Capitulo 16

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Como Bélgica sofreu um desmaio,teremos alguns narrações contadas por Ian..

Não era isso que eu tinha em mente quando joguei aquele carro no barranco, eu pensei uma coisa totalmente diferente, na minha cabeça, o carro, iria cair e deslizar normalmente e não capotar como aconteceu, eu iria tomar a arma daquele bandido, o deixaria ali perdido na estrada e voltaria pro castelo de carro com a Bel. Contaria tudo pro meu pai e pronto. Final feliz pra todo mundo.

Mais não foi assim, quando desliguei o telefone da ligação que tinha feito, encontrei a Bel caída desmaiada, larguei o telefone no chão e fui correndo ao seu encontro.

Ela estava totalmente inconsciente e sangrava muito, achei o ferimento, tirei minha blusa e coloquei em cima para fazer pressão e estancar o sangramento.

Meu pai já estava a caminho, ele já havia mandado homens, desde a primeira vez que o liguei, ainda no estacionamento da feira, é que na hora que a Bel gritou o telefone caiu, e ele ficou ligado e meu pai escutou tudo que falamos até a hora que o carro se chocou no meio do matagal.

O que foi um alívio, porque pela distância que era de Genebra a Sullivan e como estávamos no meio do nada, Bel poderia ter perdido muito mais sangue.

Quando chegamos no castelo, uma equipe médica já nos esperava lá, a colocaram em uma maca e a levaram para o ambulatório do palácio, aonde eu não há vi mais, até meu pai vir falar comigo.

-O que aconteceu Ian? Meu pai veio na minha direção, enquanto eu esperava na porta do ambulatório. Ele falou de um jeito arrogante, como sempre...

-Eu pensei que o carro não fosse bater, eu não imaginava que isso poderia acontecer. Me expliquei porém meu pai me interrompeu...

-Você é um irresponsável, como sempre se metendo em confusões, e agora? e se essa menina morrer? como vai ser isso? A culpa vai ser toda sua.

Falou e apontou o dedo na minha cara. Ao ouvir aquela fala do meu pai, me lembrei do motivo de eu não falar mais com ele. Na verdade eu só liguei para ele, porque não tinha outra opção, era muita coisa em jogo pra arriscar por um orgulho, a cidade poderia sofrer, e também minha mãe e irmã moravam no palácio, pensei nelas o tempo inteiro.

-Você não se importa, nem com ela e nem comigo, nunca se importou, mais eu vou responder pelo que fiz, não preciso de você pra resolver isso.

Gritei o olhando de frente, meu pai achava que tudo que eu pudesse fazer, uma hora eu iria precisar dele. E aí ele iria jogar na minha cara, que eu não faço e não sou nada se não for por ele.
Meu pai me olhou furioso e sai de sua frente indo em direção ao extenso corredor que dava pra porta de saída, porém encontrei minha mãe no caminho. Ela estava saindo do escritório do meu pai.

-Ian querido que saudades, como você está? Se machucou? Minha mãe me abraçou e conferiu em meu corpo meus machucados que eram superficiais, apenas arranhões.

-Oi mãe, tá tudo bem. a beijei em sua testa.

-O que aconteceu, porque essa cara? Minha mãe perguntou.

- O de sempre mãe, meu pai, que gosta de me tirar do sério! Respondi.

-Ian por favor, tenha um pouco de paciência com seu pai, ele sente muito sua falta. Minha mãe amorosamente pediu.

-Engraçado, não o vejo falar isso, só quando o encontro é só brigas, e chateação.

Minha mãe ficou em silêncio e logo depois perguntou.

-E a menina como está?

-Na verdade eu não sei, não me deixaram vê-la. Respondi, enquanto me sentava em um dos bancos nos corredores, eu estava preocupado, esgotado, triste, um caco.  

-Filho, isso foi muito grave, vocês poderiam não ter sobrevivido.
Minha mãe me falou e se sentou ao meu lado.

-Eu sei mãe, tomei uma péssima decisão, e me arrependi muito, pode ter certeza.respirei fundo...
Mais vou dar um pulo no meu apartamento, eu preciso tomar um banho e tirar essas roupas cheias de sangue. Eu ainda estava sem minha camisa. -Se ela acordar, Por favor me ligue...

-Claro filho, vai sim...

Peguei meu carro e dirigi até meu apartamento, tomei um banho, e coloquei uma roupa limpa. Eu precisava avisar ao pai de Bélgica sobre ela, mais eu achei melhor esperar ela estar acordada. Voltei pro palácio e os médicos já tinham aberto a porta e estavam do lado de fora.
Fui correndo até eles, ansiosos por mais notícias dela.

-E então como ela está? Perguntei,e o médico virou-se para me responder.

-O quadro dela é estável, ela perdeu muito sangue, e vai precisar de uma transfusão. Estamos realizando alguns exames ainda, para saber qual é o seu tipo sanguíneo... Portanto é bom que todos que puderem doar, o façam bem rápido.

Coloquei a mão na cabeça desesperado, o que foi que eu fiz? Eu precisava fazer alguma coisa.
-Posso vê-la? Perguntei ao médico e ele fez que sim com a cabeça.

Ao entrar no quarto, Bélgica estava dormindo, ou cedada não sei ao certo. Estava pálida, mais com a expressão calma e serena. Fiz um carinho em sua testa, e peguei em sua mão, fazendo um carinho ali também. E, chorei baixinho por alguns minutos, agora eu entendia os motivos dela se afastar de mim, ela temia que algo acontecesse a ela, ela estava certa, só o fato de eu me afastar do palácio não faria de mim, uma pessoa comum, esse maldito sangue real sempre correria nas minhas veias. E mesmo que eu não quisesse, sempre quem estivesse ao meu lado, correria perigo. Eu estava muito triste... Dei um beijo em seus lábios e prometi a mim mesmo que iria fazer de tudo para vê-lá bem..

E foi o que fiz, saí dali e fui até a casa dela falar com seu pai, não seria fácil eu sei. Mais ele iria precisar doar sangue, que os médicos me disseram ser um sangue raro.

-Senhor Selin? Ele fez que sim com a cabeça e fechou a cara ao me ver...

-Podemos conversar? Subimos até seu apartamento e lhe contei tudo, desde o ataque dos rebeldes na feira, até o incidente no carro.

Ele não demonstrou ódio por mim, o que me surpreendeu, achei que ele me bateria, o que era justo, eu merecia.
Mais ele se levantou e pediu para ir até o palácio vê-la. No caminho expliquei sobre a doação de sangue, e a amiga da Bel, também veio junto para ficar com ela.

Levei Selin para dentro do castelo e ao chegar ao extenso corredor, uma cena me surpreendeu, minha mãe saiu de um dos cômodos, e Selin e ela se entreolharam, ficando parados no lugar, como se já se conhecessem, o que conclui, quando ambos falaram em uníssono.

-Você?

As Voltas Que A Vida DáOnde as histórias ganham vida. Descobre agora