Fucked Up On Life

Comincia dall'inizio
                                    

Vinha me sentindo muito diferente a algumas semanas, tinha algo estranho comigo. Fui ao médico e fiz uma bateria de exames rotineiros. 

- Alexandra Orlov? - a recepcionista da clínica me chamou.

- Sou eu. - me levantei do banco de espera.

- Me acompanhe, por favor. - sinalizou com a mão sorrindo forçadamente como o trabalho exige.

Acompanhei a mulher até a sala onde um médico que conheço a alguns meses graças a Pedro, me esperava para abrir meus exames.

- Bom dia, Alexandra. - sorriu e estendeu a mão em cumprimento.

- Bom dia, Doutor. - sorri de volta e apertei a mão dele.

Me sentei em uma cadeira a frente da sua mesa e ele ficou me fazendo algumas perguntas. Abriu um exame, fez uma análise e disse que tudo estava bem. Abriu o segundo e sorriu olhando para a folha.

- Você está ótima, Alexandra. - me olhou e sorriu - Mas, algo significativo está acontecendo.

- Algo significativo? - perguntei um pouco nervosa.

- Você não faz ideia do que seja?

Seu sorriso "contente" estava me assustando.

- Não, não faço. - respondi imediatamente.

- Você está grávida. - disse sem mais delongas.

- Eu não posso estar grávida! - balancei a cabeça negativamente.

- Sua gestação está de quase três meses, senhorita Alexandra.

- Mas doutor, as últimas vezes que transei eu tomei a pílula do dia seguinte...

- Então você tomou a pílula várias vezes seguidas? - perguntou arqueando as sobrancelhas.

- Sim... - respondi receosa.

- Isso é totalmente errado, se várias vezes usada, ela pode perder o efeito, ou seja, não vai realizar sua função, além de prejudicar a sua saúde e também ela não é cem por cento eficaz. - explicou calmamente.

Eu sabia disso, mas... fui irresponsável.

Fiquei em choque escutando o médico falar. Realmente eu me sentia diferente, mas em nenhum momento pensei que fosse isso. Minhas regras menstruais estavam atrasadas, mas isso já tinha acontecido antes, por isso não dei importância.

(...)

Sai da clínica ainda em choque, estava grávida e não tinha certeza de quem era o pai da criança. Em Los Angeles, eu fiquei com o Pedro e o Jared Leto no mesmo dia. Nossa, é tão repulsivo lembrar disso. Estou explodindo de dúvida e insegurança.

GRÁVIDA!

Voltei para a emissora e a primeira coisa que fiz foi procurar por Tais, quando a encontrei, puxei ela até uma sala, onde eu me certifiquei que ninguém nos ouviria.

- Estou grávida. - falei rapidamente olhando em seus olhos.

- Grávida? - ela sorriu de espanto - Não sei se digo parabéns ou te pergunto quem é o pai. 

- Não diz parabéns...e não me pergunte isso, porque eu simplesmente não sei quem é. - olhei para o chão.

Ela me abraçou e acariciou minha cabeça. Eu estava tremendo.

- Ale, você pode estar grávida do Jared Leto! - disse com uma voz animada.

- Tais, me promete que você não vai dizer isso a ninguém! - me soltei para olhá-la nos olhos.

- Eu prometo, mas o que você vai fazer?

- Confio em você! - olhei para minha barriga que não tinha nada de relevo - Eu vou cuidar do bebê. - sorri de leve - Ele não tem pai, tem apenas mãe. Uma mãe que vai fazer de tudo por ele.

- Estou aqui para te ajudar também... mas, você não acha que o Pedro ou o Jared tem direito de saber que podem ser pais?

- Eles não serão pais de um filho meu... - falei convicta - Eu só preciso adaptar minha vida para receber um bebê e ser feliz. Só ele e eu. - sorri - Nossa!

Fiquei conversando com a Tah e meu nervosismo logo se tornou uma pequena felicidade. Estava me sentindo só, apesar de toda a dedicação de Tais, entretanto agora eu sei que alguém cresce dentro de mim e eu serei o porto seguro desse serzinho. Não importa quem é o pai, se Pedro, o ex-noivo babaca, ou se o roqueiro platinado, que usa e descarta, o que importa é que eu vou amá-lo. Estava me sentindo feliz.

Alexandra, é isso, você já é mãe!

(...)

Assim que entrei no meu ap corri até um porta-retrato dos meus pais que estava em um criado mudo. Beijei a foto e alisei com a ponta dos dedos.

- Pai, mãe... vocês se lembram que eu disse que só teria filhos depois dos meus trinta anos? Então, aconteceu agora. Estou feliz, apesar de tudo, só queria que vocês estivessem aqui... mas eu juro, que o bebê, o meu bebê, será muito amado por mim e tenho certeza que vocês estarão olhando por ele.

Beijei o quadro novamente e o coloquei em seu lugar. Estava me sentindo leve, a um tempo não me sentia assim. Porém, o meu plano de vida tinha saído dos trilhos, tudo estava planejado, me formar, trabalhar muito, me apaixonar, amar, me casar com Pedro e depois dos trinta ter um filho. Não está nada saindo como o planejamento, mas eu vou fazer um novo e viver ele. Afinal, eu estou grávida!

Fui até o meu quarto e me olhei no espelho. Tirei meu blazer e depois minha regata e encarei minha barriga. O médico disse que ainda demoraria mais algumas semanas para ela crescer, porque sou magra, por sinal muito, e porque é minha primeira gestação.

- Acho que já te amo bebê. - disse olhando para minha barriga no reflexo do espelho.

Sensações estavam demasiadas aceleradas dentro de mim, me faziam já sentir e imaginar muito precocemente.

Olhei para o meu quarto já planejando em que lugar caberia o berço. Meu quarto, assim como o resto do apartamento é pequeno, mas é o suficiente para mim e o bebê.

Dois meses atrás eu diria que isso é o fim, estava com a vida ferrada, hoje me sinto bem, e bem acompanhada. Um sentimento lindo preencheu todo o vazio que estava instalado em mim. Essa notícia, essa criança, me deu um novo objetivo, novos sonhos e arrancou de mim, qualquer sentimento de amargura. Fui tomada por esperança e carinho.

Up In The Air 》LustDove le storie prendono vita. Scoprilo ora