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One More Cup of Coffee — The White Stripes 

Louis Tomlinson ficou observando Harry Styles durante quatro dias.

E aquilo não estava sendo nem um pouco agitado. O fato era que o Opressor do Reino de Liam não era assim tão aventureiro ou animado como Liam o fez parecer. Ao invés de "se exibir para todo mundo" (uma fala direta e surpreendentemente errada de ninguém mais que o próprio Liam), Louis não viu o garoto conversando com uma outra alma por mais de cinco minutos em nenhum momento. Pelo contrário, ele apenas andava calmamente pelo terreno da escola, com seus fones enfiados firmemente em seus ouvidos e a cabeça encaracolada sempre baixa e voltada para o chão e a grama, com seus Converse se arrastavam pelo cimento.

E foi basicamente isso. Aquilo era tudo que ele fazia. Apenas andava por aí com uma bolsa pendurada nos ombros, com a cabeça baixa e ouvindo música. Vagamente e curiosamente, Louis se perguntou o que ele ouvia, mas sua curiosidade foi quase que instantaneamente esmagada quando chegou à inevitável conclusão de que provavelmente devia ser alguma merda. Nickleback ou algo do tipo. Merda.

Mesmo assim, o garoto não era o que Louis estava esperando.

Aquele 'Harry Styles' definitivamente não parecia ser do tipo que se gabava de ser chamado para o time de futebol sem ao menos fazer um teste (o garoto tinha braços e pernas grandes e meio que tropeçava enquanto andava, então...) e enquanto Louis o observava todos os dias, durante quatro dias, vigiando-o através das linhas de fumaça que saíam de seu cigarro enquanto batia os pés no ritmo de "Aneurysm" do Nirvana, com sua curiosidade crescendo ainda mais e se perguntando o que aquele garoto tinha para fazer com que Liam se sentisse ameaçado. Ele não podia descobrir aquilo sem sair do anonimato, no entanto, então ele não perdeu muito tempo pensando naquilo, apenas deixou que aquilo se esvaísse, assim como as cinzas de seu cigarro.

Mas aquilo seria fácil. Aquele alvo? Fácil fácil. Provavelmente não iria demorar mais de uma semana, na verdade, uma vez que o garoto era aparentemente dócil e potencialmente tímido. Com certeza ele não era do tipo agressivo, daqueles tipos reprimidos que levavam um pouco mais de tempo e concentração da parte de Louis; os que fugiam dos assuntos envolvendo sexualidade e grunhiam as palavras que não conseguiam formar antes de colidir seus corpos contra ele de uma maneira que sugeria mais do que apenas violência ignorante.

Não, aquele Harry, com seus fones de ouvido e membros grandes e lábios trancados, era um pouco mais... bem... o tipo "inocente", Louis suspeitou. Do tipo ingênuo que corava facilmente, que gaguejava enquanto falava e sorria timidamente enquanto brincava com a borda da folha de seu caderno. Ele era uma daquelas pessoas doces que Louis já havia usado insensivelmente inúmeras vezes antes, tudo pelas ordens de Liam, tudo por causa do tédio, tudo por ser o ser humano mais deplorável de merda todos os dias.

Mas ele não se sentia mal por isso, às vezes. Secretamente e silenciosamente, ele se sentia, sim.

Ele não se importava em conquistar os tipos agressivos — fodê-los no escritório do professor e ser propositadamente pego ou vazar vídeos de iPhones de merda enquanto fazia boquetes e espalhá-lo por todo o Facebook ou algo do tipo. Ele não se importava muito em acabar com (sinceramente, grandes merdas) a fundação de um jogador de futebol que criava mais miséria em um mundo já miserável.

Mas ele sentia as alfinetadas de culpa quando se tratava de destruir as esperanças de meninos que possuíam um coração... menos destruído. Ele tinha um pouco de dificuldade em olhar seu próprio reflexo depois de ter quebrado ele o espírito de alguém que não foi feito para ser quebrado.

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