Cena Extra || PAULA ||

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Para acalmar vocês, e não deixá-los ansiosos, roendo as unhas, venho deixar uma cena extra que se passa no tempo corrente do Capítulo 1, pra quem não se lembra, quando o Rapha estava no hospital. Essa cena é da Paula, e acontece antes dela chegar no hospital.

Espero que se deliciem, embora esteja pequena. Mas é de coração pra vocês, porque é uma cena que entrará na segunda versão do livro. ♥♥♥


Capítulo 1 - Cena Extra


Desgraça! - Paula trincou os dentes para a mão toda melada de suco de laranja. É, vai olhar para homens e derrubar no chão todo o suco que acabou de comprar. Isso que dá, ela julgava-se, quem dera se todos os julgamentos fossem tipo daquele, com o peso leve do sorriso. Podia ter doído, olhou para o sapato com o salto quebrado. Bem feito, não prestara atenção que no meio do caminho tinha um meio-fio, então pisou em falso, e teve sorte - fez um tipo de bico com os cantos da boca contorcidos pra baixo -, nem sempre era assim na vida, os tornozelos se torcem "às vezes quase sempre" - no meio do caminho também tinha um homem, riu de si mesma, o que para ela era quase a mesma coisa, só que beijável. Ainda bem que tinha conseguido salvar o pão-na-chapa. Certo que devia estar todo amassado entre a mão dela, que no espanto se fechou. Ela abriu o saco de papel e viu que o queijo melequento vazava pelos lados espremidos do pão, mas fazia parte da sua trapalhice.

- Deixa que eu te ajudo - gritou um moço, o da água de coco da esquina, correndo até ela com um pano na mão que havia acabado de tirar do ombro - Dá aqui - pegou-lhe da mão o que foi uma vez um copo e jogou ali mesmo, na rua, junto do meio-fio, e enxugou o braço dela, como se ela fosse incapaz de enxugar o próprio braço. - Pronto - ele sorriu, debaixo da barba malfeita.

- Ah, muito obrigada - agradeceu ao moço magro, não podia ser mal-educada diante a "gentileza" dele.

- Não tem de que, mulher bonita a gente não nega ajuda.

- Gentileza da sua parte - disse entre um sorriso deixado rapidamente de lado. Quer dizer que mulheres feias mereciam então cair, e de preferência no meio da rua para serem logo atropeladas? Tsc, tsc, tsc... - Mas, e as mulheres feias? - perguntou, porque falava o que pensava, enquanto se equilibrava sem o outro salto.

- Hãm... - pensou o moço, olhando para ela e aquele vestidinho curto preto - As feias a gente termina levando pro altar - riu, achando que tinha se saído bem.

Para ela, ele podia morrer engasgado.

- Muito obrigada mais uma vez, eu preciso ir - apontou para o hospital do outro lado da rua, e pôs-se a sair dali o mais rápido que podia. O calor do dia com a ignorância dos homens não fazia bem para ninguém. E ela ainda pisara em falso num meio-fio por causa dessa espécie. Era estupida, às vezes. E o seu sapato? Tadinho. Ia ter que pedir mais dinheiro ao pai para comprar outro, a grana do mês havia acabado - os últimos centavos foram para a xerox da faculdade, lastima. Homens também, que dó, só apoiava a existências deles porque uns aqui e outros ali tinham um bom sexo, e ela não nasceu lésbica, o que era uma pena, pensava. E nunca foi muito fã de consolos, já tentou, mas eram troços bem frigidos. Mais que os homens mais frigidos, mas ainda assim talvez fosse preferível o consolo - riu. Ria sozinha sempre.

Tirou os sapatos, usando os próprios pés, e, ao abaixar-se para pegá-los, um homem, daqueles muito bem-apanhados, com roupas de academia e todo suado passou por ela e o moço que a ajudou, na mesma calçada, e Paula, mais que rápida, com olhos de águia, arregalou-se para a direção do cara.

Talvez fosse preferível os homens do que os consolos.

- E os feios? - perguntou o moço da água de coco, como se pudesse lhe cobrar algo e adivinhasse seus pensamentos.

- Hãm... - ela virou-se para ele, abobalhada, não sabia responder. Agora havia sido ela que foi pega sem resposta. - Bem esperto você, né?

- É por essa e outras que levarei as feias pro altar. - o moço lhe virou as costas e saiu, de cara feia.

Deixando-a ali...

Era por essa e outras que ela não desejava jamé subir num altar.

Pegou os sapatos e foi também, sem classe alguma, já havia a perdido desde que chegou ao hospital - nem sabia como andava ainda naqueles saltos. Então ela foi, queimando os pés no asfalto quente, saiu dando pulinhos e gritinhos. Muito engraçado, achou de saco cheio ao ouvir o moço da água de coco disparando-se a rir dela. Paula não se conteve, ao chegar na calçada do outro lado da rua, já sobre a sombra da frente do hospital, mirou-lhe um cumprido dedo do meio. - Grosso e estúpido! - Já não devia mais educação nenhuma a ele. Pimenta no cu dos outros é refresco, e por aí vai... é bem assim.


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Os Sete Pecados (Romance Gay)Where stories live. Discover now