e volta a olhar pra mim - iria te perde - abro um sorriso e a beijo.

- Estou aqui meu amor, não aconteceu nada comigo - me virei na frente dela e ela riu.

- Eu sei, eu sei é tão bom te ver aqui... Na minha mente passou muitas coisas, eu não suportaria viver sem você... - ela falou aquilo e meu coração acelerou, estava completamente arriado os quatro pneus por essa dondoca - mesmo você sendo um chato sempre, pervertido e um idiota que pega no meu pé...

- Obrigado pelos elogios, você sempre sendo um doce. - coloquei a minha mão atrás do seu pescoço a trazendo para mais perto de mim, ela ofegava e aquilo me deixava louco, ela olhava para minha boca, beijei seu pescoço, a levei para cama.

A vi levantando para tomar banho, isso era quatro da manhã, virei para o outro lado e voltei a dormi. Algum tempo, não sei quanto, a senti a trás de mim me abraçando.

{...}

Antes de me deitar na cama novamente, esperei o Polegar dormi de novo, para pegar o que preciso. Arrastei a caixa de baixo da cômoda e tirei a foto da mulher e do bebê e guardei no bolso do meu short. Ele me acordou com um beijo, resmunguei mas retribui.

- Sorte sua que eu escovei os dentes - ele riu - preciso descer, mas tô com uma preguiça.

- Eu tenho que trabalhar, a noite você vai na casa da minha mãe. - olhei pra ele cerrando os olhos - que foi ? Vai conhecer sua sogra.

- Sogra? - gargalhei - vou pra casa que é melhor. Me vesti e descia a pé mesmo. Apesar da noite de ontem, do tiroteio e tudo aquilo eu estava feliz. Senti alguém me puxando, quase que eu caí.

- Passou a noite com ele? - O Matheus perguntava, ele apertava com muita força meu braço.

- Passei sim, qual é o problema nisso? - disse com desdém.

- Você é minha Sabrina, minha - peguei a mão dele e tirei de cima de mim.

- Presta atenção no que vou te dizer, não da uma de machão pro meu lado, que você não está falando com a Sabrina Menezes a de Copacabana e sim a Sabrina Menezes mulher do dono disso tudo aqui, eu não prometi nada a você Amorzinho e se quiser contínuar comigo, vai te que ser do meu jeito. - dei um selinho nele e saí voltando para casa.

- Estou ferrada. - sentei perto da Carol que assistia TV.

- Porque? Não está bem com o Lorenzo?

- Melhor do que eu esperava amiga, mas é com o Matheus sabe? Ele me pegou ali no beco cobrando satisfação, não devo nada a ele - peguei o copo dela de suco e tomei um gole.

- Encerra esse lance com o Matheus e pronto.

- Só que eu gosto dele também, o que eu faço?

- Aí eu não sei amiga, só te digo uma coisa, acaba esse lance com o Matheus, acaba logo.

Dona do MorroWhere stories live. Discover now