Capítulo 17

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Oie oie. Alguns problemas pessoais me afastaram da escrita. Mas com calma tudo se resolve, e graças ao apoio de vocês, as mensagens de força e carinho, eu consegui finalizar o capítulo 17.

Espero que gostem. Fiquem ligados, porque os mistérios começarão a ser revelados, com a introdução de mais outros, caso contrário não teria graça. ;)

Não se esqueçam de votar, e cometem. Estou em falta também com os comentários, mas vou responder todos até então não respondidos. Beijão no coração.

Capítulo 17

Desde quando decidi que me sustentaria sozinho, sem a ajuda do meu pai, eu joguei inúmeras vezes nesses jogos de loteria, com a esperança de ficar tão rico quanto ele. Porém, a sorte nunca colou na sola dos meus calçados tanto igual aos inúmeros chicletes mascados que pisei pela vida, essa era a dura verdade. Então, eu desisti de jogar.

Embora eu tenha nascido numa família de fazendeiro, considero isso como desafortunado, acredite, sempre que coloco as mãos nos bolsos e dentro deles nada encontro. Mas essa não é a pior parte. É nesses momentos de "nada encontrado" que eu lamento, não por não poder comprar aquele sapato da Ferracini que andei namorando na tela do meu computador, mas pelo conservadorismo impregnado que fragmentou meus laços de família. A perca da vergonha de gritar diferente dos outros esvaziou tudo em minha vida, além apenas do bolso, fez com que eu rasgasse aquela foto da família reunida que quase todos carregam na carteira. É, eu tive uma. Não vou dizer que foi fácil, no início, demitir da função de pai o cara que ganha 50 mil por mês, aproximadamente. E não foi pelo dinheiro, gosto de reforçar isso. Quantas vezes for preciso. Mas foi por ele que muitos me chamaram de louco. Eu chamei isso de orgulho. Algumas coisas ruins transformam a gente. Nesse jogo você pode apostar no quanto sairá diferente.

— É tão bom quando a mamãe passa uns dias a mais que só o final de semana aqui conosco. Não acha, irmão? — perguntou-me, Paula, na decepção de ver minha cabeça balançar menos do que ela achava merecido. Eu concordara, distraído com o celular, enquanto caminhávamos, como formigas prevendo o mal tempo e na certeza de que precisam de alimento numa dispensa. — Além da companhia dela, é claro, tem a comida... — continuou minha irmã. — Ai, aquele delicioso bolo de batata... — tentei prestar-lhe atenção, parecia saborear o gosto da comida nas palavras que não paravam de sair de sua boca. — E o suco natural de...

— O carro — cortei sua fala, com uma navalha afiada. Uma pausa foi feita, entre um par de sobrancelhas questionando o par de outras. — É onde você quer chegar com esse papo, não é? — atirei-lhe uma indelicadeza, escorrendo graça pelos cantos, para equilibrar. — Aaaah, ele ajudaria muito nossas vidinhas, acertei? — apesar de eu tentar soar pilhérico os lábios dela vacilaram num sorriso, enquanto apressávamos mais os nossos passos, a caminho do ponto do ônibus.

— Eu não quero parecer fria, tá? — era de se esperar que Paula não fosse engolir quieta. — O que tanto te irritou nesse celular, pra descontar em mim, hein, irritadinho? — foi debochada.

— Nada — escondi a tela do celular no peito.

Olhei para ela, gracejando com o canto da boca, deixando a covinha em minha bochecha sobressair. Tentando esconder dela, e inclusive de mim, o que ali estava, para o dia não ser... nublado. Acho que esta seja a palavra que mais se encaixa.

— Só brinquei com você — tentei amenizar.

— Estava insinuando, seu "viado" — a comicidade em seu olhar fazia-me sorrir por dentro, enquanto tentava prender os risos. Ou isso era sintomas de uma agonia? Estava confuso, numa expectativa e incerteza constante, devido a tudo que aconteceu no final de semana — Um carro faz muita falta. Mas não muda de assunto — ela foi firme na voz.

Os Sete Pecados (Romance Gay)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum