Acordei com um barulho. Olhei pro lado e vi o Lucas lendo o que eu tinha escrito a pouco tempo atrás.
-Hein?! - acordei assustada.
-Desculpa, é que estava aberto. Quase chorei - ele disse.
-Tudo bem.
-O que passa na sua cabeça, minha irmã?
Meu irmão chegou perto de mim e me abraçou.
-É tanta coisa - admiti.
-Eu te entendo. Ou pelo menos tento. Vai ficar tudo bem e se não ficar, vou continuar do seu lado.
-Obrigado - minha voz quase não saiu.
Chorei, chorei ali abraçada ao meu irmão.
Nunca enfrentei meus problemas chorando, sempre de cabeça erguida, mas dessa vez está muito difícil erguer a cabeça e me sentir bem, confiante, ninguém é tão forte que não choraria em um momento desses.
Depois do meu choro, meu irmão deitou na poltrona e assistimos um programa de comédia.
Pouco depois a enfermeira veio trocar meus curativos e me trazer uma sopa, no mínimo feita no micro-ondas, aí que saudade da comida da minha mãe.
-Vou ter que comer mesmo essa comida? - perguntei apontando para a sopa.
-É a única, vai te deixar mais forte - a enfermeira praticamente cuspiu as palavras.
-Não sei aonde que uma água com tempero vai me deixar mais forte, eu precisava era de um daqueles lanches do McDonald's - desabafei.
-Aqui não é o McDonald's - ela recrutou.
-Infelizmente, porque lá tem gente mais educada do que aqui - rebati.
O Lucas que estava do meu lado, pois a mão na boca para não rir.
A mulher só me olhou com uma cara de quem comeu e não gostou. Ela trocou os curativos e só disse que depois o médico viria me ver e saiu com cara feia.
-Mandou bem, hein? - Lucas elogiou.
-Mas também, só quer que a gente tome essa sopa com gosto de nada.
-Espere,nisso posso ajudar.
O Lucas pegou seu casaco e já ia saindo.
-Aonde você vai? - perguntei.
-Vou trazer um sorriso nesse rosto lindo - ele respondeu e saiu.
Fiquei sozinha e como não tinha ninguém pra dizer o que eu tinha, ou não o que fazer, deixei aquela sopa horrível de lado. Não estava com fome mesmo.
Meu braço esquerdo ainda doía, acho que só arrumaram na tipoia e nem examinam coisa nenhuma.
Nesse momento o médico chegou pra me ver.
-Como vai? - ele perguntou entrando no quarto.
-Mal - admiti.
-Sente dor?
-No braço.
-Ah, é normal.
-Não vão fazer cirurgia? Não entendo muito de medicina, mas eu tinha que já ter feito uma operação ou algo do tipo.
O médico narigudo ficou sem graça e ficou todo vermelho.
-Eu vou providenciar isso - ele disse.
-É bom mesmo.
O médico olhou ao redor e não viu ninguém ali comigo.
-Não tem ninguém aqui com você? - ele perguntou.
YOU ARE READING
Surpresas do Destino
RomanceEnquanto a Melissa arrumava a mala para viajar com seu namorado, ela jamais imaginou o que poderia acontecer em menos de vinte minutos depois que entrassem no carro e seguissem viagem. A Melissa adolescente, mal-humorada e que não dava ninguém o go...
Capítulo 4
Start from the beginning