- Vim trazer a água que deixou na cozinha, desculpa se interrompi a conversa- disse cinicamente.
- Obrigada, agora pode sair- não sabia se a raiva que sentia devia-se ao fato da discussão, ou dele ter dito que jamais dariam certo.
- Amiga você é louca mesmo, era seu enteado falando aí ao fundo? - tinha esquecido que a amiga estava no telefone.
- Era ele sim, mas isso é assunto para quando a gente se encontrar pessoalmente- desconversou- Vou tentar dormir que amanhã preciso levantar cedo. Me deseje sorte.
- Boa sorte, e vamos marcar de fazer algo no fim de semana.
- Veremos, vai depender de como será minha semana- despediram-se e ela colocou o celular para carregar. Achava que não dormiria nada, mas precisava ao menos tentar.
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Na manhã seguinte Rebeca demorou mais que o habitual para se arrumar. O encontro da noite anterior a havia deixado acordada por algumas horas, e a prova disso eram as olheiras que se mostravam bastante visíveis.
- Mil vezes merda- disse irritada.
Desceu para o café e torceu para que a governanta tivesse amanhecido sem voz, ou teria que fazer aquela bruxa engolir a própria língua. Não viu sinal da hóspede e pensou se Arthur teria a levado para algum lugar, mas duvidava ter tamanha sorte.
- Tem um motorista esperando para te levar para o trabalho- a governanta disse.
- Obrigada- sem esperar por uma resposta resolveu sair, o dia já prometia ser estressante e não iria piorar.
Assim que saiu viu que um senhor de meia idade a aguardava, com tanta confusão tinha esquecido de falar com Arthur sobre ela ter um carro.
-Bom dia, meu nome é Armando e serei o responsável por levar a senhorita ao trabalho- disse amigável.
- Será uma honra ter um motorista tão simpático- disse arrancando um sorriso do senhor- Mas pode me chamar de Rebeca, me sentirei melhor.
- Como quiser- ele concordou abrindo a porta para ela.
Fizeram o trajeto em silêncio, ela preferia que conversassem para que pudesse esquecer o acontecido daquela madrugada desastrosa.
- Chegamos- ela nem tinha prestado atenção ao caminho, agora teria que enfrentar aquele dia como pudesse.
Assim que se preparou para começar o dia de trabalho, seu telefone começou a tocar sem parar. Eram diretores querendo marcar reuniões, jornais querendo entrevista com o novo presidente, investidores querendo conversar com seu chefe, entre tantas outras pessoas.
Ele chegou ás 8:00, a cumprimentou rapidamente e seguiu para a própria sala. Não tinha certeza se esse era o jeito dele, ou se ainda estava chateado pela confusão.
- Rebeca vem na minha sala- disse uns 15 minutos após ter entrado.
Sem querer dar mais motivos para que ele ficasse irritado, se apressou em atender ao chamado e logo se via batendo à porta de sua sala.
- Pode entrar, preciso só de um minuto e já conversaremos- apontou a cadeira para que ela esperasse.
Era impossível não admirar como ele ficava diferente vestido de maneira formal, na verdade Arthur era o tipo de homem que ficaria bem com qualquer roupa.
- Conversei com a Jade e ela me garantiu que vai te respeitar como merece, como eu disse ela não é das pessoas mais fáceis de conviver. Qualquer coisa que aconteça, venha conversar comigo- ela assentiu- Hoje quero que cuide desses documentos para mim, depois tire cópias e envie nos e-mails marcados.
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Pela honra
RandomArthur aprendeu desde cedo o quanto o ser humano pode ser podre, conheceu o pior das pessoas dentro de sua própria casa, e pra escapar desse ambiente foi embora sem olhar para trás. Rebeca foi obrigada a se casar com um velho rico para bancar o trat...
Capítulo 9- Regras claras
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